No início de outubro tive a oportunidade de ministrar uma palestra em São Paulo sobre fontes de acesso a capital em um painel promovido pela Endeavor e pelo Banco Santander. Alguns assuntos abordados neste painel são relevantes e quero compartilhar com você, leitor, para que possamos compreender os dois lados da moeda: quem precisa de dinheiro e quem está disposto a emprestar ou investir em um negócio, ambos os lados dessa negociação interessados em algum retorno.
Quais as opções de acesso a capital existentes para alavancar meu negócio?
De forma bem simples podemos dividir em dois grandes grupos as opções de captação de recursos de terceiros para alavancar o negócio:
a) Capitais de dívida: são os financiamentos com capital de terceiros, via bancos ou cooperativas de crédito que podem ser utilizados para necessidades de caixa (capital de giro) ou para expansão do negócio (capital de investimento) com a aquisição de máquinas, instalações, incorporação de tecnologias, entre outras. Os capitais de dívida, como o próprio nome diz, aumentam o grau de endividamento da empresa que sobre os valores adquiridos paga uma taxa de juros ao agente financeiro para remunerar o capital emprestado. A tabela a seguir apresenta algumas vantagens e desvantagens das opções mais comuns existentes no mercado.
b) Capitais de risco: são os aportes de recursos de terceiros via investimento direto na empresa. Neste caso, o agente investidor torna-se um sócio da empresa, sob a forma de cotista ou acionista, conforme a natureza do negócio e da operação. Neste caso o retorno do agente investidor não é sobre uma taxa de juros, mas sim sobre a expectativa de retorno com a valorização da empresa e venda futura.
O mais importante é saber que um recurso de terceiros, seja capital de dívida ou capital de risco, deve ser utilizado para fortalecer o negócio e, quando for preciso, para suprir necessidades temporárias de caixa. Uma análise prévia, um planejamento e controle financeiros adequados são vitais para uma decisão mais assertiva sobre o momento, o volume e a aplicação a ser dada ao recurso capitado.