Vanessa Brito
Brasília – A ampliação do volume de crédito na economia tem trazido bons resultados para muitas micro e pequenas empresas (MPE). Por meio das linhas especiais operadas por bancos públicos e privados, empreendimentos de pequeno porte conseguem obter recursos para aperfeiçoar seus negócios, melhorar instalações, equipamentos, vendas e faturamento.
MPE aprimoram negócios com linhas especiais dos bancos
Sebrae MercadosAmpliação do crédito permite às empresas melhorar instalações, comprar equipamentos e faturar mais
“Consegui financiamento na Caixa em apenas 15 dias para adquirir um veículo 2010 e aumentar a frota de entregas, no final do ano passado”, relata Clarisse Aragão, proprietária da Rosa de Ouro Flores e Cestas de Café da Manhã, de Brasília. Desde então, a floricultura passou a contar com dois carros. “A taxa de juros foi muito boa”, diz a empresária, satisfeita.
Crédito rápido e de baixo custo é um elemento fundamental para alavancar os negócios, independentemente do porte do empreendimento. Com ele, o empreendedor pode melhorar as instalações, adquirir novos equipamentos, aumentar o capital de giro, aprimorar o mix de produtos e serviços oferecidos à clientela, capacitar mão de obra, entre outros objetivos. Mas é preciso também uma boa dose de planejamento para saber o tamanho do passo a ser dado e a capacidade de pagamento do empréstimo bancário.
Orientação
O Sebrae dá orientações aos empresários interessados em acessar linhas de crédito para aprimorar seus negócios, por meio do Portal Sebrae (http://www.sebrae.com.br/). Os empreendedores também podem receber orientação nos postos de atendimento do Sebrae.”Antes de contratar o crédito, é muito importante que o empresário verifique quais são suas reais necessidades de recursos financeiros, a modalidade de empréstimo, garantias a oferecer à instituição financeira e capacidade de pagamento das parcelas”, afirma Roberto Marinho Figueroa Zica, analista da Unidade de Acesso a Serviços Financeiros (Uasf), do Sebrae.
Só depois desse exercício, é que o empreendedor deve partir para as opções disponíveis no mercado, segundo Marinho.
No bairro de Pirituba, em São Paulo (SP), a panificadora Micheli está com visual novo, espaço ampliado, móveis e equipamentos modernos, viabilizados pelo crédito obtido por meio do Programa de Geração de Emprego e Renda (Proger), na Caixa. “Acessamos esse tipo de crédito na Caixa pela primeira vez em 26 anos de negócio”, declara Agustin Martinez, dono da padaria. “A taxa de juros é de 6% ao ano. Ampliamos a área da loja de 98 para 220 metros quadrados, mudamos o lay out, compramos balcões novos, geladeiras, etc”, acrescenta.A clientela gostou e o faturamento da panificadora aumentou 50% desde janeiro, quando as obras terminaram. “Contratamos mais 15 funcionários depois das reformas. Temos outra padaria e vamos levantar empréstimo para ampliar lá também”, informa Augustin.
A família trabalha no ramo da panificação há muito tempo, diz ele. A Micheli emprega 47 pessoas. Para reforçar a equipe no final de ano, deve contratar em caráter temporário mais duas pessoas, que terão grandes chances de ser efetivadas após o período de festas.
Planejar é preciso
“Crédito é bom, mas é preciso ter bom senso e planejamento para contraí-lo”, aconselha Agustin. “Fizemos planilhas e contamos com consultoria para planejar o que íamos fazer com o crédito e aonde queríamos chegar”, diz o empresário. Ele obteve cerca de R$ 180 mil, a serem pagos em 48 meses.
Augustin afirma que, tempos atrás, ter acesso a crédito era tarefa difícil, que podia exigir seis meses para a resposta do banco. “Tenho um primo que esperou oito meses e quase quebrou”, conta. Ele comenta que, de um ano para cá, todos os bancos públicos e privados estão oferecendo crédito aos empresários de pequeno porte. Nas instituições financeiras públicas, onde as taxas de juros são menores, a burocracia diminuiu bastante. Nos bancos privados, apesar dos trâmites serem mais ágeis, o custo do dinheiro continua muito alto nas linhas especiais para MPE, de acordo com Agustin.