A moda streetwear começou há pouco mais de 20 anos, lançada por adeptos do skate. Sua característica básica vai na direção contrária do visual arrumadinho, certinho. As roupas são largas, descombinadas e descomplicadas. Por isso, o segmento está, atualmente, associada ao estilo do jovem urbano e é sinônimo de frescor e juventude. Segundo especialistas, o mercado de streetwear no Brasil é um dos maiores do mundo.
O skate tem um entorno cultural que impacta o comportamento das pessoas. O seu universo inclui música, arte, moda, design, entretenimento, conteúdo e arquitetura, contexto que está cheio de signos e significados partilhados pelos adeptos. Assim, em virtude de todo esse universo simbólico cultural, é um dos esportes que mais forma opinião no País e acaba influenciando inúmeras pessoas que nem sequer andam de skate. Reflexo disso, a moda streetwear tem apenas uma pequena parcela de seu público que realmente anda de skate.
Mercado
Segundo o estudo realizado pelo DataFolha, encomendado pela Confederação Brasileira de Skate (CBSk), apesar de não ser o esporte mais praticado no Brasil (o futebol é praticado por 30 milhões de brasileiros), em 2010 existiam 3.860.000 skatistas no País. O levantamento também mostra que o esporte se mostra altamente democrático, uma vez que é praticado por todas as classes sociais. Entre as classes A e B, o total de praticantes era de 42%, sendo 8% referente à primeira e 34%, à segunda. A classe C reunia 33% dos skatistas e as classes D e E somavam 25% do total.
A renda média mensal da família do skatista é 50% maior do que a média brasileira. Esse dado, além de mostrar o potencial desse mercado no Brasil, serve para quebrar inúmeros paradigmas e suposições frente à figura dos skatistas e do esporte. No que tange à idade, trata-se de um público extremamente jovem, em sua maioria, em um período da vida em que os amigos e o meio influenciam diretamente no comportamento e na escolha por consumo, incluindo moda. A grande maioria tem entre 16 e 21 anos.
As meninas já representavam 10% do total de skatistas, o equivalente a aproximadamente 380 mil garotas. E este número é cada vez maior, exemplo disso é o espaço e a atenção que as lojas especializadas têm destinado ao público feminino.
Desafios
O maior desafio deste segmento é a inovação e criatividade em produtos e serviços, uma vez que o público é conectado às tendências de moda e está sempre buscando novidades. Neste sentido, grandes marcas fazem parceria com designers, ilustradores, tatuadores e artistas para cocriar novos modelos com o objetivo de lançar tendências. Também fazem parcerias com bandas, DJ’s e atletas para se lançar no mercado. E estão fazendo muito sucesso. De acordo com o livro “Made For Skate”, de 2010, somente a indústria de tênis para skate movimenta sozinha mais de US$ 800 milhões por ano no mundo.
Confira algumas estratégias para conquistar este mercado:
- Busque informações e esteja atento às atualizações do segmento e às tendências de moda, bem como tecidos utilizados, estamparia, técnicas de customização, serviços oferecidos e modelos de negócios diferenciados;
- Crie estratégias de promoção em veículos de comunicação segmentados. Revistas e sites especializados, competições, shows, festas, feiras, entre outros, são algumas possibilidades;
- Invista em negócios on-line e utilize as redes sociais para promover ações promocionais, uma vez que trata-se de um público jovem que está conectado à internet, sempre em busca de novidades e que valoriza serviços rápidos;
- Utilize e-mail marketing e links patrocinados no Google, interagindo com a loja virtual;
- Ofereça produtos criativos e inovadores, pois este nicho é extremamente criativo;
- Foque em resultados estruturando os processos de gestão, vendas e finanças;
- Procure aliar o negócio às práticas sustentáveis;
- Procure trabalhar com fornecedores que adotem boas práticas de sustentabilidade na fabricação do produto e cumpram as leis;
- Invista em iluminação mais eficiente, economia e reaproveitamento de água, pois acabam simpactando no orçamento. Divulgue estas ações que ajudam a melhorar a imagem da empresa.
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Fonte: Nichos de Moda, Sebrae, 2015
Edição: Fernanda Peregrino, da FC Comunicação
Imagem: Divulgação/Insanis Clothing