Os meses iniciais de 2021 estão rendendo momentos especiais às startups brasileiras. Apenas no primeiro trimestre, os aportes contabilizaram R$ 11 bilhões, segundo dados do levantamento “Inside Venture Capital”, feito pela Distrito. No mesmo período de 2020, o montante investido foi de R$ 3 bilhões.
Levando em conta também a performance do mês de abril, os valores arrecadados por essas empresas de capital de risco correspondem a 66% do montante registrado ao final do ano passado, equivalente a um crescimento de 187% em comparação com o mesmo período. Em dólares, o valor registrado em 2020 foi de US$ 3,5 bilhões, enquanto em 2021 foi de US$ 2,3 bilhões.
As fintechs – negócios que desenvolvem produtos financeiros totalmente digitais – lideram a lista das startups com maiores investimentos no período, com US$ 731 milhões recebidos. Em seguida, aparecem as protechs do mercado imobiliário, com US$ 526 milhões, e as startups ligadas ao varejo, com US$ 507 milhões. Empresas do nicho de educação aparecem em quarto lugar, com US$ 22 milhões.
Entre as razões para tal feito, Eduardo Fuentes, analista do Distrito, analisa que o amadurecimento das companhias criadas entre 2016 e 2017 é um dos indicativos para o momento de crescimento nos aportes, especialmente por conta do maior investimento pedido por essas empresas. De acordo com ele, a projeção de investimentos em startups é de R$ 28,5 bilhões até o final de dezembro.
Parcerias e aquisições
O primeiro trimestre foi marcado por fusões e aquisições. Apenas nos três primeiros meses do ano foram registradas 56 transações, frente ao mesmo período do ano anterior, com 26. O resultado é o maior desde o início da série histórica, em 2011. No mês de abril, o mercado seguiu aquecido, com fusões e aquisições a cada dois dias, de acordo com o relatório. Ao todo, os meses iniciais de 2021 já correspondem a 50% das fusões feitas em 2020. Neste cenário, os maiores exemplos são Via Varejo (agora, Via) e Magazine Luiza, que recentemente anunciou a aquisição da Jovem Nerd, empresa de conteúdo geek.
Apesar de apresentar os resultados deste ano, a tendência de parcerias entre empresas já era vista no ano passado, quando companhias tradicionais buscaram se reinventar e apostaram na inovação com o apoio de startups brasileiras, como o Banco do Brasil. Se para essas empresas a parceria com uma startup significa maiores chances de inovação, seja tecnológica ou focada no segmento de mercado, para esses empreendimentos jovens é a chance de ganhar maior visibilidade e, consequentemente, mais investimento. As startups que mantêm parcerias com empresas tradicionais captam 85% mais aportes do que as sem nenhum tipo de relação, segundo o relatório da 100 Open Startups.