O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, disse que a guerra na Ucrânia “pode durar anos” e que a organização continuará apoiando a Ucrânia no conflito, mas que não faz parte dele e não enviará soldados. A declaração foi dada em entrevista publicada pelo jornal alemão Bild neste domingo (19).
“Devemos nos preparar para o fato de que pode levar anos. Não devemos deixar de apoiar a Ucrânia. Mesmo que os custos sejam altos, não apenas pelo apoio militar, mas também pelo aumento dos preços da energia e dos alimentos.
Mas: isso não é comparação com o preço que os ucranianos têm que pagar todos os dias com muitas vidas. E se Putin aprender com esta guerra que ele pode simplesmente continuar como fez após a guerra de 2008 na Geórgia e a ocupação da Crimeia em 2014, então pagaremos um preço muito mais alto”, afirmou Stoltenberg.
O secretário-geral também informou que a Otan declarará a Rússia como uma ameaça. O comunicado será feito oficialmente na cúpula da organização que será realizada no fim de junho. “Se o mundo muda, a Otan também muda. E o mundo se tornou mais perigoso. Declararemos que a Rússia não é mais um parceiro, mas uma ameaça à nossa segurança, à paz e à estabilidade. A China também aparecerá no jornal pela primeira vez. Porque a ascensão da China é um desafio aos nossos interesses, nossos valores e nossa segurança.” Em vídeo publicado no Telegram no sábado (18), o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky prometeu que suas forças não entregarão o país a ninguém. A declaração foi dada durante a primeira visita dele às tropas que estão no sul da Ucrânia. Por segurança, Zelensky permaneceu em Kiev desde que a Rússia invadiu o país em 24 de fevereiro.
Mas nas últimas semanas tem feito visitas não anunciadas. Visitou a cidade de Kharkiv, no nordeste do país, onde tem havido fortes combates, e Mykolaiv, no Mar Negro, onde entregou honrarias por bravura ao prefeito Oleksandr Senkevych e ao governador Vitaliy Kim pelo trabalho realizado na guerra.