Cada vez mais, consumidores buscam fazer compras mais conscientes, isso quer diz estar mais atento ao fabricante e às suas ações na industrialização de seus produtos. Práticas sustentáveis, não testagem em animais, ativos mais naturais são apenas alguns dos quesitos que muitas empresas devem cumprir para que seus produtos sejam aceitos por uma parcela da população.
As empresas sabem disso e apesar da maioria estar preocupada em seguir os conceitos ESG, algumas praticam greenwashing, que pode ser traduzido como ‘lavagem verde’. A tática significa uma estratégia de publicidade obscura utilizada para promover produtos como mais sustentáveis do que eles de fato são, omitindo os impactos negativos de sua produção e/ou composição.
Para obterem êxito, utilizam termos relacionados à sustentabilidade a fim de convencer o consumidor que o produto é mais natural, mais saudável, livre de toxinas etc. Um exemplo é a embalagem apresentar “produto 100% sustentável” sem explicar o que isso significa.
A empresa TerraChoice fez um levantamento e sinalizou os termos mais comuns de greenwashing:
- Produto ecológico;
- Produto amigo do meio ambiente;
- Utilização da cor verde na embalagem;
- Ilustrações de folhas.
O estudo também apresentou alguns exemplos de ações com a mesma finalidade:
- A empresa divulga um benefício para o meio ambiente, como a abolição de canudos de plástico, mas não altera outras práticas que impactam o meio ambiente;
- Mostrar preocupação ambiental como se fosse uma qualidade: no caso de desodorantes, por exemplo, a não utilização de gás CFC é proibida por lei desde 1988, então não tem sentido fazer propaganda disso como sendo uma vantagem;
- Utilização de selos e certificações falsas;
- Realização de ações simbólicas que podem até ser positivas, mas contribuem pouco para mudar as diretrizes de produção sustentáveis da empresa. Por exemplo: empresas petrolíferas que doam detergentes para limpar animais infectados pelo derramamento de seus produtos nos oceanos.
Para evitar essas pegadinhas é preciso ficar mais atento à leitura dos rótulos dos produtos, além de procurar conhecer melhor a empresa produtora. Uma pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) indicou que os setores de cosméticos, higiene e utilidades domésticas são os que mais realizam greenwashing, por isso, tenha atenção redobrada nesses casos.
O Código de Defesa do Consumidor prevê punições legais às empresas que praticam propaganda enganosa, que também pode ser classificada como abusiva. Nos casos comprovados é possível solicitar ressarcimento do valor do produto ou indenização por danos materiais.