O dólar em alta representa uma ótima oportunidade para o segmento da moda vender produtos nacionais no exterior, sobretudo aqueles com alto grau de inovação e valor agregado. Oportunidade que pode e deve ser aproveitada pelo segmento da moda fluminense, que possui cerca de 3 mil empresas reunidas em dez polos e emprega diretamente aproximadamente 51 mil pessoas.
O estado tem exportado produtos com alto valor agregado para países como Estados Unidos (EUA) – maior consumidor –, França e Japão – os dois últimos aumentaram as compras de empresas de moda fluminenses, nos últimos anos. Segundo Cláudia Teixeira, especialista em comércio exterior da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), dentre os maiores exportadores, o estado fluminense apresenta o maior preço médio. Para o japão, por exemplo, o preço médio de produtos com alta qualidade é de US$ 217/kg, enquanto para a maioria dos países desenvolvidos o valor médio é de US$ 114/kg.
A especialista aponta ainda que o estado continua registrando aumento da exportação de moda, movimento que é estável. Isso porque aspectos como design, criatividade e marca agregam valor e representam diferenciação do produto.
Pontos de atenção para exportar
Neste cenário, os EUA tende a ser o destino principal das exportações brasileiras – resultado do crescimento da economia americana e também da desvalorização do real. Entretanto, para vender para o mercado externo é preciso estar atento a alguns pontos:
– Produto diferenciado: a mercadoria deve se destacar pela inovação, seja no produto, seja na embalagem, seja no processo produtivo.
– Capacidade produtiva: é fundamental ter controle da produção e da quantidade que a empresa consegue exportar.
– Características culturais: conhecer diferenças culturais do país destinatário para adequar o produto e formar o preço de venda. Por exemplo, em alguns países, certas cores têm uma conotação negativa e devem ser evitadas em uma embalagem. Por isso, pesquise e construa um networking, frequentando feiras e eventos que reúnam importadores.
– Formação de preço: alguns tributos do mercado interno, como Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), não incidem sobre exportação. Porém, o empresário precisa saber que terá despesas com a taxa portuária e o seguro da mercadoria.
– Idioma: além da parte burocrática, o empresário deve estudar o cliente antes de exportar. Rotular o produto e construir um site também no idioma oficial do importador é recomendável.
– Medidas: cada país possui uma tabela de medidas padrão e um formato de identificação da grade de tamanhos. Desta forma, é fundamental o estudo antropométrico do país e identificação da unidade de medida padrão, para que se mantenha a mesma forma de comunicação.
Como exportar
Para exportar, a empresa precisa solicitar registros na secretaria de comércio exterior, ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), e na Receita Federal. Há a possibilidade de utilizar uma “trading company” – empresa intermediária na negociação com mercados externos –, onde os registros nos órgãos públicos não são necessários, mas há cobrança de uma porcentagem sobre a venda.
Confira os guias da série Como Exportar oferecidos pela Brasil Export, onde há informações sobre países específicos ou mercados integrados de interesse do exportador brasileiro. Acesse também ao Portal Siscomex, que oferece informações sobre exportação, como legislação da área, orientações técnicas e manuais e um simulador aduaneiro.
A Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex-Brasil) também é uma importante fonte de apoio para as empresas exportadoras. Visite o site da Apex e confira mais informações sobre os projetos que atendem o setor da moda; e baixe estudos sobre os mercados-alvo.
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Com informações e imagem do Sebrae Inteligência Setorial (Boletim de Tendências – Moda – Julho/2015).
Edição: Fernanda Peregrino, da FC Comunicação.