Casar, descasar, recasar. E comemorar: um comportamento que tem fomentado um mercado bilionário no Brasil, de aproximadamente R$ 15 bilhões anuais, segundo a Associação dos Profissionais, Serviços para Casamento e Eventos Sociais (Abrafesta). Estima-se que, para preparar uma cerimônia, os noivos precisem reunir de 38 a 42 serviços diferentes. Isso significa oportunidade de negócios para micro e pequenas empresas.
Dados do IBGE indicam que todo ano acontecem mais de 1 milhão de uniões no Brasil, sem contar os recasamentos – aqueles em que ao menos um dos cônjuges era divorciado ou viúvo. Não à toa, estima-se que a indústria cresceu 8% no ano passado sobre 2013, e os gastos com festas e cerimônias têm apresentado uma expansão anual média superior a 10%, segundo a Abrafesta.
A corrida para o altar deve continuar grande: há 34 milhões de solteiros no Brasil entre 20 e 40 anos. Eles nasceram nas décadas de 1970 e 1980 e formam a maior geração de todos os tempos. Cerca de 40% deles – 14 milhões de pessoas – querem casar nos próximos dois anos. Se apenas a metade concretizar o desejo, o resultado será algo em torno de R$ 70 milhões movimentados, em média, por dia.
Entretanto, hoje, organizar um casamento pode ser quase tão complicado quanto encontrar a pessoa ideal. É difícil achar bufês de qualidade. É trabalhoso encontrar decoradores que caibam no orçamento. E, acima de tudo, é complicado ter tempo para cuidar de tantos detalhes. Essa carência de bons fornecedores abre uma janela de oportunidades. Brecha que não passou despercebida pelo empresário Márcio Casablanca, da Casa Noiva e organizador do Casar ABC, um shopping temático, prestes a ser inaugurado na Grande São Paulo, que reunirá 35 lojas especializadas em uma área de 1,5 mil metros quadrados.
Os setores atendidos vão de vestuário e calçados até gastronomia e impressão de convites. “Na nossa loja de vestido de noivas, é praxe trabalhar com uma lista de indicações de vários outros serviços para os nossos clientes e sempre havia esse pedido de reunir tudo num único lugar”, conta Casablanca.
Segundo ele, para se destacar nesse terreno, é imprescindível investir em marketing. “Mercado existe, mas quem não é visto não é lembrado”, destaca Casablanca, para quem o sonho de casar está no imaginário coletivo e não depende de classe social.
Fernanda de Oliveira, da Zete Festas, concorda que o que ajudou a consolidar o negócio da mãe, há 37 anos atuando no segmento, foi justamente o marketing – no caso dela, aquele feito boca a boca, pela clientela cativa conquistada pela qualidade dos produtos que entrega. “É preciso ter boas opções para todos os gostos e bolsos”, afirma. “Há quem se encante com o tradicional e quem demande novidade, exclusividade.”
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