Infelizmente, 2020 não vem sendo um ano de projeções otimistas e crescimento econômico para vários setores da indústria e, menos ainda, para o setor de turismo. Desde o surto global do COVID-19 em meados de fevereiro e março e a adoção de políticas de isolamento social para a contenção do vírus, o turismo vem vislumbrando um futuro incerto em um mundo pós-pandemia. Agora, com o recente recuo no número de casos e a retomada gradual das atividades o próximo passo consiste em buscar antever o comportamento turístico num mundo marcado por uma experiência pandêmica sem precedentes.
Sobre o futuro, analistas ao redor do mundo são unânimes em um ponto – a pandemia do novo coronavírus transformará a indústria de viagens como a conhecemos. Já é possível perceber os traços iniciais dessa mudança através da implementação de novas práticas de segurança em aeroportos, como a exigência no uso de máscaras e o incentivo ao distanciamento social que, ao que tudo indica, veio para ficar. Ao passo que vem ocorrendo a abertura tímida de fronteiras no mundo, hotéis voltam a funcionar com uma capacidade reduzida e países na Europa, ainda temerosos, limitam a entrada em seu território para viajantes de países vizinhos. Somando-se a isso, o medo ainda presente pela possibilidade de ser infectado pelo COVID-19 pode influenciar pessoas na escolha por destinos mais próximos, reduzindo o fluxo de viagens internacionais a aumentando o de viagens domésticas.
Diante dessa nova realidade, reinvenção e readaptação são as palavras-chaves para a
sobrevivência de agências de viagem, hotéis, companhias aéreas e de seguro viagem.
Segundo Alejandro Soria, CEO da Cohosting, as novas estratégias devem transmitir uma mensagem de segurança e normalidade a fim de promover e atrair as atividades turísticas.
Para ele a elaboração de ações adaptadas a esse “novo normal” deve priorizar três princípios básicos: segurança, flexibilidade e hospitalidade. Na escolha de hotéis, por exemplo, viajantes podem dar preferência a hospedagens que adotem protocolos de limpeza mais rigorosos para combater o coronavírus, ofereça políticas de reserva mais flexíveis com maior transparência para o cliente e que inclua serviços de assistência.
Globalmente, a humanidade está enfrentando uma situação única com o potencial de
transformar costumes e culturas, caminhando para a construção de um “novo normal”. A fim de sobreviver, o setor de viagens precisa reagir de forma rápida, reformulando seus princípios e ações em busca de sua reconstrução e readaptação. Para isso não existe atalhos, mas demanda inovação, compromisso, tempo e paciência.