Agências voltadas à especialidades têm um mercado imenso e caminhos frutuosos para crescer
Viajantes escolhem seus destinos por diferentes motivações: desejo de aventura, estudar, relaxar na praia, rezar. Sim, o turismo religioso é uma vertente que só cresce e atende diferentes vertentes. Na esteira dessa tendência, surgiram agências e operadoras especializadas, como a Domus Viagens. Seus sócios, Pedro Kempe, que trabalha há 32 anos na área do turismo, durante 20 anos foi funcionário de operadoras, fabricantes de viagens, muito voltado ao internacional. Começou a Domus Viagens há doze anos, com sua sócia Cristiane Erthal, a operadora de turismo especializada no turismo religioso.
Se preferir, pode ouvir o mesmo trecho da entrevista nesse podcast:
Embora qualquer operadora possa oferecer, em seus pacotes, destinos considerados sagrados, Kempe destaca que o diferencial de negócios voltados especificamente para essa modalidade de turismo é o ‘olhar religioso’. A especialização promove que a viagem seja revestida dessa visão, desde os materiais até a experiência. Na Domus, todos os funcionários fizeram ao menos uma peregrinação a Israel, e os itinerários são construídos por pessoas que conhecem os caminhos bíblicos, dos Santos e milagres da Itália, os caminho dos passos da misericórdia na Polônia, os Santuários Marianos na Europa, o Santuário de Guadalupe no México e outros.
Assista aqui o vídeo em que Kempe dá dicas sobre como montar um bom roteiro de viagens e fala das tendências no turismo religioso. Ele destaca que o turismo religioso precisa transformar a jornada uma experiência rica, do ponto de vista do viajante.
Se preferir, pode ouvir a mesma entrevista no Podcast Tendências no Turismo Religioso:
Os grupos são coordenados por pessoas que já experimentaram na prática este tipo de jornada, então podem coordenar grupos, calcular períodos de tempo ideias para cada etapa, saber o que sente o peregrino, enfim, apresentar a viagem da melhor forma para o cliente, seja ele B2B ou uma agência, um padre ou pastor, oferecer o conhecimento adquirido in loco e também através de estudos bíblicos. A segurança de quem já operou até nove ônibus consecutivos na Terra Santa é extremamente atraente para quem está organizando uma viagem em grupo. Isso abrange, inclusive, fatores que parecem simples detalhes quando analisados antes do embarque mas podem ser decisivos no momento da jornada, como locais de parada, alimentação, água, banheiros à disposição.
Com um público majoritariamente cristão, 80% feminino e com mais de 50 anos, Kempe ilustra um dos diversos cuidados a serem tomados, em um ônibus desse tipo de turismo pode haver 32 assentos ocupados por mulheres; se há 2 banheiros masculinos e 2 femininos, a oferta será desproporcional e a viagem, desconfortável. Da mesma forma, é preciso calcular o tempo de subir e descer do veículo, a logística para carregar bagagens etc. “Quando uma agência informa o tamanho de um grupo, temos que temporizar para que a experiência seja a melhor possível. Para que as pessoas não cheguem na Basílica da anunciação, onde foi o sim de Maria, e dizer que só têm meia hora para a visitação. É inaceitável numa peregrinação.” pontua Kempe.
Dentro desse cenário, a seriedade é uma ferramenta indispensável para transmitir seriedade e confiança aos viajantes. Como diversos outros setores, o turismo está repleto de informais que prestam um serviço que deixa bastante a desejar, segundo Kempe. Assumir a responsabilidade de receber e transportar pessoas exige preparo, e são diversos os predicados para garantir a tranquilidade dos turistas religiosos. Desde a segurança de trabalhar com uma empresa de ônibus com documentação adequada, certificação de que pode trafegar na via; guias de turismo credenciados no Ministério do Turismo, aptos a conduzir uma viagem e resolver problemas; os santuários que entendam a responsabilidade que têm quando organizam uma romaria. “Até 2019, o Santuário de Aparecida, que recebia 13 milhões de pessoas, tinha uma quantidade de informais muito grande. A pessoa escrevia no crachá “Pedro Tour” com caneta bic, colocava um alfinete, se apresentava em um posto e era reconhecida como autorizada, com os benefícios de guia profissional”, relembra.
O contrário de amadorismo é o profissionalismo, que faz com que a Domus se preocupe em oferecer uma experiência completa, muito além do turismo religioso em si. Então, se próximo a um santuário há uma vinícola que fabrica um vinho canônico, sem álcool, a ideia é fazer uma degustação. As pessoas querem comer, se hospedar com conforto, rezar, conhecer, interagir. Kempe finaliza a entrevista com um conselho: “o empreendedor tem que começar pelos caminhos mais certos possíveis, se formalizar, buscar conhecimento, perguntar, olhar. Às vezes a gente olha para o outro vendo apenas como um concorrente, mas vale abrir e propor parcerias. O turismo de especialidade é um campo muito bom para se trabalhar”, conclui.
Se preferir, cique aqui para ouvir o Podcast Potencial Turismo Religioso.
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