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Viviany Rodrigues da Cruz
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Quais os riscos de se abrir uma empresa?

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Pretendo abrir uma serigrafia para silkar camisetas e fornecer para lojistas, porém não possuo uma carteira de clientes e nem domínio sobre o assunto. Alguém poderia me ajudar?

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    Boa tarde Viviany.

    1- Perfil empreendedor

    O futuro empresário deve avaliar se possui conhecimentos e habilidades em diversas frentes para ser bem-sucedido. Identifica-se um perfil empreendedor avaliando-se alguns comportamentos no dia a dia. Ele deve ter um olhar atento a tudo, identificando facilmente o que lhe agrada e desagrada nos lugares que vai. Sempre se propõe metas ousadas e sabe que qualquer empreendimento envolve riscos. Está se planejando para o sucesso, mas também se prepara para os tropeços.

    É necessário possuir competências gerenciais, saber definir cenários, estabelecer estratégias, gerenciar finanças, construir redes de relacionamento para os riscos de abrir uma empresa serem pequenos. Habilidade e capacidade de liderança de pessoas e negócios são de extrema importância. Saber delegar funções, negociar, motivar funcionários e sócios, estabelecer objetivos compartilhados são outras características importantes.

    2- Autoconhecimento

    Uma vez detectadas características de um perfil empreendedor, é hora de identificar o próprio perfil. É necessário avaliar se ele bate com a área do negócio em questão. É necessário saber quais são os papéis que o empresário terá que exercer como dono de uma empresa. Ele pode se encaixar em várias funções; pode ser quem vai tomar as decisões e definir o direcionamento do negócio, pode atuar mais como gestor, administrando a empresa, ou ainda como operador, executando o trabalho em si.

    É importante definir as principais habilidades para começar a estruturar o negócio e perceber que tipo de parceiros irá precisar. O autoconhecimento é crucial no momento de montar um negócio e quanto mais cedo se conhece as habilidades e características, mais rapidamente irá se testar e, em caso de algum equívoco, promover a correção de forma mais ágil. Como diz Tom Peters, um dos gurus da gestão de empresas, “Teste rápido, falhe rápido e ajuste rápido”.

    3- Escolha dos sócios

    Com a falta de capacitação em uma determinada área ou até mesmo com o intuito de agregar mais investimentos ao negócio, o candidato a empresário considera cada vez mais a possibilidade de montar um negócio em sociedade. Mas muitas vezes é pego pelo medo de fazer uma escolha inadequada e acabar sendo prejudicado. A grande dica aqui é buscar parceiros com perfis complementares. Por isso é tão importante identificar as características e habilidades e onde elas podem se encaixar no negócio.

    4- Análise de mercado

    É importante identificar seu público potencial e o que ele espera do mercado. Isso pode determinar a capacidade de crescimento do negócio e, com isso, os riscos de abrir uma empresa ficam menores. É essencial avaliar o mercado, conhecer os principais concorrentes, fornecedores e consumidores. A partir daí fazer um planejamento, colocar tudo no papel e ver se, de fato, a empresa pode oferecer o resultado esperado ao candidato a empresário.

    Se o modelo do negócio permitir, é interessante começar pequeno, até por questões de gestão, já que os custos operacionais acabam sendo mais baixos. Para segmentar o público alvo é necessário levar em consideração algumas variáveis, como geográficas, demográficas e comportamentais. Um bom exercício é comparar o mercado a uma pizza e tentar definir que fatia dessa pizza está se querendo atender, avaliando itens variáveis, como classe social, religião, geração de renda à família, status de consumo, entre outros fatores.

    5- Plano de negócios

    Para diminuir os riscos de abrir uma empresa e de pisar em um terreno muitas vezes desconhecido, é essencial montar um bom plano de negócios. E para evitar possíveis frustrações, é muito importante que esse planejamento seja bem realista, dentro das possibilidades que o negócio e o mercado oferecem no momento. Um bom plano de negócios exige detalhado estudo de mercado, planejamento financeiro, fluxo de caixa, previsão de vendas, entre outros tópicos.

    O empresário precisa oferecer uma infraestrutura compatível com o que o mercado aceita pagar em produto ou serviços. Montar um plano de negócios consiste em definir em que mercado vai atuar, com que produtos, quanto poderia gastar e investir em publicidade, equipamentos, etc. Sem isso, o empresário pode estar achando que vai gastar um determinado valor, mas pode gastar um completamente diferente e muitas vezes até perder o negócio.

    6- Definir metas

    Os riscos de abrir uma empresa se tornam maiores se não são definidos objetivos. Um complemento essencial ao plano de negócios, mas que deve ter o seu espaço exclusivo nesta lista de tópicos, é a definição das metas e a descrição dos objetivos. Isso pode ajudar a combater uma possível e natural insegurança de um início de negócio, respondendo a essas dúvidas com organização e planejamento.

    Colocar no papel todas as suas metas, uma a uma, para que sejam sempre consultadas, ajuda-o a ter uma visão mais clara sobre o assunto. Isso pode ajudar a esclarecer os objetivos do projeto, quem será seu público-alvo, quais as características do produto ou serviço oferecido, entre outros tópicos. Colocar as ideias no papel faz com que o empreendedor não esqueça mais seus alvos, os principais pontos levantados a respeito do negócio. É necessário sempre fazer as perguntas básicas: “o que eu quero?” e “onde eu quero chegar?”.

    7- Custos iniciais para abrir seu negócio

    Além dos custos com infraestrutura e pessoal, é preciso levar em consideração os custos com a abertura da empresa em si. Os principais gastos para abrir uma empresa são as taxas da Junta Comercial e da emissão do alvará, se for o caso, além de outras que variam entre estados. O custo total pelos meios tradicionais pode variar entre R$ 700 a R$ 2 mil. Porém, as facilidades da internet já influenciam esses processos e os custos para abrir empresa online podem ser abaixo disso.

    O capital de giro inicial necessário vai depender do tipo de empresa. No caso de uma prestadora de serviços, dependendo do serviço, você pode oferecer de casa, usando muitas vezes a mesma linha telefônica, aparelhos e estrutura já existentes, o que reduz muito os custos. Para uma indústria, já é necessário um investimento maior, com aluguel de galpão, máquinas, etc. Um comércio já vai exigir o aluguel de um ponto, iluminação, ar condicionado, um ambiente favorável para receber a clientela e, normalmente, tem o estoque. Tudo deve ser considerado e colocado em uma planilha, dependendo do tipo de negócio.

    8- Reserva de capital

    Os especialistas recomendam ter sempre uma reserva mínima para dar início ao negócio. Por mais bem estruturado que o empreendimento esteja, dificilmente funciona como o planejado. É mais ou menos como em uma obra; sempre se gasta mais do que se imagina. Esse capital de reserva vai ajudar a resolver os imprevistos e diminuir os riscos de abrir uma empresa. Esse imprevistos sempre acontecem nessa fase de criação do negócio. Trabalhar com cautela para suprir cenários mais pessimistas faz com que o negócio esteja sempre preparado para enfrentar percalços.

    A situação pode se tornar ainda mais complicada quando o capital investido vem do patrimônio pessoal, como a venda de um imóvel, de um carro, de bens familiares. Essa nunca é uma boa solução. Aqui também é importante tomar cuidado com relação a empréstimos. Ele é bem-vindo se eu tiver certeza que eu terei lucro para saldar. Quem deve pagar esse empréstimo não é o empresário e sim o lucro do empreendimento, do novo negócio.

    9- Regime de tributação

    Na hora de abrir a empresa, o empreendedor deve estudar os três regimes de tributação existentes – Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real – e decidir qual deles é o mais indicado para o negócio. No início das atividades, a tendência é usar o lucro presumido ou simples. O sistema do simples acaba compensando por englobar uma série de impostos. Porém, um dos fatores limitantes é o faturamento, que não pode ultrapassar 3,6 milhões ao ano.

    O simples vai calculando o imposto porque é uma alíquota crescente, sempre baseado nos últimos 12 meses de faturamento. Então ele vai subindo à medida que vai aumentando o faturamento. Conforme vai aumentando essa porcentagem, começa a ser importante mensurar se vale a pena estar no simples ou optar por outra forma tributária, como o lucro presumido ou lucro real. Mas vamos falar mais sobre os tipos de regimes tributários em um dos próximos artigos.

    10- Trabalhando o “medo”

    Um dos maiores medos enfrentados pelo empreendedor é o de errar e, consequentemente, perder o dinheiro e o tempo investidos. Entre os riscos de abrir uma empresa, esse se destaca. Esse medo, geralmente surge da insegurança em tomar algumas decisões importantes que envolvem riscos. A dica é: assuma riscos, mesmo sabendo que você vai cometer erros. O empreendedor vai tomar decisões equivocadas e vai errar bastante. Isso é natural.

    No entanto, é necessário cuidado máximo para não cometer erros que sejam fatais para o negócio. Sempre acredite em si mesmo. Para alcançar o sucesso no comando de um negócio, ter autoestima é condição número um para o empresário. Muitas pessoas são tomadas por uma falta de confiança em relação à sua capacidade de concretizar essa meta e, com isso, dão um passo para trás na hora de partir para voo solo.

     

    Fonte: https://conube.com.br/blog/riscos-de-abrir-uma-empresa/

    Como avaliar os riscos e a atratividade do seu negócio.

    Três dicas do que não fazer ao abrir sua empresa.