Turismo focado em mulheres leva em consideração “dores” específicas do nicho, ao apresentar ‘soluções’ a essas dores, agências têm ganhado, cada vez mais, novas adeptas
Vídeo 1
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O turismo de viagens para mulheres entra na tendência de segmentação do setor por nichos, onde se investe em atender dores e amores de determinados públicos. Quem fala sobre isso, é a especialista Gilsimara Caresia, que realiza um dos maiores eventos de turismo para mulheres do Brasil, o Encontro Brasileiro de Mulheres Viajantes. Para ela, investir em entender o perfil do público segmentado, e buscar soluções ao que chama de “dor”, é o que vai fazer diferença na escolha de potenciais clientes.
O que mostra que o setor tem acertado em trabalhar com o nicho feminino são dois levantamentos recentes. Em um deles, a quantidade de mulheres que compraram passagens aéreas para viajar sozinhas na MaxMilhas representou cerca de 19% do total de passagens vendidas pela travel tech. Em outro, feito pelo Booking.com com viajantes de 28 países, no fim de 2020, 39% dos viajantes brasileiros planejavam fazer uma viagem solo no futuro, e desses, 90% das mulheres brasileiras disseram que passariam a valorizar mais suas viagens sozinhas.
Video 2
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Gilsimara sente esses dados na sua realidade e aponta que entre as maiores dúvidas das mulheres na hora de optar por viajar sozinhas estão questões sobre segurança, companhia e divisão de quartos. De maneira maciça as mulheres têm medo de viajar sozinhas, então há o constante questionamento sobre se sentirem seguras em um grupo com pessoas que não conhecem, em um país que não conhecem, em culturas totalmente diferentes. Quando se fala sobre segurança, não significa somente no aspecto físico, a segurança de se cercar de bons serviços também contam para o público feminino. O sentimento de ‘sobrar’ em um grupo e não terem com quem interagir também preocupa as mulheres viajantes. Outro questionamento muito comum é com relação ao pagamento das diárias, pois a maioria dos quartos são para duas pessoas, então a mulher que viaja sozinha acaba bancando um quarto para duas pessoas.
Para todas essas incertezas que cercam a tomada de decisão, Caresia tem solução com base na sua própria experiência. No vídeo abaixo, ela fala sobre as principais demandas das mulheres.
Vídeo 03
Sobre algumas especificidades do turismo para mulheres, neste link.
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Representatividade importa
O primeiro ponto que a especialista traz é sobre a representatividade de quem organiza as viagens, para poder dar a segurança que os viajantes precisam. Se a profissional vende pacotes para mulheres viajarem sozinhas, ela tem que ter viajado sozinha; se vende pacotes para corredores participarem de maratonas em outros países, tem que ter vivenciado corrida em outros países; se vende viagens com pets, tem que ter tipo experiência semelhante.
Ela acredita que esse ponto da representatividade é fundamental para que o público não tenha a impressão de que o profissional que vende a experiência seja visto como uma farsa. Saíndo um pouco do segmento feminino, Caresia traz como exemplo o turismo esportivo que também está em alta, “se uma agência que oferece viagens para corredores é feita por quem não corre, uma hora essa pessoa vai esgotar sua capacidade de atendimento técnico e também o seu discurso, e isso é muito mal visto para o público que se sentia representado”, reflete.
No vídeo, Gilmara Caresia demonstra que a questão da representatividade influência na construção da credibilidade do profissional.
Vídeo 04
Veja a quarta e última parte da entrevista de Gilsimara Caresia. Aqui ela fala da enorme imporância do operador ter uma identificação real com o segmento onde atua, no caso, o turismo para mulheres. Neste link.
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No caso do nicho de Gilsomara Caresia, ela possui conhecimentos que geram confiança a quem procura o seu passeio “sou brasileira, e já viajei mais de 100 países, a grande maioria sozinha, então, o que acontece é uma identificação em torno dessa figura que já viveu essas experiências”, pondera. Assim, ela conseguiu criar uma visão sistêmica de toda a jornada que a mulher vai ter e pôde desenvolver ações para atender às demandas presentes nas viagens feitas por mulheres, como por exemplo a questão da segurança. E finaliza, “comprar uma passagem para viajar sozinha, toda mulher pode fazer, mas o que eu ofereço é o ‘algo a mais’, como trajetos seguros, companhias interessantes, pessoas com o mesmo interesse”.
Como escolher e trabalhar um segmento
Caresia explica que só trabalha com viagens para mulheres, mas poderia citar pelo menos 20 nichos de viagens que podem ser explorados. Para quem quer começar a investir nesse ramo segmentado, Caresia dá algumas dicas com base na sua experiência de vida.
A primeira parte da construção é não “se jogar” em qualquer potencial oportunidade, é preciso se identificar com o nicho que o profissional vai representar, ter elementos que mais tarde vão dar credibilidade a esse profissional, pois ele sabe o que está falando. Outro ponto é estudar o nicho escolhido fazendo cursos, vivenciando a experiência, procurando outras empresas, tendo um preparo técnico para as soluções que serão apresentadas a cada ‘dor’. “Fiz faculdade de turismo, curso de guia, todos os cursos de empreendedorismo que apareceram e muitos do Sebrae, e bati na porta de muito acelerado para entender aonde eu poderia atuar, apesar de a minha empresa ter sete anos e estar consolidada, hoje eu faço mestrado em turismo, então as portas se abrem sempre que tem espaço para algo novo”, revela.
Além disso, ela explica que, no caso do turismo segmentado, nem é preciso que a oferta do serviço seja sempre montar grupos de excursões para esse ou aquele público, o profissional pode, por exemplo, prestar serviços especializados pontuais dentro de viagens que já vão acontecer. Dá, como exemplo, a vez em que quis ir num determinado Festival de Cinema durante uma das suas viagens e quase se matou para conseguir um ingresso, então porque não ser uma agência especializada em ingressos para Festivais de Cinema no mundo ou em partidas de futebol ou em maratonas de corrida. Para essa última, ela argumenta que adora correr, já correu em 8 países e não conhece nenhuma agência que leve turistas para correr pelo mundo.
Por fim, duas dicas importantes. A primeira é “entenda o mercado pós-pandemia em cada país” para evitar surpresas. E a segunda é “nunca é tarde para começar”, refletindo sobre sua experiência de largar 17 anos de uma carreira concursada e super estável para ser empreendedora da sua própria empresa de turismo para mulheres.
Se você já trabalha com turismo ou pretende investir na carreira, acesse esse material do Sebrae para compreender como é esse marcado, as exigências legais para ser um guia de turismo, e entender onde investir e como divulgar o seu produto.
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias/mei-guia-turistico,40003b70685ad710VgnVCM100000d701210aRCRD#apresentacao-de-negocio
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