Confira uma ideia de negócio completa sobre Como montar uma oficina mecânica. Abaixo dividimos o conteúdo em tópicos como mercado, custos, pessoas, investimentos, divulgação, exigências legais e mais dicas.
1 - O que é?
Oficina Mecânica, é um ramo de atividade que visa o conserto e a manutenção de automóveis. Dentre os serviços prestados pelas Oficinas Mecânicas, podemos citar:
- Troca de Óleo e Lubrificantes;
- Alinhamento e Balanceamento;
- Regulagem de Motores;
- Sistemas de direção;
- Ar-condicionado;
- Escapamento;
- Direção Hidráulica;
- Sistemas eletrônicos.
O fim do incentivo do governo para aquisição do veículo novo ocorrido em 2012 e 2013 e a recente crise econômica vem ocasionando o aumento do tempo de permanência do veículo usado pelo proprietário que atualmente está em cerca de 9 anos e 6 meses, segundo relatório do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), 2018. Dessa forma, conforme os prazos de garantia de manutenção nas concessionárias vencem (média de três anos), cresce a demanda por reparação nas oficinas mecânicas. Ao mesmo tempo, o avanço da internet e a grande quantidade de informações técnicas e de mercado tornam o brasileiro mais consciente sobre seus direitos, tornando-o mais exigente quanto à qualidade nos serviços, preço justo e responsabilidade social e ambiental das empresas. Portanto, é fundamental que seja adotado um modelo de oficina mecânica bem diferente daquele de alguns anos atrás: desorganizado, que causa desconfiança e muitas vezes desrespeitoso.
A oficina mecânica nos dias de hoje deve ter um ambiente limpo, organizado e seguro e o empresário e seus colaboradores devem se engajar sempre na transparência e eficiência do processo, na qualidade dos serviços e no atendimento. Além disso, o veículo vem apresentando cada vez mais avanços tecnológicos e exige precisão no reparo. Portanto, a equipe deve ser qualificada, os processos bem definidos e os equipamentos sempre calibrados e atualizados.
Mais informações sobre a viabilidade comercial de uma oficina mecânica podem ser obtidas por meio da elaboração de um plano de negócios. Para a construção deste plano, consulte o Sebrae mais próximo.
2 - Mercado
O mercado consumidor dos serviços de uma oficina mecânica, ou seja, o conjunto dos clientes é constituído por proprietários particulares de automóveis e clientes corporativos, incluindo-se seguradoras, cooperativas de transporte, empresas ou pessoas que possuem diversos carros ou frota própria de veículo, tais como órgãos públicos, empresas de energia, telefonia etc.
Oportunidades
A cada dia que passa a quantidade de automóveis nas ruas aumenta. A estimativa do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) da frota de veículos no final de 2018 era de cerca de 44,8 milhões, sendo 37 milhões de automóveis. Estes números demonstram a grandeza do setor, que mantém 1 veículo para cada 5 habitantes.
Embora a venda de carros novos contribua para a renovação da frota, 72% dos veículos têm mais de 5 anos de idade. A idade média da frota é de 9 anos e 6 meses, elevando a procura por serviços de manutenção e reparo.
Um outro ponto significativo desse mercado, é a quantidade média de quilometragem percorrida por pelos motoristas brasileiros, que segundo levantamento elaborado pelo KBB Brasil 2019, plataforma especializada em precificação de automóveis novos e usados, é de 12,9 mil km por ano, o que demanda uma frequente manutenção dos veículos, como exemplo, podemos citar veículos que utilizam o Óleo Mineral no motor, pois o mesmo deve ser trocado a cada 5.000 km.
Ameaças
As montadoras têm oferecido modelos de automóveis cada vez mais sofisticados tecnologicamente, com mais sensores e atuadores, centrais multimídia de informação, entretenimento e computação embarcada, que demandam conhecimentos específicos das fábricas e, dessa forma, um aumento nos custos com treinamento e equipamentos.
Outros dois fatores de ameaça são:
- A chegada de franquias especializadas, com grandes estruturas de atendimento em redes espalhadas pelo país;
- As próprias concessionárias que estão oferecendo serviços mais baratos e alguns “pacotes” de revisão para fidelizar o cliente. Ou seja, como todo negócio a ser implantado, existem riscos, portanto recomenda-se a realização de ações de pesquisa para avaliar a procura por este tipo de serviço e a concorrência. Seguem algumas sugestões:
- Pesquisa em fontes como prefeitura, guias, IBGE e associações de bairro para quantificação do mercado-alvo;
- Contato com Sindicatos e associações de classe;
- Pesquisa a jornais e revistas especializados;
- Visita aos concorrentes diretos, identificando os pontos fortes e fracos dos estabelecimentos que trabalham no mesmo nicho;
- Participação em seminários especializados.
3 - Localização
De acordo com Miguel Daud e Walter Rabelo, no livro Marketing de Varejo (2006) “estar no lugar certo é meio caminho andado para realizar boas vendas”. Por isso, é muito importante a localização do negócio. A quantidade de pessoas que passam ao redor da oficina mecânica é um dos pontos a ser considerado. Ou seja, a análise da localização da oficina é uma das decisões mais importantes para o negócio.
Primeiramente, é importante conhecer a Lei de Zoneamento ou o Plano Diretor do Município para a instalação de oficinas e que também o local seja adequado para o atendimento da legislação ambiental nas esferas federal, estadual e municipal, pois a oficina gera resíduos que podem contaminar o meio ambiente. Inclusive, é importante incluir no planejamento da construção ou reforma do local os custos das adaptações para atendimento à legislação, como por exemplo, a instalação do sistema separador de óleo ou da cabine de pintura, no caso de funilaria.
Outro aspecto relevante na escolha do local de instalação da oficina é a concentração de empresas semelhantes ou complementares, que atraiam para aquele local clientes com o perfil atendido pelo seu negócio, como lojas de autopeças, lava-jatos, estacionamentos, revenda de veículos, locadoras e outras oficinas.
A dimensão do estabelecimento deve observada de acordo com a especialidade a ser ofertada e considerando áreas de segurança para o cliente e funcionários, assim como o fluxo de pessoas que otimize o trabalho e corresponda à sequência mais comum de atividades de reparação. É comum oficinas que trabalhem com alguns serviços mais rápidos e outros que demandem mais tempo, portanto, vale a pena considerar espaços de espera do veículo, assim como alguns que facilitem a entrada e saída de veículos para os serviços expressos. Deixar veículo ocupando área de trabalho sem necessidade provoca filas e atrapalha o fluxo dos colaboradores.
Conveniência e acesso fácil também são fatores fundamentais para que o consumidor escolha uma oficina, pois ele procura praticidade e segurança. Então, além dos aspectos citados, devem-se considerar:
- O objetivo do negócio;
- Público-alvo que se quer atingir;
- População dos arredores;
- Concorrência existente ou potencial nas redondezas;
- Condições do imóvel; e
- Vias de acesso.
Outras perguntas também são cabíveis:
- O imóvel atende às necessidades operacionais referentes à localização, capacidade de instalação do negócio, possibilidade de expansão, características da vizinhança e disponibilidade dos serviços de água, luz, esgoto, telefone e internet?
- O ponto é de fácil acesso, dispõe de estacionamento para veículos, local para carga e descarga de mercadorias e conta com serviços de transporte coletivo nas redondezas?
- O local está sujeito a inundações ou próximo a zonas de risco?
- O imóvel está legalizado e regularizado nos órgãos públicos municipais?
- A planta do imóvel está aprovada pela Prefeitura?
- Houve alguma obra posterior, aumentando, modificando ou diminuindo a área primitiva?
- As atividades a serem desenvolvidas no local respeitam a legislação?
- Os pagamentos do IPTU referentes ao imóvel encontram-se em dia?
4 - Exigências Legais
Além de conhecer sobre o funcionamento do negócio, é necessário contratar um contador profissional para obter registros, alvarás e fornecer informações legais sobre o novo negócio, enquanto o empreendedor se dedica a outras questões do empreendimento. Antes de abrir o negócio será necessário:
- Registros na Secretaria de Receita Federal, para obtenção do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);
- Registros na Junta Comercial;
- Registros na Receita estadual, para obtenção da inscrição estadual;
- Registros na prefeitura, para obtenção do Alvará de Localização e de Licença Sanitária;
- Registros na Secretaria Estadual da Fazenda;
- Enquadramento na Entidade Sindical Patronal em que a empresa se encaixa (é obrigatório o recolhimento da Contribuição Sindical Patronal por ocasião da constituição da empresa até o dia 31 de janeiro de cada ano);
- Cadastro na Caixa Econômica Federal (CEF) no sistema Conectividade Social;
- Autorização do Corpo de Bombeiros – CBM;
- Cadastro Municipal de Vigilância Sanitária (CMVC), do Sistema Estadual de Vigilância Sanitária (Sevisa).
Toda oficina mecânica é obrigada a ter a licença ambiental, e está sujeita à legislação ambiental federal, estadual e municipal, principalmente em relação às emissões atmosféricas (ruídos, fumaça e outras), ao uso de pistola de pressão (pinturas), disposição de resíduos sólidos e efluentes líquidos (óleo, graxa e outras). O processo de licenciamento ambiental, instituído pela Lei Federal 6.938/81 e Resolução n° 237, de 19 de dezembro de 1997, é constituído de três tipos de licença: Licença Prévia; Licença de Instalação e Licença de Operação. Em geral, uma das exigências do licenciamento ambiental é a adequação do empreendimento à legislação e às normas técnicas vigentes, como a instalação de sistema separador de óleo e cabine de pintura.
Segue a documentação mínima necessária para a solicitação da Licença Prévia:
- Documento de solicitação preenchido: fornecido pelo órgão ambiental (estadual ou municipal) competente;
- Procuração: quando for o caso de terceiros representando a empresa, apresentar o documento assinado pelo responsável da empresa;
- Cópia do contrato social, registrado na Junta Comercial do Estado;
- Certidão de uso e ocupação do solo emitida pela Prefeitura Municipal, com prazo de validade;
- Manifestação do órgão ambiental municipal;
- Comprovante de fornecimento de água e coleta de esgotos;
- Memorial de Caracterização do Empreendimento;
- Plantas e Anotação de Responsabilidade Técnica (ART);
- Croqui de localização – indicando o uso do solo e construções existentes nas imediações do empreendimento, em um raio mínimo de 100 metros;
- Disposição física dos equipamentos (layout);
- Fluxograma do processo produtivo;
- Mapa de acesso ao local, com referências;
- Roteiro de acesso até o local licenciado para permitir a inspeção no local;
- Outorga de implantação do empreendimento, se houver captação de águas subterrâneas ou superficiais ou lançamento de efluentes líquidos em corpo d’água;
- Anuência da empresa concessionária/permissionária, se o empreendimento pretende se instalar próximo a rodovias e lançar suas águas pluviais na faixa de domínio dessas rodovias.
Para solicitações em área rural, a seguinte documentação também deverá ser entregue:
- Matrícula do imóvel contendo a averbação da Reserva Legal, ou documentação necessária à instituição da Reserva Legal (planta planialtimétrica georreferenciada contendo demarcação do perímetro da Reserva Legal, ART do responsável técnico e registro da propriedade);
- Se houver curso d’água ou nascente, em um raio de 100 metros do empreendimento, apresentar croqui detalhado, indicando a distância das edificações em relação ao(s) corpos(s) d’água e/ou nascente(s).
Atenção: A lista de documentos pode variar, consulte o órgão ambiental competente do seu estado, município ou distrito e certifique-se de que possui todos os documentos necessários. Além disso, todas as licenças ambientais incluem condições de validade (condicionantes ou restrições técnicas) gerais e específicas que são citadas no documento de licença.
Importante:
– Para a instalação do negócio é necessário realizar consulta prévia de endereço na Prefeitura Municipal/Administração Regional, sobre a Lei de Zoneamento.
– É necessário observar as regras de proteção ao consumidor, estabelecidas pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC).
– A Lei 123/2006 (Estatuto da Micro e Pequena Empresa) e suas alterações estabelecem o tratamento diferenciado e simplificado para micro e pequenas empresas. Isso confere vantagens aos empreendedores, inclusive quanto à redução ou isenção das taxas de registros, licenças etc.
O Sebrae local poderá ser consultado para orientação
5 - Estrutura
Para abrir uma Oficina Mecânica não é necessário ter todos os equipamentos e estrutura completa. Pode-se começar devagar e aos poucos continuar investindo. A estrutura do negócio tem relação com os serviços que serão realizados e necessita de espaço suficiente para a acomodação de vários veículos, além dos equipamentos e peças de reposição. Para uma área de 200 m2, o imóvel pode ser dividido em sala de espera, escritório, almoxarifado, área de reparação, banheiros e vestiários para os funcionários.
Além de comportar os veículos para reparação, a área de reparação deve ter espaço para o recebimento do veículo, serviços rápidos – quando houver –, circulação das máquinas e funcionários, sinalização de segurança e equipamentos de proteção coletiva e individual, armários e painéis para organização e identificação de equipamentos e ferramentas, materiais de primeiros socorros, lixeiras coloridas e específicas para cada tipo de resíduo sólido, entre outros itens.
O local de trabalho precisa ser limpo e organizado. O piso, a parede e o teto devem estar conservados e sem rachaduras, goteiras, infiltrações, mofos e descascamentos. O piso deve ser de alta resistência e durabilidade, além de fácil manutenção. Tons claros são adequados para lugares pequenos, pois proporcionam a sensação de amplitude. Texturas e tintas especiais na fachada externa personalizam e valorizam o ponto.
Reduza os custos com água, adotando reúso da água da chuva para emprego interno, na lavagem de peças, do piso e uso nas descargas dos banheiros. Lembre-se de que essa água não é potável e de informar à concessionária local sobre essa ação. A economia de eletricidade também poderá ocorrer por meio da instalação de telhas translúcidas em, no máximo, 5% da área de cobertura para gerar boa iluminação com pouco aquecimento, mas mantendo o nível de iluminação adequado ao trabalho a ser realizado, utilizando de forma complementar lâmpadas e luminárias de alta eficiência energética. Outra boa alternativa é utilizar circuitos independentes para utilização de iluminação parcial e por setores. Instale sensores de presença e timer para controle da iluminação externa (letreiros luminosos).
O seu negócio pode investir em um espaço especialmente projetado para acolher o cliente, enquanto ele aguarda a entrega do seu veículo. Um mobiliário confortável e comodidades como televisão, revistas, café, água, máquinas para compras de alimentos e outras utilidades (vending machines), Wi-Fi, entre outros serviços, tornam o momento de espera mais agradável e ainda podem gerar uma renda adicional ao fidelizar os clientes. Os banheiros devem ser constantemente limpos com instalações sem danos. É importante lembrar que o seu negócio deve ser acolhedor ao cliente e a sua família e adequado para portadores de deficiência.
Planejar bem a fachada e a entrada no espaço para triagem ajuda a criar uma experiência em que o cliente possa estacionar com facilidade e entregar o veículo para avaliação. A fachada deve estar sempre limpa e identificada de acordo com a legislação.
Profissionais qualificados (arquitetos, engenheiros, decoradores) poderão ajudar a definir as alterações a serem feitas no imóvel escolhido para funcionamento da oficina, orientando em questões sobre layout, ergometria, fluxo de operação, iluminação, ventilação etc.
6 - Pessoas
A escolha de profissionais que irão trabalhar no empreendimento precisa ser feita com muita responsabilidade, pois são estes colaboradores que irão atender os clientes do novo empreendimento e fazê-los voltar ou não. Uma seleção de funcionários bem-feita e um bom ambiente de trabalho terá reflexo direto na imagem da empresa aos olhos de todos. É importante reforçar a relação entre a empresa e seus colaboradores em elevados padrões de ética e respeito profissional. A valorização dos esforços e metas atingidas é tão importante quanto à motivação ao longo do caminho. Cada colaborador é parte importante na trilha da sustentabilidade da sua oficina. Reúna a equipe e comemore resultados.
A quantidade de funcionários está relacionada ao porte do empreendimento, observando que devem ser adequados ao tipo de serviço que será oferecido e com o horário de funcionamento. Para a estrutura sugerida de 200 m2, a oficina mecânica exige a seguinte equipe:
- Proprietário: responsável pelo atendimento aos clientes e acompanhamento da prestação dos serviços. Deve ter conhecimento da gestão do negócio, do processo produtivo e do mercado. Pode atuar nos procedimentos mais delicados e deve acompanhar o trabalho administrativo;
- Administrativo/atendente: responsável pelas atividades administrativas, financeiras, de controle de estoque de peças e agendamento dos serviços. Precisa ser educado e prestativo, pois representa a imagem da empresa perante o público externo.
Dependendo da especialidade da empresa:
- Mecânico: profissional com especialização técnica em veículos automotores. Deve ter conhecimento técnico, noções gerais de física, matemática e informática para veículos, metodologia na hora do conserto e qualidade no atendimento;
- Eletricista: profissional com especialização técnica em elétrica automotiva. Deve ter conhecimento técnico, noções gerais de componentes elétricos e eletrônicos e circuitos elétricos, além de metodologia na hora do conserto e qualidade no atendimento;
- Alinhador e balanceador: profissional com especialização técnica em alinhamento e balanceamento automotivo. Deve ter conhecimento de sistemas de direção, procedimentos de montagem e desmontagem e técnicas de ajustagem.
É opcional ter uma pessoa para fazer os orçamentos e recepção de clientes. Este profissional geralmente ganha uma comissão sobre o valor dos serviços por ele captados.
Como em todo negócio, o fator humano é muito importante para o sucesso de uma oficina mecânica. Os técnicos devem ser qualificados e comprometidos com o serviço. A contratação de mecânicos competentes e com boa experiência pode garantir a excelência dos serviços prestados, fator fundamental para firmar a empresa no mercado.
Uma referência importante é a norma ABNT NBR 15681, que trata da qualificação do mecânico de manutenção. Ela apresenta competências e padrões de desempenho para os serviços de diagnóstico, manutenção preventiva e manutenção corretiva, assim como os fluxos de capacitação.
O atendimento é um item que merece atenção especial do empreendedor, visto que nesse segmento de negócio há uma tendência ao relacionamento de longo prazo com os clientes. E os clientes satisfeitos ajudam na divulgação do serviço para outras pessoas.
De acordo com o horário de funcionamento e com o volume de trabalho, pode ser necessária a contratação de mais mecânicos auxiliares. Essa expansão do negócio precisa ser planejada conforme o aumento do faturamento.
A apresentação pessoal é fator critico para consolidar a imagem da empresa para o cliente, ainda mais neste ramo de negócio, demonstrando que mesmo manuseando graxa, o cuidado com a limpeza, uso de uniformes, higiene e asseio são elementos valorizados por todos os empregados.
É importante também promover ações que beneficiem a saúde dos colaboradores e tenha certeza de que os trabalhos estão sendo realizados de forma segura. Atenda às Normas Regulamentadoras, como a NR 7 – de Saúde Ocupacional, a NR 9 – Mapa de Riscos da Empresa, a NR 6 – EPI (Equipamentos de Proteção Individual) e a NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos). O treinamento de profissionais aumenta o comprometimento com a empresa, eleva o nível de retenção de funcionários, melhora a performance do negócio e diminui os custos trabalhistas com a rotatividade de pessoal. Certificações e diplomas concedidos por institutos de qualidade automotiva e outras entidades de capacitação conferem credibilidade e excelência aos serviços prestados. Algumas montadoras e concessionárias também oferecem cursos de mecânica. Além do aspecto técnico, a capacitação dos colaboradores deve desenvolver as seguintes competências:
- Capacidade de percepção para entender e atender às expectativas dos clientes;
- Agilidade e presteza no atendimento;
- Capacidade de apresentar e vender os serviços da oficina;
- Motivação para crescer com o negócio.
Deve-se estar atento para a Convenção Coletiva do Sindicato dos Trabalhadores nessa área, utilizando-a como balizadora dos salários e orientadora das relações trabalhistas, evitando, assim, consequências desagradáveis.
O empreendedor pode participar de seminários, congressos e cursos direcionados ao seu ramo de negócio, para manter-se atualizado e sintonizado com as tendências do setor.
Finalmente, reserve tempo em sua agenda para fazer ações na comunidade, como participar de doações de sangue, campanhas do agasalho e comemorações tradicionais.
O Sebrae da localidade poderá ser consultado para aprofundar as orientações sobre o perfil do pessoal e treinamentos adequados.
7 - Equipamentos
Ter uma oficina equipada é importante, mas é necessário manter tudo em ordem e operado por gente capacitada e com proteção coletiva e individual adequada. É fundamental a utilização dos equipamentos para reparação recomendados pelas montadoras para os modelos e sistemas a serem atendidos pela oficina, pois garantem a qualidade do serviço prestado.
Eles devem estar sempre em bom estado de conservação, limpos e com local apropriado de armazenagem, além de terem manutenção preventiva, plano de lubrificação – quando aplicável, calibração e aferições.
Na sua aquisição, deve ser verificada a oferta de treinamento, assistência técnica acessível, orientações de manuseio e manutenção devendo ser homologado pelo Inmetro ou Ipem. Os equipamentos e ferramentas devem ter etiqueta e marcação fixa identificando o tipo, modelo e aplicação.
Deve-se manter atualizado um relatório de equipamentos com histórico de uso, datas e prazos de aferições.
Eles devem ser armazenados corretamente nos estojos, só devendo ser retirados quando usados, não os deixando sob poeira ou risco de contaminação por graxa, evitando trabalhar com os instrumentos com a mão suja.
Ferramentas de uso exclusivo devem ser identificadas e controladas e as especiais de uso coletivo devem ser guardadas em um ambiente separado com pessoa responsável e procedimentos específicos de retirada.
Deve-se dispor o equipamento e ferramentas nas proximidades do local de uso. Equipamentos e ferramentas importantes:
- Analisador de gases (Otto) ou opacímetro (Diesel);
- Aparelho de geometria: rampa portátil ou fazer varas;
- Aparelhos de Medição e Verificação;
- Armários para mecânicos, expositores e ferramenteiros;
- Balanceadora de pneus;
- Bancadas de trabalho equipadas com gavetas e tornos nº 5;
- Bomba manual de lubrificação;
- Bomba manual de vácuo;
- Busca polos 12 V;
- Cabos para baterias;
- Caixotes para lixo;
- Calibrador de pneus (de parede ou tipo portátil);
- Carro para distribuição – óleo caixa de velocidades;
- Cavaletes / preguiças;
- Compressor de ar de 140 Lbs;
- Conjunto de brocas (de 1 a 10 mm);
- Conjuntos de equipamentos de ensaio e controle;
- Conjunto de ferramenta em caixa de uso individual (conjunto por mecânico);
- Conjunto de ferramentas, de uso coletivo, inerente a cada uma das especialidades;
- Conjunto de machos e caçonetes (sistema métrico e inglês);
- Conjunto de manutenção de baterias;
- Controlador de circuitos elétricos;
- Controle e diagnóstico;
- Desmontadora de pneus;
- Elevadores automotivos;
- Encolhedor de molas: tipo vertical, pneumático;
- Encolhedor de molas manual;
- Esmeriladora de bancada;
- Estrados de trabalho;
- Ferramentas especiais: para a substituição de buchas, e para cada montadora (marca do veículo), existe uma ferramenta determinada;
- Ferramentas genéricas: chave de roda, jogo de soquetes, jogo de chave de boca, jogo de chaves estrelas, jogo de chave combinada, chaves Alem, chaves de fenda, alicates de vários tamanhos;
- Fresas (cônica – cilíndrica);
- Goniômetro;
- Grua hidráulica rol. articulada 500 kg;
- Macaco móvel p/ ext. cx. Velocidades;
- Mala para testes / ensaios de diagnóstico ao motor e sistemas;
- Manômetro para aferição de pressões de motor, combustível e arrefecimento;
- Máquina de alta pressão;
- Máquina de furar de bancada;
- Máquina de limpeza de pisos;
- Micrômetro;
- Multímetro digital;
- Paquímetro 1/50;
- Pistola pneumática;
- Prensa de 25 toneladas;
- Recuperador de óleo com bomba transversal;
- Relógio comparador;
- Régua de mecânico 1/50 – 600 mm;
- Soldadura e corte;
- Tabuleiro para circuito de arrefecimento;
- Torquímetro.
Grande parte dos veículos atuais dispõe de controladores eletrônicos que integram sensores e atuadores voltados à melhoria de desempenho do veículo, conforto e segurança do motorista. E para o diagnóstico de reparação nos sistemas ligados a esse controle é utilizado o scanner, que varia em termos de funcionalidade, dependendo do sistema a ser avaliado e modelo do veículo.
Principais equipamentos de segurança são:
- Luva de látex;
- Luva de malha quatro fios;
- Luva de vaqueta;
- Óculos de proteção
- Protetor auricular tipo concha ou de inserção (silicone ou espuma);
- Botina de vaqueta solado PU injetado;
- Avental de raspa;
- Mangote de raspa;
- Perneira de raspa;
- Luva de raspa;
- Protetor facial incolor;
- Máscara de solda (manual ou automática);
- Óculos para solda oxi-acetilenica;
- Cremes de proteção;
- Máscara respiratória para fumos metálicos;
- Máscara de lixamento modelo PI e PII;
- Máscara para pintura;
- Macacão Tyvec para pintura.
Cabe ressaltar a importância dos equipamentos de proteção contra incêndio e o treinamento adequado para sua utilização.
É importante também considerar no planejamento as estruturas da sala de estar, atendimento, estoque, vestiário e outros.
Ao fazer o layout da oficina, o empreendedor deve levar em consideração a ambientação, ventilação e iluminação. Na área externa, deve-se atentar para a fachada, letreiros, carga e descarga, entradas, saídas e estacionamento.
8 - Matéria Prima ou mercadorias
O comércio de autopeças faz parte do cotidiano de muitas oficinas mecânicas, pois está associado ao próprio serviço de reparação, podendo chegar a 70% do seu faturamento. Em alguns casos, a empresa mantém o estoque de autopeças. Portanto, é fundamental a sua gestão adequada.
A gestão de estoques no varejo é a procura do constante equilíbrio entre a oferta e a demanda. Esse equilíbrio deve ser sistematicamente aferido, entre outros, pelos seguintes três importantes indicadores de desempenho:
Giro dos estoques: o giro dos estoques é um indicador do número de vezes em que o capital investido em estoques é recuperado nas vendas. Usualmente é medido em base anual e tem a característica de representar o que aconteceu no passado. Obs.: Quanto maior for a frequência de entregas dos fornecedores, logicamente em menores lotes, maior será o índice de giro dos estoques, também chamado de índice de rotação de estoques.
Cobertura dos estoques: o índice de cobertura dos estoques é a indicação do período de tempo que o estoque, em determinado momento, consegue cobrir as vendas futuras, sem que haja suprimento.
Nível de serviço ao cliente: o indica dor de nível de serviço ao cliente para o ambiente do varejo de pronta entrega, isto é, aquele segmento de negócio em que o cliente quer receber a mercadoria, ou serviço, imediatamente após a escolha; demonstra o número de oportunidades de venda que podem ter sido perdidas, pelo fato de não existir a mercadoria em estoque ou não se poder executar o serviço com prontidão.
Portanto, o estoque dos produtos deve ser mínimo, visando gerar o menor impacto na alocação de capital de giro. O estoque mínimo deve ser calculado levando-se em conta o número de dias entre o pedido de compra e a entrega dos produtos na sede da empresa.
Observado o “giro” dos produtos, deve ser avaliada a necessidade de manter um nível de estoque para garantir a reposição. O empreendedor deverá tomar o máximo de cuidado para não manter altos níveis de estoque ou produtos sem rotatividade, evitando encalhe.
Um problema comum que ocorre na relação entre fornecedores de autopeças e oficinas é a devolução por pedido com especificação equivocada ou perda por instalação inadequada. Dessa forma, a capacitação dos colaboradores e dos fornecedores é fundamental para reduzir essas perdas. Outra capacitação importante é no tema Vendas, pois no contato com o cliente podem surgir boas oportunidades. É importante lembrar que deve ser investigada a procedência da autopeça e que deve ser certificada pelos órgãos competentes. E quando o cliente levar a autopeça para reparação, deve se responsabilizar por qualquer dano. Caso haja alguma evidência de incompatibilidade da peça ou mau estado, é importante que o serviço seja recusado e o cliente orientado para não incorrer em problemas maiores.
Para respaldar o técnico nos diagnósticos e manutenções, devem ser utilizadas as Normas Técnicas voltadas aos sistemas do veículo.
Finalmente, existe a oportunidade da venda de outras mercadorias acessórias como produtos para limpeza de vidro, aditivos, entre outros, que além de atenderem mais à expectativa do cliente, podem gerar ganhos extras. A sala de espera do cliente também pode oferecer vários produtos ou serviços, como alimentos e bebidas, desde que preparadas para esse fim.
9 - Processo Produtivo
Os processos produtivos de uma Oficina Mecânica podem ser resumidos em: Atendimento ao cliente – é o primeiro contato com o cliente, geralmente se dá com a entrada do veículo na oficina ou por telefone, site ou e-mail. É importante oferecer ao cliente uma sala de espera, com café, água, revistas e televisão, pois aumenta o seu conforto enquanto aguarda a entrega do automóvel.
- Avaliação e diagnóstico – Na avaliação e diagnóstico, o mecânico ou orçamentista preenche uma lista de verificação e entrevista o cliente sobre os problemas apresentados, efetuando testes eletrônicos e visuais, observando quais serviços devem ser feitos. É importante que essa lista extrapole os problemas apontados, pois é comum existirem problemas de segurança do veículo e emissão de poluentes que devem ser observados e relatados ao cliente, além de apresentarem oportunidades de contratação de outros serviços. Finalmente é realizada a confecção do orçamento e a abertura da ordem de serviço.
- Reparo do veículo – pode envolver a desmontagem de partes do veículo, aquisição de novas peças, reparo de peças danificadas, remontagem e teste. Os serviços devem ser prestados de acordo com Normas Técnicas específicas para reparação, que orientam no reparo, evitam danos na peça de reposição e sistemas associados, bem como respaldam legalmente o empresário em caso de algum problema futuro apresentado inadequadamente pelo cliente no sistema reparado. Especial atenção deve ser dispensada às partes mais frágeis do veículo, como vidros, estofados e acessórios. Segundo o Código de Defesa do Consumidor, os serviços executados possuem três meses de garantia.
- Administração – este processo destina-se às atividades administrativa e financeira e abrange o faturamento, o controle de caixa, o controle de contas a receber e cobranças, a compra de insumos, o controle de contas a pagar de fornecedores, a prestação de informações ao escritório contábil e outras que o empreendedor julgar necessárias para o bom andamento do empreendimento.
- Entrega do veículo – deve ser realizado um controle de qualidade dos serviços apontados inicialmente e realizados, observando-se valores gerados em diagnóstico e a solução dos problemas identificados na lista de verificação e que foram apontados pelo cliente. Antes da entrega final, lavar o automóvel interna e externamente é um diferencial. É realizado o pagamento e a emissão da nota fiscal. Nesse momento é importante a oferta de brindes com a marca da empresa e outras ações de fidelização. Algum tempo depois da entrega do veículo, pode-se realizar uma pesquisa de satisfação acompanhada de ações de reforço de pontos positivos e eliminação de negativos. Também é fundamental a existência de um processo de recebimento e tratamento de reclamações.
A emissão da nota fiscal. Tanto o recebimento do veículo para o conserto quanto a sua entrega ao cliente devem ser vistoriados por um funcionário.
10 - Automação
Há no mercado uma grande oferta de sistemas informatizados para gerenciamento de pequenos negócios. Esses sistemas irão auxiliar o empreendedor na sua tomada de decisão, pois oferece informações e análises com qualidade e confiabilidade. Para uma produtividade adequada, devem ser adquiridos sistemas que permitam todo o acompanhamento do processo de reparação, com o cadastro, ficha e histórico de manutenções e que estejam integrados a cadastro de clientes, controle de estoque, ferramentas de controle financeiro, de pessoal e de fidelização.
Com essas ferramentas instaladas e integradas, é possível ter acesso a pesquisas, estatísticas, relatórios e gráficos para uma gestão eficiente de uma oficina mecânica. O custo de aquisição tem grande variação de preço e pode custar de zero a R$ 2.500,00, devendo ser pesquisado com os usuários e adequado à realidade da empresa.
Podem ser encontrados em sites na internet, que oferecem downloads grátis ou em empresas especializadas. Muitos desses sistemas informatizados, além do custo de aquisição, cobram taxa de manutenção mensal, também variando bastante de preço. Assim, quando for adquirir um software, é necessário avaliar se grande parte das funcionalidades oferecidas serão utilizadas. Caso contrário, a relação custo-benefício pode não compensar o investimento.
Seguem alguns software pagos e gratuitos que podem auxiliar na gestão da Oficina Mecânica:
- CIAF Automotivo 4.01
- Oficina integrada
- Ultracarweb
- Gestão Comercial Mecânicas 3.1
- Workmotor Free
- Onmotor
- Minha Oficina
- AutoService 1.0.00
- Criasoft Oficina mecânica 6.7.0.0
- Programa OS Oficina Mecânica com Check List, Vendas, Estoque e Financeiro 5.0 Plus.
- SHOficina 3.88D
- Insertsoft BOX 5.3.6.1
11 - Canais de distribuição
O canal de distribuição é a forma que o vendedor comercializa seu produto ou serviço ao usuário.
No caso da oficina mecânica, o usual é o canal direto, ou seja, a própria oficina. O cliente leva seu veículo até a oficina para reparo ou manutenção, onde os profissionais estão à disposição com todos os equipamentos necessários. Existem alguns casos em que o funcionário da empresa busca o veículo na localização do cliente.
Outro canal possível é o serviço domiciliar. Atualmente existem equipamentos portáteis, que apesar de não oferecerem a mesma qualidade de equipamentos existentes dentro de uma oficina, oferecem benefícios semelhantes e podem representar um “socorro” imediato. Neste caso, o valor cobrado pelo serviço pode ser maior, em virtude da comodidade para o cliente.
Algumas empresas também têm oferecido o serviço de consultoria para apoio na compra de veículos usados. Assim, o cliente leva o consultor até o estabelecimento de revenda para analisar tecnicamente o estado do veículo e realizar a melhor compra.
12 - Investimentos
Investimento compreende todo o capital empregado para iniciar e viabilizar o negócio até o momento de sua autossustentação. Pode ser caracterizado como:
- Investimento fixo – compreende o capital empregado na compra de imóveis, equipamentos, móveis, utensílios, instalações, reformas etc.;
- Investimentos pré-operacionais – são todos os gastos ou despesas realizados com projetos, pesquisas de mercado, registro da empresa, projeto de decoração, honorários profissionais, compra inicial e outros;
- Capital de giro – é o capital necessário para suportar todos os gastos e despesas iniciais, geradas pela atividade produtiva da empresa. Destina-se a viabilizar as compras iniciais, pagamento de salários nos primeiros meses de funcionamento, impostos, taxas, honorários de contador, despesas de manutenção e outros.
O valor do investimento necessário para montar uma Oficina Mecânica irá variar de acordo com o valor do ponto comercial, benfeitorias necessárias e equipamentos utilizados. Por essa razão, o ideal é a elaboração de um Plano de Negócio, onde os recursos necessários para os objetivos estabelecidos poderão ser determinados. Sem considerar o pagamento de “luvas” pela aquisição do ponto comercial, onde o negócio será instalado, para uma Oficina de aproximadamente 200 m² e capacidade para acomodar 1 veículo em elevador automotivo, 1 veículo na troca de óleo, 1 veículo no alinhamento e outros 2 veículos em Box de atendimento, o empreendedor deverá dispor de aproximadamente R$ 64.000,00, para fazer frente ao pagamento dos seguintes itens:
- Gastos iniciais com o imóvel:
Reforma/rampa/instalações | R$ 20.000,00 |
- Máquinas Equipamentos, ferramentas e chaves:
Analisador de gases (Otto) ou opacímetro (Diesel); | R$ 1.200,00 |
Aparelho de geometria. Alinhamento | R$ 3.000,00 |
Aparelhos de Medição e Verificação; | R$ 650,00 |
Armários para mecânicos, expositores e ferramenteiros; | R$ 300,00 |
Balanceadora de pneus; | R$ 2.100,00 |
Bancadas de trabalho e 2 tornos nº 5; | R$ 800,00 |
Bomba manual de lubrificação; | R$ 100,00 |
Bomba manual de vácuo; | R$ 250,00 |
Busca polos 12 V; | R$ 50,00 |
Cabos para baterias; | R$ 150,00 |
3 Caixotes para lixo; | R$ 90,00 |
Calibrador de pneus (de parede ou tipo portátil); | R$ 25,00 |
Carro para distribuição – coletor de óleo | R$ 250,00 |
4 Cavaletes / preguiças; | R$ 160,00 |
Compressor de ar de 140 Lbs; | R$ 1.600,00 |
Conjunto de brocas (de 1 a 10 mm); | R$ 90,00 |
Conjuntos de equipamentos de ensaio e controle; | R$ 850,00 |
3 Conjunto de ferramenta em caixa de uso individual | R$ 600,00 |
Conjunto de ferramentas, de uso coletivo | R$ 300,00 |
Conjunto de machos e caçonetes | R$ 220,00 |
Conjunto de manutenção de baterias; | R$ 100,00 |
Controlador de circuitos elétricos; | R$ 300,00 |
Desmontadora de pneus; | R$ 3.700,00 |
2 Elevadores automotivos; | R$ 12.000,00 |
Encolhedor de molas: tipo vertical, pneumático; | R$ 600,00 |
Encolhedor de molas manual; | R$ 150,00 |
Esmeriladora de bancada; | R$ 120,00 |
Estrados de trabalho; | R$ 250,00 |
Ferramentas especiais: para a substituição de buchas | R$ 350,00 |
Ferramentas genéricas: chaves, soquetes, alicates, etc | R$ 500,00 |
Fresas (cônica – cilíndrica); | R$ 100,00 |
Goniômetro; | R$ 15,00 |
Grua hidráulica rol. articulada 500 kg; | R$ 1.000,00 |
2 Macaco móvel p/ ext. cx. Velocidades; | R$ 200,00 |
Mala para testes / ensaios de diagnóstico | R$ 250,00 |
Manômetro para aferição de pressões de motor | R$ 50,00 |
Máquina de alta pressão; | R$ 600,00 |
Máquina de furar de bancada; | R$ 500,00 |
Micrômetro; | R$ 50,00 |
Multímetro digital; | R$ 20,00 |
Paquímetro 1/50; | R$ 60,00 |
Pistola pneumática; | R$ 250,00 |
Prensa de 25 toneladas; | R$ 700,00 |
Recuperador de óleo com bomba transversal; | R$ 500,00 |
Relógio comparador; | R$ 60,00 |
Régua de mecânico 1/50 – 600 mm; | R$ 40,00 |
Soldadura e corte; | R$ 2.000,00 |
Tabuleiro para circuito de arrefecimento; | R$ 150,00 |
Torquímetro. | R$ 100,00 |
Maquina limpesa de bico | R$ 1.300,00 |
- Equipamentos de segurança/uniformes;
1 kit Luva de látex; | R$ 16,00 |
1 kit Luva de malha quatro fios; | R$ 15,00 |
1 kit Luva de vaqueta; | R$ 100,00 |
3 Óculos de proteção | R$ 45,00 |
3 Protetor auricular | R$ 45,00 |
3 Botina de vaqueta solado PU injetado; | R$ 120,00 |
3 Avental de raspa; | R$ 60,00 |
3 Mangote de raspa; | R$ 45,00 |
3 Perneira de raspa; | R$ 45,00 |
1 kit Luva de raspa; | R$ 40,00 |
3 Protetor facial incolor; | R$ 90,00 |
1 Máscara de solda (manual ou automática); | R$ 30,00 |
1 Óculos para solda oxi-acetilenica; | R$ 25,00 |
Cremes de proteção; | R$ 20,00 |
1 Máscara respiratória para fumos metálicos; | R$ 33,00 |
1 Máscara de lixamento modelo PI e PII; | R$ 6,00 |
1 Máscara para pintura; | R$ 30,00 |
3 Macacão Tyvec para pintura. | R$ 75,00 |
- Móveis para sala de recepção, administração, pré-operacionais:
01 | Mesas | R$ 500,00 | R$ 500,00 |
03 | Cadeiras para escritório | R$ 150,00 | R$ 450,00 |
01 | Impressora Multifuncional | R$ 750,00 | R$ 750,00 |
01 | Computador | R$ 1.500,00 | R$ 1.500,00 |
01 | Armário | R$ 600,00 | R$ 600,00 |
01 | Telefone | R$ 100,00 | R$ 100,00 |
01 | Bebedouro | R$ 600,00 | R$ 600,00 |
03 | Cadeiras para recepção | R$ 150,00 | R$ 450,00 |
— | Contador/taxas | ————— | R$ 2.000,00 |
TOTAL DO INVESTIMENTO | R$ 64.590,00 |
A previsão de Faturamento médio mensal de uma Oficina Mecânica com as especificações acima gira em torno de R$ 25.000,00.
Obs.: vale ressaltar que estes números são estimados, não devendo, portanto, dispensar uma pesquisa detalhada para cada projeto alinhada à elaboração de um Plano de Negócio.
13 - Capital de Giro
Capital de giro é o montante de recursos financeiros que a empresa precisa manter para garantir fluidez dos ciclos de caixa. O capital de giro funciona com uma quantia imobilizada no caixa (inclusive banco) da empresa para suportar as oscilações de caixa. O capital de giro é regulado pelos prazos praticados pela empresa, são eles: prazos médios recebidos de fornecedores (PMF); prazos médios de estocagem (PME) e prazos médios concedidos a clientes (PMCC).
Quanto maior o prazo concedido aos clientes e quanto maior o prazo de estocagem, maior será sua necessidade de capital de giro. Portanto, manter estoques mínimos regulados e saber o limite de prazo a conceder ao cliente pode melhorar muito a necessidade de imobilização de dinheiro em caixa.
Se o prazo médio recebido dos fornecedores de matéria-prima, mão de obra, aluguel, impostos e outros forem maiores que os prazos médios de estocagem, somado ao prazo médio concedido ao cliente para pagamento dos produtos, a necessidade de capital de giro será positiva, ou seja, é necessária a manutenção de dinheiro disponível para suportar as oscilações de caixa. Neste caso um aumento de vendas implica também em um aumento de encaixe em capital de giro. Para tanto, o lucro apurado da empresa deve ser ao menos parcialmente reservado para complementar essa necessidade do caixa.
Se ocorrer o contrário, ou seja, os prazos recebidos dos fornecedores forem maiores que os prazos médios de estocagem e os prazos concedidos aos clientes para pagamento, a necessidade de capital de giro é negativa. Neste caso, deve-se atentar para quanto do dinheiro disponível em caixa é necessário para honrar compromissos de pagamentos futuros (fornecedores, impostos). Portanto, retiradas e imobilizações excessivas poderão fazer com que a empresa venha a ter problemas com seus pagamentos futuros.
De uma forma prática, o capital de giro é o valor necessário em caixa para que a empresa possa arcar com seus compromissos financeiros sem precisar entrar no vermelho, ou seja, é o valor em dinheiro que a empresa necessita para cobrir todos os custos até que entre novamente dinheiro em caixa.
Para se chegar ao valor do capital de giro, é necessário ter bem definido despesas futuras, como custos fixos e financiamento de vendas (cartão de crédito, cheque ou convênios com seguradoras).O desafio da gestão do capital de giro deve-se, principalmente, à ocorrência dos fatores a seguir:
- Variação dos diversos custos absorvidos pela empresa;
- Aumento de despesas financeiras, em decorrência das instabilidades desse mercado;
- Baixo volume de serviços;
- Aumento dos índices de inadimplência;
- Altos níveis de estoques.
O empreendedor deve ter um controle orçamentário rígido de forma a não consumir recursos sem previsão.
Sabendo que os números do investimento inicial já consideram a oficina equipada e que não existem custos de reposição por tratar de serviços, estima-se que a necessidade de capital de giro inicial seja baixa, representando cerca de 10% a 20% do investimento inicial, ou seja, em torno de R$ 10.000,00.
14 - Custos
São todos os gastos realizados na produção de um bem ou serviço e que serão incorporados posteriormente ao preço dos produtos ou serviços prestados, como: aluguel, água, luz, salários, honorários profissionais, despesas de vendas, matéria-prima e insumos consumidos no processo de produção.
Por isso, é fundamental:
- Redução de desperdícios;
- Compra pelo melhor preço;
- Controle de todas as despesas internas. Quanto menores os custos, maior a chance de ganhar no resultado final do negócio.
Custos variáveis
São aqueles que variam diretamente com a quantidade produzida ou vendida, na mesma proporção.
Custos fixos
São os gastos que permanecem constantes, independente de aumentos ou diminuições na quantidade produzida e vendida. Os custos fixos fazem parte da estrutura do negócio.
Abaixo é apresentada uma estimativa de custos fixos mensais típicos de uma Oficina Mecânica:
Custos Fixos | |
Salários, encargos 1 atendente 3 técnicos | R$ 8.000,00 |
Luz, água, telefone e acesso à internet | R$ 700,00 |
Impostos 6% da Receita | R$ 1.500,00 |
Produtos para higiene e limpeza da empresa e funcionários | R$ 400,00 |
Aluguel/IPTU | R$ 3.000,00 |
Contador | R$ 950,00 |
Publicidade e Marketing | R$ 500,00 |
Manutenção/Conservação equipamentos | R$ 400,00 |
Combustível, e manutenção de Veículo | R$ 700,00 |
Total | R$ 14.600,00 |
Obs.: vale ressaltar que estes números são estimados, não devendo, portanto, dispensar uma pesquisa detalhada para cada projeto alinhada à elaboração de um Plano de Negócio.
O cuidado na administração e redução de todos os custos envolvidos na compra, produção e venda de produtos ou serviços que compõem o negócio indica que o empreendedor poderá ter sucesso ou insucesso, na medida em que encarar como ponto fundamental a redução de desperdícios, a compra pelo melhor preço e o controle de todas as despesas internas. Quanto menores os custos, maior a chance de ganhar no resultado final do negócio.
15 - Diversificação ou Agregação de Valor
Realizar um serviço com um diferencial em relação aos concorrentes e ver esse diferencial ser reconhecido pelo cliente significa vantagem para uma frente em relação à concorrência. Deve ser lembrado que uma Oficina Mecânica é um negócio necessário para todos que têm veículos e esse serviço pode ser encontrado em vários lugares, por isso é importante destacar-se, ter um diferencial. Esse diferencial pode ser referente ao custo dos serviços ou pode ser referente a uma forma diferenciada de prestar o serviço.
Ciente disso, o empreendedor necessita estabelecer sua estratégia, podendo ser de custo ou de diferenciação.
Na Estratégia de Custos, em que o empreendedor pratica um preço bem mais baixo que os concorrentes, a oficina necessita ter grande escala de vendas/serviços prestados para ter lucro, afinal, não apresenta a mesma margem de lucro que locais mais caros.
Ao optar por essa estratégia, o cuidado com custos administrativos reduzidos deve ser redobrado, pois os custos irão impactar diretamente no resultado financeiro final. Além disso, é necessário que a taxa de ocupação da oficina seja alta e os horários precisam ser otimizados. Essa estratégia procura atender um consumidor que quer pagar menos, mas quer um serviço adequado e que proporcione os mesmos resultados de uma oficina mais cara. Na Estratégia de Diferenciação, deve-se pensar em oferecer algum valor agregado ao seu cliente, uma forma diferenciada de prestar o serviço. No caso de uma oficina mecânica, há várias oportunidades de diferenciação, tais como:
- Especialização em determinados serviços;
- Mão de obra uniformizada;
- Representação de fabricantes de veículos;
- Serviço de busca e entrega de clientes, entrega de veículos e guincho;
- Serviço de atendimento em domicílio;
- Credenciamento nas seguradoras;
- Serviços expressos de reparação;
- Serviços de tunning e personalização de veículos;
- Participação em licitações de órgãos públicos;
- Associação com outras oficinas para compras conjuntas de equipamentos e autopeças e divulgação publicitária;
- Certificação de qualidade da oficina;
- Implementação de ações ambientais para a coleta seletiva de lixo, reciclagem de óleo sujo, aproveitamento da água de chuva para a lavagem dos veículos;
- Investimento em sala de espera de clientes, com café, água e televisão;
- Acompanhamento do conserto pelo cliente via internet;
- Prestação de serviços para frotas de locadoras, táxis e transporte executivo;
- Especialização em automóveis importados.
A agregação de valor acontece das mais diversas formas. Um meio bastante comum é a comercialização de acessórios, peças, pneus, aditivos, limpadores etc. Outra forma muito interessante é oferecer pacotes personalizados para clientes de acordo com a quilometragem rodada, tais como: revisão programada, revisão de férias etc.
É importante pesquisar com os concorrentes para conhecer os serviços que estão sendo adicionados e desenvolver opções específicas com o objetivo de proporcionar ao cliente um serviço diferenciado. Além disso, conversar com os clientes atuais para identificar suas expectativas é muito importante para o desenvolvimento de novos serviços ou produtos personalizados, o que amplia as possibilidades de fidelizar os atuais clientes, além de cativar novos.
O empreendedor deve manter-se sempre atualizado com as novas tendências, novas técnicas, novos métodos, por meio da leitura de colunas de jornais e revistas especializadas, programas de televisão ou pela Internet. O conjunto formado por esses serviços compõe a proposta de atendimento da loja e deve ser encarado como um compromisso do empreendedor com os seus clientes.
16 - Divulgação
O empreendedor deve ter em mente que as ações de divulgação devem ser feitas de forma que o cliente entenda e busque a empresa depois. Para um empreendimento de pequeno porte, pode ser usada a distribuição de folhetos e folders nos arredores da oficina, divulgando os serviços e produtos que são ofertados. Outras formas de propaganda são os anúncios em jornais de bairro, revistas locais, taxidoor e busdoor (buscando veículos que fazem rota nas imediações), banners e artes visuais para fixar a marca e chamar atenção do cliente, redes sociais, e-mail marketing para clientes que autorizam e carros da família logomarcados.
O convênio com seguradoras deve ser avaliado, pois apesar de demorar a pagar, oferece uma boa remuneração pelo serviço e divulga o nome do estabelecimento. A divulgação por meio de sites especializados e redes sociais deve ser considerada, pois o acesso de pessoas a este veículo cresce permanentemente e em larga escala.
Hoje em dia, tornou-se habitual a busca de qualquer produto ou serviço pelo site na internet, o que torna quase necessária a criação de um site, onde se apresenta as instalações da oficina, os serviços oferecidos, formulários e e-mail para contato, expondo notícias positivas na mídia sobre o estabelecimento e depoimentos de clientes. A internet também pode ser utilizada para estimular a formação de redes sociais nos sites de relacionamento.
17 - Tributação
O segmento de OFICINA MECÂNICA, assim entendido pela Classificação Nacional de Atividades Econômicas /Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (CNAE/IBGE) 4520-0/01, serviços de manutenção e reparação mecânica de veículos automotores; 4520-0/02, serviços de lanternagem ou funilaria e pintura de veículos automotores; 4520-0/03, serviços de manutenção e reparação elétrica de veículos automotores; 4520-0/04, serviços de alinhamento e balanceamento de veículos automotores; 4520-0/05, serviços de lavagem, lubrificação e polimento de veículos automotores; 4520-0/06, serviços de borracharia para veículos automotores; 4520-0/07, serviços de instalação, manutenção e reparação de acessórios para veículos automotores; 4520-0/08, serviços de capotaria; e 4543-9/00, manutenção e reparação de motocicletas e motonetas, poderá optar pelo SIMPLES Nacional – Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas MEs (Microempresas) e EPPs (Empresas de Pequeno Porte), instituído pela Lei Complementar nº 123/2006, desde que a receita bruta anual de sua atividade não ultrapasse R$ 360 mil para microempresa e R$ 4,8 milhões para empresa de pequeno porte e sejam respeitados os demais requisitos previstos na Lei.
Nesse regime, o empreendedor de ME e EPP poderá recolher os seguintes tributos e contribuições, por meio de apenas um documento fiscal – o DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional), que é gerado no Portal do SIMPLES Nacional (http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional):
Conforme a Lei Complementar nº 123/2006, as alíquotas do Simples Nacional variam de acordo com as tabelas I a VI, dependendo das atividades exercidas e da receita bruta auferida pelo negócio. No caso de início de atividade no próprio ano-calendário da opção pelo Simples Nacional, para efeito de determinação da alíquota no primeiro mês de atividade, os valores de receita bruta acumulada devem ser proporcionais ao número de meses de atividade no período. Esta atividade se enquadra no Anexo II da Lei Complementar nº 123/2006, cujas alíquotas aplicáveis variam de 4% a 19%, dependendo da faixa de receita bruta anual auferida.
Se o Estado em que o empreendedor estiver exercendo a atividade conceder benefícios tributários para o ICMS (desde que a atividade seja tributada por esse imposto), a alíquota poderá ser reduzida conforme o caso. Na esfera Federal poderá ocorrer redução quando se tratar de PIS e/ou COFINS.
Se a receita bruta anual não ultrapassar R$ 81 mil, o empreendedor poderá optar pelo registro como Microempreendedor Individual (MEI), desde que ele não seja dono ou sócio de outra empresa e tenha até um funcionário. Para se enquadrar no MEI, sua atividade deve constar na tabela da Resolução CGSN nº 94/2011 – Alterada pela Resolução CGSN Nº 135, DE 22 de agosto de 2017.
Ao ultrapassar o limite de faturamento, o MEI migrará para microempresa, tendo duas situações:
1º) Se o faturamento for maior que R$ 81 mil no ano (ou proporcional no primeiro ano considerando R$6.750,00/mês de funcionamento), deve solicitar o desenquadramento e passar a recolher o imposto Simples Nacional como microempresa, com percentuais de acordo com a atividade exercida.
2ª) MEI passa à condição de microempresa (faturamento até R$ 900 mil) ou de empresa de pequeno porte (faturamento R$ 4,8 milhões), retroativo ao mês janeiro ou ao mês da inscrição (formalização), caso o excesso da receita bruta tenha ocorrido durante o próprio ano-calendário da formalização. Passa, então, a recolher os tributos devidos na forma do Simples Nacional, com percentuais de acordo com a atividade exercida.
Nas duas situações acima, o MEI deverá solicitar obrigatoriamente o desenquadramento como MEI no portal do Simples Nacional: http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/
Fundamentos Legais: Leis Complementares nº 123/2006 (com as alterações das Leis Complementares nºs 127/2007, 128/2008 e 139/2011), Lei Complementar nº 147/2014, Lei Complementar 155/2016 e Resolução CGSN – Comitê Gestor do Simples Nacional nº 94/2011 e Resolução CGSN Nº 135, DE 22 de agosto de 2017.
Para mais informações sobre essa modalidade consulte o site do portal do empreendedor: http://http://www.portaldoempreendedor.gov.br/.
Outros regimes de tributação
Para os empreendedores que preferem não optar pelo Simples Nacional, há os regimes de tributação abaixo:
Lucro Presumido: é o lucro que se presume através da receita bruta de vendas de mercadorias e/ou prestação de serviços. Trata-se de uma forma de tributação simplificada utilizada para determinar a base de cálculo dos tributos das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas à apuração pelo Lucro Real. Nesse regime, a apuração dos impostos é feita trimestralmente.
A base de cálculo para determinação do valor presumido varia de acordo com a atividade da empresa.
Recomendamos que o empreendedor consulte sempre um contador, para que ele o oriente sobre o enquadramento jurídico e o regime de tributação mais adequado ao seu caso..
18 - Eventos
- Automec – Feira Internacional de Autopeças, Equipamentos e Serviços. Próximo evento 06 a 10 de abril de 2021.
- Autonor – Feira de Tecnologia Automotiva. Próximo evento 15 a 18 de setembro de 2021.
- Autop – Feira Nacional de Autopeças. Próximo evento 12 a 15 de agosto de 2020.
- Autopar – Feira de Fornecedores da Indústria Automotiva. Próximo evento 13 a 16 de maio de 2020.
19 - Entidades em geral
20 - Normas Técnicas
Norma técnica é um documento, estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido que fornece para um uso comum e repetitivo regras, diretrizes ou características para atividades ou seus resultados, visando a obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto. (ABNT NBR ISO/IEC Guia 2).
Participam da elaboração de uma norma técnica a sociedade, em geral, representada por: fabricantes, consumidores e organismos neutros (governo, instituto de pesquisa, universidade e pessoa física).
Toda norma técnica é publicada exclusivamente pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, por ser o foro único de normalização do País.
1. Normas específicas para uma Oficina Mecânica
ABNT NBR 15759:2011 – Veículos rodoviários automotores – Procedimentos de inspeção e/ou substituição de correias de sincronismo e acessórios em motores de combustão interna ciclos Otto e Diesel
Esta Norma especifica os requisitos e a sistemática para os procedimentos de inspeção e substituição de correias de sincronismo, correias de acessórios, agregados e periféricos em motores de combustão interna ciclos Otto e Diesel de veículos em uso.
ABNT NBR 15831:2010 – Veículos rodoviários automotores — Remoção e reinstalação de motores.
Esta Norma estabelece os princípios gerais para remoção, reinstalação e funcionamento de motores alternativos de combustão interna de aplicação rodoviária, agrícola, industrial, marítima, estacionária e ferroviária, bem como dos seus componentes agregados e periféricos, a partir das características, conforme especificações do fabricante do motor, nas suas mais diversas aplicações.ABNT NBR 15681:2009 – Veículos rodoviários automotores – Qualificação de mecânico de manutenção.
Esta Norma estabelece os requisitos e a sistemática para qualificação do mecânico de manutenção de veículos rodoviários automotores ciclo Otto e Diesel.
ABNT NBR 13032:2008 Versão Corrigida:2009 – Veículos rodoviários automotores – Retífica de motores alternativos de combustão interna.
Esta Norma estabelece os princípios gerais para execução de retífica completa de motores alternativos de combustão interna de aplicação rodoviária, agrícola, industrial, náutica, aeronáutica, estacionário, ferroviária, bem como dos seus componentes individuais, a partir das características, conforme especificações do fabricante do motor, nas suas mais diversas aplicações.ABNT NBR 15629:2008 – Veículos rodoviários automotores – Manutenção em sistemas de climatização.
Esta Norma descreve os procedimentos e as recomendações para manutenção em sistemas de climatização em veículos rodoviários automotores.
ABNT NBR 14481:2008 – Veículos rodoviários automotores – Diagnóstico e manutenção em motores ciclo Otto.
Esta Norma estabelece os procedimentos para diagnóstico e manutenção das falhas de funcionamento, reparação ou substituição parcial ou total dos itens diagnosticados nos motores de veículos rodoviários de combustão interna do ciclo Otto, segundo as especificações contidas no manual de serviços do fabricante do veículo.
ABNT NBR 15563:2008 – Veículos rodoviários automotores – Sistema de arrefecimento do motor – Diagnóstico e manutenção.
Esta Norma descreve os procedimentos e recomendações para diagnóstico e manutenção preventiva e corretiva no sistema de arrefecimento por circulação líquida e contínua dos motores automotivos ciclos Otto e Diesel.
ABNT NBR 14889:2002 Versão Corrigida:2003 – Veículos rodoviários automotores em manutenção – Inspeção, diagnóstico, reparação e/ou substituição em regulagem de motores ciclo Diesel.
Esta Norma fixa os procedimentos para diagnóstico em motores de veículos rodoviários de combustão do ciclo Diesel, visando buscar falhas no funcionamento do motor, segundo as especificações do fabricante do veículo, efetuando os devidos reparos e/ou substituição parcial ou total dos itens avaliados.
ABNT NBR 14843:2002 – Veículos rodoviários automotores – Regulador de pressão de combustível – Ensaio.
Esta Norma prescreve o método para verificar o regulador de pressão de combustível dos veículos automotores.
ABNT NBR 14845:2002 – Veículos rodoviários automotores – Motor de partida – Ensaio
Esta Norma prescreve o método para verificar o motor de partida em veículos automotores.
ABNT NBR 14846:2002 – Veículos rodoviários automotores – Alternador e regulador de tensão – Ensaio.
Esta Norma prescreve o método para verificar o alternador e o regulador de tensão em veículos automotores.
ABNT NBR 14828:2002 – Veículos rodoviários automotores – Procedimentos de segurança para manutenção em veículos equipados com bolsa inflável (air bag).
Esta Norma prescreve os procedimentos de segurança para manutenção de veículos automotores equipados com bolsa inflável (air bag).
ABNT NBR 14777:2001 – Veículos rodoviários automotores em manutenção – Remoção e instalação de vidros.
Esta Norma estabelece princípios gerais para remoção e instalação dos vidros de veículos rodoviários automotores.
ABNT NBR 14778:2001 – Veículos rodoviários automotores em manutenção – Inspeção, diagnóstico, reparação e/ou substituição em sistema de freios.
Esta Norma estabelece princípios gerais de inspeção, reparação e/ou substituição parcial ou total em sistemas de freios de veículos.
ABNT NBR 14779:2001 – Veículos rodoviários automotores em manutenção – Inspeção, diagnóstico, reparação e/ou substituição em sistema de direção.
Esta Norma estabelece princípios gerais de inspeção, diagnóstico, reparação e/ou substituição parcial ou total em sistemas de direção de veículos.
ABNT NBR 14780:2001 – Veículos rodoviários automotores em manutenção – Inspeção, diagnóstico, reparação e/ou substituição em sistema de suspensão.
Esta Norma estabelece princípios gerias de inspeção, diagnóstico, reparação e/ou substituição parcial ou total em sistemas de suspensão de veículos.
ABNT NBR 14781:2001 – Veículos rodoviários automotores em manutenção – Inspeção, diagnóstico, reparação e/ou substituição em sistema de exaustão.
Esta Norma estabelece princípios gerias de inspeção, diagnóstico, reparação e/ou substituição parcial ou total em sistemas de suspensão de veículos.
ABNT NBR 14752:2001 – Veículos rodoviários automotores – Bomba elétrica de combustível – Ensaios de manutenção.
Esta Norma prescreve o método para os ensaios da bomba elétrica de combustível (gasolina e álcool) instalada em veículos rodoviários automotores.
ABNT NBR 14753:2001 – Veículos rodoviários – Válvula injetora – Ensaios de manutenção.
Esta Norma prescreve o método para os ensaios de válvula injetora de combustível (gasolina e álcool) instalada em veículos rodoviários automotores.
ABNT NBR 14754:2001 – Veículos rodoviários automotores – Sensor de oxigênio – Ensaios de manutenção.
Esta Norma prescreve o método para os ensaios do sensor de oxigênio instalados em veículos rodoviários automotores.
ABNT NBR 14755:2001 – Veículos rodoviários automotores – Sensor de massa de ar – Ensaios de manutenção.
Esta Norma prescreve o método para os ensaios do sensor de massa de ar instalado em veículos rodoviários automotores.
ABNT NBR 13037:2001 – Veículos rodoviários automotores – Gás de escapamento emitido por motor diesel em aceleração livre – Determinação da opacidade.
Esta Norma descreve o método de determinação da opacidade do gás de escapamento emitido por veículo automotores equipados com motor diesel ou por motor diesel em banco dinamométrico, sob condições de aceleração livre, com emprego de opacímetro. Este método pode ser utilizado como indicativo do estado de regulagem do motor, para veículos em uso.
ABNT NBR 14482:2000 – Veículos rodoviários do ciclo Otto – Substituição de bateria de partida.
Esta Norma estabelece os princípios gerais para substituição de baterias de partida em veículos rodoviários automotores de combustão interna do ciclo Otto.
ABNT NBR 14335:1999 – Radiadores – Características de desempenho – Termos técnicos.
Esta Norma define os termos relativos às características de desempenho de radiadores dos tipos soldados, cravados e aparafusados, para veículos automotores, rodoviários, industriais e tratores agrícolas.
ABNT NBR 14284:1999 – Veículos rodoviários – Carroçaria – Reparação e pintura dos componentes.
Esta Norma estabelece princípios gerais para execução de reparação, substituição parcial ou total dos elementos de carroçaria e pintura a partir das características do veículo rodoviário.
ABNT NBR 7023:1981 – Direção – Veículos rodoviários automotores.
Esta Norma define os componentes da direção utilizada em veículos rodoviários – automotores, excluídos os ciclomotores, as motonetas e as motocicletas.
2. Normas aplicáveis na execução de uma Oficina Mecânica
ABNT NBR 15842:2010 – Qualidade de serviço para pequeno comércio – Requisitos gerais.
Esta Norma estabelece os requisitos de qualidade para as atividades de venda e serviços adicionais nos estabelecimentos de pequeno comércio, que permitam satisfazer as expectativas do cliente.
ABNT NBR 12693:2010 – Sistemas de proteção por extintores de incêndio.
Esta Norma estabelece os requisitos exigíveis para projeto, seleção e instalação de extintores de incêndio portáteis e sobre rodas, em edificações e áreas de risco, para combate a princípio de incêndio.
ABNT NBR 5626:1998 – Instalação predial de água fria.
Esta Norma estabelece exigências e recomendações relativas ao projeto, execução e manutenção da instalação predial de água fria. As exigências e recomendações aqui estabelecidas emanam fundamentalmente do respeito aos princípios de bom desempenho da instalação e da garantia de potabilidade da água no caso de instalação de água potável.
ABNT NBR 5410:2004 Versão Corrigida: 2008 – Instalações elétricas de baixa tensão.
Esta Norma estabelece as condições a que devem satisfazer as instalações elétricas de baixa tensão, a fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o funcionamento adequado da instalação e a conservação dos bens.
ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013 – Iluminação de ambientes de trabalho – Parte 1: Interior.
Esta Norma especifica os requisitos de iluminação para locais de trabalho internos e os requisitos para que as pessoas desempenhem tarefas visuais de maneira eficiente, com conforto e segurança durante todo o período de trabalho.
ABNT NBR IEC 60839-1-1:2010 – Sistemas de alarme – Parte 1: Requisitos gerais – Seção 1: Geral.
Esta Norma especifica os requisitos gerais para o projeto, instalação, comissionamento (controle após instalação), operação, ensaio de manutenção e registros de sistemas de alarme manual e automático empregados para a proteção de pessoas, de propriedade e do ambiente.
Nota do Técnico: Normas Técnicas de equipamentos de proteção individual que podem ser utilizados em uma Oficina Mecânica.
ABNT NBR 13698:2011 – Equipamento de proteção respiratória — Peça semifacial filtrante para partículas.
Esta Norma especifica os requisitos para as peças semifaciais filtrantes para as partículas utilizadas como equipamentos de proteção respiratória do tipo purificador de ar não motorizado.
ABNT NBR 13712:1996 – Luvas de proteção.
Esta Norma estabelece os princípios gerais para a padronização de luvas de proteção confeccionadas em couro ou tecido.
ABNT NBR ISO 20345:2008 – Equipamento de proteção individual – Calçado de segurança.
Esta Norma especifica os requisitos básicos e adicionais (opcionais) para os calçados de segurança.
ABNT NBR ISO 20346:2008 – Equipamento de proteção individual – Calçado de proteção.
Esta Norma especifica os requisitos básicos e adicionais (opcionais) para os calçados de proteção.
ABNT NBR ISO 20347:2008 – Equipamento de proteção individual – Calçado ocupacional.
Esta Norma especifica os requisitos básicos e adicionais (opcionais) para calçado ocupacional.
21 - Glossário
- ABS: sigla em inglês (Anti-lock Breaking System) que pode ser traduzida como sistema de freios antitravamento. Trata-se de um item de segurança, que evita o travamento das rodas em freadas bruscas para manter o carro controlável.
- ASR: sistema de controle de tração automático que impede que as rodas motrizes patinem em pisos com baixa aderência. A central ASR detecta se a roda está patinando, calculando a diferença de giro entre as rodas dianteiras e traseiras. Caso isso ocorra o torque é reduzido momentaneamente até se restabelecer a aderência.
- Bloco do Motor: É a estrutura de suporte o motor, na qual ficam os cilindros e os suportes do virabrequim. Pode ser feito de ferro fundido ou de liga de alumínio e apresenta uma série de ranhuras de reforço nos pontos mais críticos. Na parte superior, é fechado pelo cabeçote e, por baixo, pelo reservatório de óleo (cárter).
- CFM: sigla de Cubic Feet Minute, ou pés cúbicos por minuto, unidade que mede a capacidade de vazão dos carburadores.
Coeficiente de Resistência Aerodinâmica: mede a eficiência da carroceria ao atravessar o ar. Divide-se a força que o ar exerce na carroceria pela mesma força uma placa 1 m² de área. A partir dessa divisão, chega-se ao Cx. Quanto menor ele for, melhor será a aerodinâmica.
- Cubo da roda: é a parte central da roda, onde costumam ficar os rolamentos e os elementos de fixação. Normalmente é reforçado com ranhuras ou paredes espessas.
- CVT: sigla que identifica os câmbios automáticos com relações de marca continuamente variáveis. Caracteriza-se pela presença de polias expansíveis, ligadas por uma correia especial, que assumem diâmetro diferente dependendo do regime do motor. O controle desse tipo de transmissão é feito por uma central eletrônica que leva em conta dados como a velocidade do carro e o regime de rotação do motor.
- Diferencial: quando o carro entra em uma curva, suas rodas internas percorrem uma distância menor do que as externas. Por isso, é preciso usar um dispositivo no sistema de transmissão que seja capaz de permitir que as duas rodas se movimentem com velocidades diferentes. Esse dispositivo é o diferencial.
- Efeito-solo: força aerodinâmica dirigida para baixo que pode alcançar valores consideráveis em altas velocidades. É conseguida de acordo com o emprego de apêndices aerodinâmicos, como aerofólios e spoilers.
- ESP: sigla de Eletronic Stability Program. Trata-se de um sistema que avalia o ângulo de derrapagem e impede que o carro saia da trajetória, cortando a potência do motor e freando as rodas com ajuda do sistema antitravamento (ABS).
- Mcpherson: são as suspensões com rodas independentes, nas quais o eixo de cada roda é fixado diretamente ao conjunto formado pela mola e pelo amortecedor. Esse tipo de suspensão é empregado principalmente no eixo dianteiro.
Mistura ar-combustível: termo técnico que indica a proporção de ar e combustível enviados a cada cilindro.
- Monobloco: é a carroceria dos modelos cuja estrutura é formada por um único bloco, onde os componentes da parte mecânica e da suspensão são montados.
- Multilink: termo usado para indicar o sistema de suspensão de braços múltiplos.
- Multiplex: sistema elétrico controlado por um módulo central interligado aos demais módulos eletrônicos do veículo. Por isso, os sistemas de travamento elétrico, alarme, iluminação e até de controle do limpador de para-brisa funcionam interligados. Esse intercâmbio de informações torna possível, por exemplo, o destravamento das portas e o acionamento da luz interna ao retirar a chave do contato.
- Nível de aditivação: indicado como uma das especificações dos óleos lubrificantes com a sigla API seguida da letra S e de outra que varia conforme a quantidade de aditivos e agentes dispersantes e antioxidantes. Quanto mais próxima essa outra letra estiver do final do alfabeto, mais moderno e aditivado será o lubrificante. Ex.: SH é mais aditivado que SG.
- Octanagem: indica o poder antidetonante do combustível. Quanto mais alta a octanagem, maior a capacidade de o combustível ser comprimido na câmara de combustão sem causar detonação.
- Relação de marcha: indica quantas voltas do motor são transmitidas ao diferencial. As marchas mais baixas têm relações de marchas mais curtas, por receberem uma quantidade maior de voltas do motor, o que é necessário para transmitir mais tração ao solo. Com o carro já “embalado”, as marchas mais altas recebem menos voltas do motor para manter a velocidade com economia de combustível.
- Relação peso/potência: Parâmetro que indica quanto peso cada cavalo-vapor de potência do motor carrega. Quanto menos peso cada “cv” do motor levar, mais ágil será o carro.
- Sincronizador: componente que facilita o engate das marchas, mesmo quando existe uma diferença grande entre a velocidade de rotação do eixo e da engrenagem.
- Sobrealimentação: recurso que aumenta a potência do motor sem aumento da cilindrada e sem usar regimes de rotação muito altos. A sobrealimentação pode ser feita por turbina ou compressor volumétrico, que enviam ar com pressão superior à atmosférica aos cilindros. Como consequência, em todas as fases úteis do motor, é liberada uma quantidade maior de calor, o que garante melhor rendimento energético. Isso significa aumento de potência e torque.
- Taxa de compressão: indica quantas vezes a mistura ar/combustível (aspirada para o cilindro) precisa ser comprimida para ocupar o volume da câmara de combustão. Quanto maior a taxa de compressão, melhor o rendimento térmico do motor. Mas existe um limite para estabelecer a taxa de compressão, que precisa estar de acordo com a octanagem do combustível. Apenas combustíveis com alta octanagem podem funcionar em motores de alta taxa de compressão.
- Tração integral: o mesmo que tração 4×4, ou seja, aquela que distribui a tração entre as quatro rodas do carro. Fala-se de tração integral permanente ou manual. No primeiro caso, está sempre ligada ao motor por meio dos componentes de transmissão. No outro, um dos eixos pode transmitir tração controlada por sistema de comando acionado pelo motorista.
- Tucho: elemento do sistema de acionamento das válvulas dotado de movimento retilíneo alternativo (sobe e desce). No caso dos tuchos hidráulicos, há um dispositivo telescópico alimentado pelo óleo do motor que absorve ruído e elimina a necessidade de regular as válvulas.
- Viscosidade: resistência de um líquido ao escoamento. Nos óleos, a viscosidade é indicada pela norma SAE, segundo a qual o número colocado antes da letra W (de winter, inverno em inglês) corresponde ao código da temperatura mínima que o óleo é capaz de suportar sem perder suas propriedades lubrificantes, e o número que vem em seguida está relacionado à temperatura máxima em que pode ser usado.
22 - Dicas para o negócio
Havendo espaço disponível, comercializar equipamentos e acessórios, aumentando a renda da oficina. Durante a reforma, mesmo que não implante imediatamente, deixar pontos de energia e outras instalações preparadas para serem instaladas no momento em que o dinheiro entrar, evitando novas reformas.
É importante, para se tornar mais competitivo, dimensionar o conjunto de serviços que serão agregados; avaliar o custo-benefício desses serviços é vital para a sobrevivência do negócio, porque pode representar um elevado custo sem geração do mesmo volume de receitas. Investir na qualidade global de atendimento ao cliente, ou seja: qualidade do serviço, ambiente agradável, profissionais atenciosos, respeitosos e interessados pelo cliente, além de comodidades adicionais como é o caso de transporte de clientes.
Procurar fidelizar a clientela com ações de pós-venda, como: remessa de cartões de aniversário, comunicação de novos serviços e novos produtos/serviços ofertados, contato telefônico lembrando-se de revisões necessárias. O acompanhamento do proprietário é fundamental para o sucesso do empreendimento, mas isso não quer dizer que este precisa estar na “frente de trabalho” todo o tempo, pois necessita se dedicar ao planejamento de suas ações futuras e correção de falhas eventuais.
O maior desconforto para um cliente que deixa o seu automóvel para conserto é a mudança de rotina causada pela ausência do veículo. A alteração do seu meio de locomoção para estudar ou trabalhar causa irritação e ansiedade. Por isso, além do serviço bem-feito, o empreendedor deve se empenhar em cumprir os prazos acordados. Atrasos e períodos longos de consertos invariavelmente ocasionam perda de clientes e insatisfação com os serviços prestados. Para os clientes que preferem o conserto em vez da substituição de peças, é importante alertá-los para a diferença de resultados. E atenção para a prática de cobrir orçamentos de outras oficinas: isso pode gerar a canibalização do setor, trazer margens de lucro muito apertadas e comprometer a qualidade do serviço.
Outra dica importante é abrir aos sábados para o atendimento aos clientes. Normalmente, nesse dia, as pessoas têm mais tempo para resolver os seus problemas automotivos e solicitar orçamentos.
23 - Características do Empreendedor
O empresário do setor de oficinas mecânicas deve ter formação técnica na área e conhecer mecânica de motores, sendo capaz de aplicar normas técnicas e especificações de catálogos, manuais e tabelas em processos de fabricação e manutenção veicular.
Além disso, considerando-se a evolução que os equipamentos de aferição e calibragem têm sofrido nos últimos anos, são importantes o conhecimento básico de informática e a capacidade de buscar, utilizar e controlar esses recursos. Também deve aplicar normas técnicas de qualidade, saúde e segurança no trabalho e técnicas de controle de qualidade e preservação do meio ambiente.
Dada à diversidade de serviços possíveis de serem oferecidos e à acirrada concorrência, o empresário deve tentar descobrir nichos específicos de atuação e estar atento às tendências de reparação e hábitos dos clientes. Prestatividade, agilidade e bom atendimento são qualidades essenciais. Outras características importantes, relacionadas ao risco do negócio, podem ajudar no sucesso do empreendimento:
- Busca constante de informações e oportunidades;
- Persistência;
- Comprometimento;
- Qualidade e eficiência;
- Capacidade de estabelecer metas e calcular riscos;
- Planejamento e monitoramento sistemáticos;
- Independência e autoconfiança.
24 - Bibliografia Complementar
- ABNT. ABNT NBR 15681: Veículos rodoviários automotores – Qualificação de mecânico de manutenção: ABNT, 2009.
- AIUB, George Wilson et al. Plano de negócios: serviços. 2. ed. Porto Alegre: Sebrae, 2000.
- COSTA, Nelson Pereira. Marketing para empreendedores: um guia para montar e manter um negócio. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003.
- DAUD, Miguel; RABELLO, Walter. Marketing de varejo: como incrementar resultados com a prestação de serviços. São Paulo: Artmed Editora, 2006.
- DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luisa. 14. ed. São Paulo: Cultura Editores Associados, 1999.
- GHEMAWAT, Pankaj. A estratégia e o cenário dos negócios: texto e casos., Porto Alegre: Bookman, 2000.
- KOTLER, Philip. Administração de marketing: a edição do novo milênio. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000.
- LOVELOCK, Christopher e WRIGHT, Lauren. Serviços – marketing e gestão. São Paulo: Ed. Saraiva., 2003.
- SEBRAE-MT. Guia de sustentabilidade no setor automotivo: práticas para tornar a sua empresa mais sustentável. Cuiabá: Sebrae MT, 2015.
- IQA. 200 dicas para uma oficina 100%. Disponível em: http://www.iqa.org.br/publico/noticia.php?codigo=4709. Acessado em: 9/16.
- ESTADO DE MINAS. Marcas ampliam prazo de garantia dos carros no Brasil. Disponível em: http://estadodeminas.vrum.com.br/app/noticia/noticias/2014/02/17/interna_noticias,49111/marcas-ampliam-prazo-de-garantia-dos-carros-no-brasil.shtml. Acessado em 9/16.
- SINDIPEÇAS. Relatório de frota circulante de 2018. Disponível em: http://www.sindipecas.org.br/sindinews/Economia/2016/RFC_2016.pdf. Acessado em: 23/10/2019.
- Levantamento elaborado pelo KBB Brasil 2019. Acessado em: 23/10/2019.
- RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Legislação tributária. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br>. Acessado em: 25/10/2019.
- BGE – https://www.ibge.gov.br/. 24/10/2019.
25 - Fonte de recursos
O empreendedor pode buscar junto às agências de fomento linhas de crédito que possam ser utilizadas para ajudá-lo no início do negócio. Algumas instituições financeiras também possuem linhas de crédito voltadas para o pequeno negócio e que são lastreadas pelo Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), em que o Sebrae pode ser avalista complementar de financiamentos para pequenos negócios, desde que atendidas alguns requisitos preliminares. Maiores informações podem ser obtidas na página do Sebrae na web:http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/sebraeaz/fundo-de-aval-do-sebrae-oferece-garantia-para-ospequenos-negocios,ac58742e7e294410VgnVCM2000003c74010aRCRD.
26 - Planejamento Financeiro
Ao empreendedor não basta vocação e força de vontade para que o negócio seja um sucesso. Independentemente do segmento ou tamanho da empresa, necessário que haja um controle financeiro adequado que permita a mitigação de riscos de insolvência em razão do descasamento contínuo de entradas e saídas de recursos. Abaixo, estão listadas algumas sugestões que auxiliarão na gestão financeira do negócio:
FLUXO DE CAIXA
O controle ideal sobre as despesas da empresa é realizado por meio do acompanhamento contínuo da entrada e da saída de dinheiro através do fluxo de caixa. Esse controle permite ao empreendedor visão ampla da situação financeira do negócio, facilitando a contabilização dos ganhos e gestão da movimentação financeira. A medida que a empresa for crescendo, dificultando o controle manual do fluxo de caixa, tornando difícil o acompanhamento de todas as movimentações financeiras, o empreendedor poderá investir na aquisição de softwares de gerenciamento.
PRINCÍPIO DA ENTIDADE
O patrimônio da empresa não se mistura com o de seu proprietário. Portanto, jamais se deve confundir a conta pessoal com a conta empresarial, isso seria uma falha de gestão gravíssima que pode levar o negócio à bancarrota. Ao não separar as duas contas, a lucratividade do negócio tende a não ser atingida, sendo ainda mais difícil reinvestir os recursos, gerados pela própria operação. É o caminho certo para o fracasso empresarial.
DESPESAS
O empreendedor deve estar sempre atento para as despesas de rotina como água, luz, material de escritório, internet, produtos de limpeza e manutenção de equipamentos. Embora pequenas, o seu controle é essencial para que não reduzam a lucratividade do negócio.
RESERVAS/PROVISÕES
Esse recurso funcionará como um fundo de reserva, o qual será composto por um percentual do lucro mensal – sempre que for auferido. Para o fundo de reserva em questão, poderá ser estabelecido um teto máximo. Quando atingido, não haverá necessidade de novas alocações de recursos, voltando a fazê-las apenas no caso de recomposição da reserva utilizada. Esse recurso provisionado poderá ser usado para cobrir eventuais desembolsos que ocorram ao longo do ano.
EMPRÉSTIMOS
Poderão ocorrer situações em que o empresário necessitará de recursos para alavancar os negócios. No entanto, não deverá optar pela primeira proposta, mas estar atento ao que o mercado oferece, pesquisando todas as opções disponíveis. Deve te cuidado especialmente com as condições de pagamento, juros e taxas de administração. A palavra-chave é renegociação, de forma a evitar maior incidência de juros.
OBJETIVOS
Definidos os objetivos, deve-se elaborar e implementar os planos de ação, visando amenizar erros ou definir ajustes que facilitem a consecução dos objetivos financeiros estabelecidos.
UTILIZAÇÃO DE SOFTWARES
As novas tecnologias são de grande valia para a realização das atividades de gerenciamento, pois possibilitam um controle rápido e eficaz. O empreendedor poderá consultar no mercado as mais variadas ferramentas e escolher a que mais adequada for a suas necessidades.
27 - Produtos e serviços do Sebrae
Aproveite as ferramentas de gestão e conhecimento criadas para ajudar a impulsionar o seu negócio. Para consultar a programação disponível em seu estado, entre em contato pelo telefone 0800 570 0800.
Confira as principais opções de orientação empresarial e capacitações oferecidas pelo Sebrae:
Cursos online e gratuitos – http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/cursosonline
Para desenvolver o comportamento empreendedor
Empretec – Metodologia da Organização das Nações Unidas (ONU) que proporciona o amadurecimento de características empreendedoras, aumentando a competitividade e as chances de permanência no mercado: http://goo.gl/SD5GQ9
Para quem quer começar o próprio negócio
As soluções abaixo são úteis para quem quer iniciar um negócio. Pessoas que não possuem negócio próprio, mas que querem estruturar uma empresa. Ou pessoas que tem experiência em trabalhar por conta própria e querem se formalizar.
Plano de Negócios – O plano irá orientá-lo na busca de informações detalhadas sobre o ramo, os produtos e os serviços a serem oferecidos, além de clientes, concorrentes, fornecedores e pontos fortes e fracos, construindo a viabilidade da ideia e na gestão da empresa: http://goo.gl/odLojT
Para quem quer inovar
Ferramenta Canvas online e gratuita – A metodologia Canvas ajuda o empreendedor a identificar como pode se diferenciar e inovar no mercado: https://www.sebraecanvas.com/#/
Sebraetec – O Programa Sebraetec oferece serviços especializados e customizados para implantar soluções em sete áreas de inovação: http://goo.gl/kO3Wiy
ALI – O Programa Agentes Locais de Inovação (ALI) é um acordo de cooperação técnica com o CNPq, com o objetivo de promover a prática continuada de ações de inovação nas empresas de pequeno porte: http://goo.gl/3kMRUh.
Tem um dúvida sobre a sua ideia? Experimente fazer uma pergunta para a nossa comunidade.
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