Uma pesquisa realizada pela Serasa Experian com dados do Cadastro Positivo revelou que os brasileiros não possuem o hábito de atrasar o pagamento do financiamento de veículos. De acordo com o levantamento, 89,6% das parcelas deste tipo de despesa são pagas em dia. O percentual é maior do que o de pagamento de modalidades como cartões de crédito (86,8%) e de empréstimo pessoal (86,1%).
O estudo, que excluiu informações sobre o pagamento de empréstimos consignados – descontados em folha –, mostrou que, entre as regiões do país, as maiores taxas de pontualidade estão nas regiões Sul e Sudeste, com 90,7% e 90,1%, respectivamente. Logo depois aparecem Nordeste (88,3%), Centro-Oeste (88,1%) e Norte (87,2%).
De acordo com o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, o resultado está relacionado ao fato de que os veículos particulares são um dos principais meios de transporte das famílias. Além disso, carros e motos vêm se fortalecendo nos últimos anos como fonte de renda dos trabalhadores, que optaram pela aquisição de veículos após a popularização de aplicativos de entregas e de transporte de passageiros, como Uber, Rappi, iFood, Loggi, entre outros.
“O veículo também é a garantia da instituição que fez o financiamento. Por isso, o consumidor procura priorizar o pagamento desta dívida, para não correr o risco de perdê-lo”, diz o economista. Em caso de atrasos sucessivos no pagamento das parcelas, bancos e instituições financeiras podem recuperar carros e motos e realizar leilão de veículos de modo a quitar a dívida.
Outro dado interessante apontado pela pesquisa foi o de que brasileiros mais velhos foram os que mais pagaram em dia as parcelas de financiamento. Cerca de 90% das pessoas com mais de 51 anos fizeram pagamentos pontuais, enquanto o percentual foi de 89,7% e 85,2% nas faixas de 26 a 50 anos e 18 a 25 anos, respectivamente.
Para Rabi, isso pode ser explicado pelo maior grau de estabilidade financeira das pessoas mais velhas. “A idade traz experiência e muitas vezes mais renda e estabilidade financeira. Por isso, o compromisso das pessoas mais velhas em honrar as despesas normalmente é maior. É um comportamento cultural”, disse.