A seleção dos EPIs, para trabalhadores expostos a arcos elétricos, deve ser medida de forma proporcional, segundo especialistas.
A norma regulamentadora NR10 foi uma tática criada pelo Ministério do Trabalho para garantir a segurança dos trabalhadores. Devido a irregularidades da NR10, cerca de 4.300 óbitos foram registrados por conta de choques elétricos, segundo dados da pesquisa realizada entre os anos de 2013 e 2019 da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade.
Visando a melhoria da proteção dos colaboradores, aconteceram mudanças dentro da norma brasileira e no ano de 2023, a certificação se torna obrigatória para as vestimentas de proteção e EPIs, tais mudanças na certificação e metodologia impactam na forma como as empresas passam a escolhê-los.
“Para toda escolha de uniformes de proteção NR10 são analisadas algumas variáveis, sendo elas risco e probabilidade.”, esclarece Breno Augusto dos Santos, executivo especialista em uniformes NR 10 da Guardian WP. “Esses fatores influenciam e muito na qualidade e mobilidade na vida do trabalhador.”
Segundo o executivo, na produção e definição de risco de uma vestimenta é preciso analisar a probabilidade e severidade dos perigos envolvidos no trabalho, pois nesse contexto são vistos as soluções técnicas possíveis, as atividades planejadas e ajustes de sistema. “Diferente de quando se analisa apenas a severidade, que conta com estimativas simplificadas e poucas soluções técnicas de engenharia”, esclarece Breno Augusto.
“Quando temos esse desnível de análise de severidade, os uniformes ficam mais pesados para o trabalhador, dificultando seu dia-a-dia, comprometendo sua mobilidade e atividades, para o colaborador o ideal é ter o maior nível de proteção e leveza durante a intervenção.”, comenta o executivo.
Atualmente, segundo as metodologias e normas, os EPIs são definidos de acordo com a energia incidente de cada atividade, no entanto, elas foram pensadas para equipamentos e vestimentas específicas e distâncias de trabalho individualizadas. O que ocorre no mercado, segundo os especialistas da indústria, é uma mistura das metodologias, que leva a constatações incoerentes para a definição dos EPIs.
Há instituições que se valem do nível de energia incidente, que avalia atividade por atividade, sendo mais preciso para a definição da proteção. Quando são observados os EPI determinados por risco e por energia incidente, em especial no grau 1 e 2, se vê uma mudança na recomendação para o uso de equipamentos específicos para a proteção da face e mãos.
Outro fator importante destacado pelos profissionais de segurança do trabalho é investir na avaliação do parâmetro de resistência ao arco elétrico, de acordo com a escolha de direcionamento de risco, seja na categoria das vestimentas ou nível de energia incidente.
Essas avaliações de risco são um constante tópico de discussão nas reuniões e comissões nacionais e internacionais de especialistas em segurança do trabalho, em especial, nas atividades de arcos elétricos. E por conta disso, vem se mostrando fonte de grande impacto nas decisões das indústrias e especialistas preveem uma continuidade no tópico.