Os brasileiros estão cada vez mais preocupados com estética, saú- de e bem-estar. De acordo com a Associação Brasileira de Academias (Acad), são aproximadamente 24 mil academias no Brasil, que empregam mais de 350 mil pessoas formalmente e que faturaram R$ 6,5 milhões no ano passado. O número de alunos chega perto de 8 milhões. Este mercado tem atraído investidores e empreendedores pelo potencial de crescimento: em média, houve alta de 16% no número de academias nos últimos seis anos.
Não à toa o ex-jogador e empreendedor Ronaldo Fenômeno, criou a Ronaldo Academy – rede de academias de futebol. Juntou seu talento ao know-how do craque das franquias, o empreendedor Carlos Wizard Martins, fundador do grupo Multi, (negócio vendido há quase dois anos por R$1,7 bilhão) e proprietário da rede de lojas de produtos naturais Mundo Verde. As academias contarão com profissionais com passagens pelos maiores clubes brasileiros, além das categorias formadoras da Seleção Brasileira e de profissionais com experiência em equipes universitárias norte-americanas. “A gente quer desenvolver atletas e seres humanos. Logicamente, se pintar algum atleta acima da média, podemos indicá-lo a algum clube, inclusive ao Strikers, que é o meu. Mas o nosso foco é formar cidadãos”, disse Ronaldo. Antes mesmo do pontapé inicial do negócio, ocorrido em abril, cinco franquias já foram confirmadas e abrirão as portas ainda neste ano. A indústria fitness sempre esteve na mira de ex-atletas. Caso do nadador Gustavo Borges. Como empreendedor ele aposta na grande parcela da população do País que ainda não pratica esportes. “Há uma evolução em cursos e o interesse na saúde é um grande motivador dos praticantes de atividade física”, avalia. Segundo ele, os objetivos são os mais variados e, dessa forma, a profissionalização do setor atende à necessidade do cliente, seja ela qual for. Portanto, o serviço diferenciado passou a ser comum no setor. “O que antes era novidade, hoje tem de ser reinventado. Não adianta fazer as mesmas coisas de dez anos atrás.” Em sua avaliação, os próximos anos são de cautela em termos de crescimento em razão da economia mais fraca e da crise de confiança que se instalou no País. “Mas continuaremos investindo e buscando melhorar o serviço aos nossos alunos e credenciados”, afirma Borges, que tem cinco unidades próprias e 330 licenciadas.
Longe dos holofotes, mas com uma fórmula de sucesso, o educador físico Edgard Batista não precisou investir em espaço físico para fidelizar a clientela que o acompanha ao Parque do Ibirapuera, zona sul de São Paulo, três a quatro vezes por semana. Criou a marca Get Fit e um conceito de treinamento funcional que conquistou um público avesso às academias. A metodologia fez tanto sucesso que Batista é frequentemente requisitado para dar aulas em condomínios, onde as quadras têm substituído as salas de ginástica. “Eu dava aulas para um aluno que acreditou no meu trabalho e decidiu investir nos primeiros equipamentos e na construção de uma marca”, conta Batista, que faz um alerta apenas para a questão do registro dos profissionais pelo Conselho Regional de Educação Física (Cref). “É preciso se certificar de que é um profissional credenciado e responsável que está atendendo.” Ter gente boa é o segredo para qualquer negócio, concorda o empreendedor Mateus da Graça Silva, do Estúdio Sete. Ele deixou o trabalho administrativo no banco para tocar o negó- cio ao lado da namorada, que é uma profissional credenciada. A academia, que fica num bairro nobre da zona sul da capital paulista, recebe, no máximo, seis alunos por turno.
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