Os fundos de investimentos imobiliários (FIIs) são os atuais queridinhos dos brasileiros. Segundo dados da Bolsa de Valores (B3), mais de 1,5 milhão de investidores aposta nesse tipo de fundo. O número é sete vezes maior do que o verificado há três anos, quando apenas 208 mil pessoas tinham um FII na carteira de investimentos.
De acordo com o mercado financeiro, esse salto na demanda pode ser justificado pelo maior entendimento sobre as vantagens oferecidas pelos FIIs. Na avaliação da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), forma de remuneração, alta liquidez, menor custo para investir em imóveis e maior segurança em comparação com outros ativos de renda variável estão entre as principais características do investimento.
Para quem se interessa pelo assunto, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) recomenda conhecer o que é um FII, como funciona, quais os riscos e as projeções do mercado.
Características dos FIIs
Os FIIs são uma alternativa para quem deseja investir em imóveis, mas não tem uma quantia disponível para comprar casas ou apartamentos. A dinâmica do investimento é similar a das ações: ao adquirir a cota de um FII, o investidor passa a ter uma participação no imóvel.
O cotista tem a remuneração periódica de dividendos e também pode lucrar com a venda das cotas quando há valorização no mercado. Os riscos envolvidos na operação estão relacionados, sobretudo, à taxa de vacância, inadimplência ou deterioração do imóvel, no caso das unidades prontas ou ao risco de crédito, no caso da aquisição de títulos do setor imobiliário.
Como são considerados mais seguros quando comparados a outros ativos de renda variável, os FIIs são recomendados para quem deseja ingressar na modalidade — principalmente para investidores iniciantes, já que sua gestão é profissional.
Comportamento do mercado
Apesar de reunir características consideradas interessantes, os FIIs também sofrem impactos diretos da oscilação da economia como qualquer produto financeiro.
A alta da taxa de juros Selic, fixada em 13,25% ao ano, aumentou a rentabilidade dos investimentos em renda fixa. Dessa forma, há a tendência de migração de investidores que foram atraídos pela segurança dos FIIs para a modalidade.
Em junho, o Índice de Fundos Imobiliários da B3 (Ifix) passou por quedas consecutivas. Já em julho, viveu um processo de recuperação e reverteu o prejuízo do mês anterior.
Mesmo com as oscilações do mercado, alguns fundos têm oferecido maior valorização da cota somada aos proventos desde o lançamento. Na lista estão Continental Square Faria Lima (FLMA11), Hedge Brasil Shopping (HGBS11), CSHG Prime Offices (HGPO11), FI Imobiliario Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11) e CSHG Logística (HGLG11).
Considerando o comportamento de cada FII, a Anbima destaca a importância de também estudar a gestão do fundo para conhecer as suas particularidades.
Algumas orientações são essenciais para quem deseja inserir esse tipo de investimento na carteira. Confira:
Saiba as diferenças entre os tipos de FIIs
Os fundos de tijolo investem em imóveis prontos, enquanto os de papel significam que o investidor vai adquirir títulos do setor imobiliário, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras Hipotecárias (LHs). Entender as diferenças é o caminho para uma escolha mais precisa.
Conheça os custos envolvidos na operação
O rendimento periódico do FII é isento de Imposto de Renda, mas a venda das cotas sofre incidência de 20%. Além disso, há a cobrança de taxas administrativas, que devem ser analisadas pelo investidor.
Informe-se sobre os riscos e a liquidez
Cada tipo de FII tem seus próprios riscos, portanto cabe ao investidor fazer essa avaliação. Já a liquidez significa a facilidade de resgatar o valor em espécie e também muda de fundo para fundo.
Acompanhe o mercado financeiro
Conheça as variáveis que interferem no comportamento do investimento. Taxa Selic, inflação — medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) —, Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) e Ifix são algumas das que devem ser acompanhadas.
Estude a gestão do fundo
É preciso saber como funciona a administração do fundo antes de investir. Além da cobrança de taxas, solicite informações sobre o desempenho. O gestor deve disponibilizar uma lâmina com dados essenciais, apresentados de forma simplificada, ao investidor.