A agricultura que utiliza agrotóxico vem sofrendo críticas da sociedade devido ao aumento da preocupação por uma produção sustentável. O café, que historicamente se consolidou como uma monocultura, tem no Sistema Agroflorestal (SAF) um aumento da qualidade, preservando o solo e a biodiversidade.
O SAF é uma forma de uso da terra na qual se combinam espécies de árvores com cultivos agrícolas, de forma simultânea, e que interagem econômica e ecologicamente, sem agrotóxicos. Ao contrário dos sistemas convencionais de produção, estudos realizados com sistemas agroflorestais têm mostrado viabilidade e sustentabilidade ecológica, social e econômica.
Em Minas Gerais, um estudo feito por Paulo Rogério Lopes, e divulgado na Revista Brasileira de Agroecologia, avaliou os resultados obtidos com o café nesse tipo de sistema. De acordo com o estudo, a baixa produtividade do café (14 sacas por hectare) é compensada pelo bom preço obtido na venda do café orgânico a países europeus, além de oferecer alimentos mais saudáveis para as famílias da região e contribuir para o equilíbrio ecológico.
Já em Rondônia, o método agrega valor estimado de 30% sobre o preço do café na região, além de conter o êxodo rural e o avanço sobre a floresta – o café é plantado atualmente onde antes era registrado um grande índice de desmatamento.
O status de excelência da qualidade do produto abre as portas do mercado internacional.
Produção orgânica e sustentável: mais valorização
A agricultura orgânica enfatiza o uso e a prática de manejo sem o uso de fertilizantes sintéticos de alta solubilidade e agrotóxicos, além de reguladores de crescimento e aditivos sintéticos para a alimentação animal.
Esta prática agrícola preocupa-se com a saúde dos seres humanos, dos animais e das plantas, entendendo que seres humanos saudáveis são frutos de solos equilibrados e biologicamente ativos, adotando técnicas integradoras e apostando na diversidade de culturas.
Para tanto, apoia-se em quatro fundamentos básicos:
- Respeito à natureza: reconhecimento da dependência de recursos naturais não renováveis;
- A diversificação de culturas: leva ao desenvolvimento de inimigos naturais, sendo item chave para a obtenção de sustentabilidade;
- O solo é um organismo vivo: o manejo do solo propicia oferta constante de matéria orgânica (adubos verdes, cobertura morta e composto orgânico), resultando em fertilidade do solo;
- Independência dos sistemas de produção: ao substituir insumos tecnológicos e agroindustriais.
Quer conhecer outras tecnologias que agregam valor à sua produção de café de forma sustentável? Acesse: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/Novos-h%C3%A1bitos-do-produtor-rural-revelam-uso-de-tecnologias