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Restaurantes virtuais: Tendência para o Brasil no pós pandemia?

Restaurantes virtuais: Tendência para o Brasil no pós pandemia?

Restaurantes virtuais: Tendência para o Brasil no pós pandemia?

Bianca Esperidião Faria[1]

Thiago de Souza Oliveira[2]

 

Durante o Open Food Innovation Summit, um grande congresso online que discutiu o futuro dos alimentos, a Tatiana Lanna, uma das palestrantes e representante da empresa LIV UP, trouxe o conceito de Cloud Kitchen, ou, em tradução livre para o português, restaurante virtual. O artigo terá como objetivo explorar os principais pontos da palestra da Tatiana, mas sem deixar de buscar outras fontes para enriquecer as informações que aqui serão compartilhadas.

Diferente do que se imagina, a Pandemia não trouxe muitas novidades. O que aconteceu é que ela acelerou processos que já estavam em andamento. A transformação digital dos pequenos negócios tradicionais, por exemplo, ganhou velocidade. A modalidade de trabalho conhecida como home office fez com que várias empresas precisassem digitalizar seus processos, tornando-as mais ágeis. No mercado de alimentação fora do lar nós já acompanhamos há alguns anos algumas mudanças que também foram aceleradas durante a pandemia, a mais visível delas: Delivery.

Como a principal fonte de faturamento dos restaurantes sempre foi o consumo no local, no próprio restaurante, o delivery sempre foi uma fonte incremental de receita e, por isso, não recebia a atenção que precisava. Seus processos eram ineficazes e ineficientes, a experiência de consumo ficava muito aquém da experiência de consumo no local. Contudo, há alguns anos essa realidade vem mudando. A necessidade de consumo das pessoas transforma negócios. E o consumidor passou a não dispor de tanto tempo para almoçar, muitas vezes pedindo a refeição para consumir no próprio trabalho. Isso fez com que vários estabelecimentos melhorassem seus processos referentes ao delivery.

A pandemia acelerou o processo. Por causa do isolamento social, os restaurantes precisaram operar apenas na modalidade delivery. Logística de entrega, embalagem e, principalmente, a experiência do consumidor foram colocadas em destaque. Vários processos foram corrigidos em poucos meses.

Até agora não falamos nos restaurantes virtuais, mas é nesse contexto que eles surgem. Eles surgiram antes da pandemia, na índia, China, EUA e Europa, chegaram ao Brasil durante a pandemia e provavelmente esta será uma tendência para os próximos anos. Os restaurantes virtuais são cozinhas compartilhadas. Graças à popularização dos aplicativos de pedidos que conectam o consumidor diretamente com o estabelecimento, esse novo modelo de negócio dispensa a loja física, ou seja, o consumidor não terá a opção de fazer refeição de forma presencial, pois ele opera exclusivamente na modalidade de delivery.

Bem ao estilo dos coworkings, já bem populares no Brasil, a proposta da cozinha compartilhada é agregar várias empresas, marcas e culinárias. O compartilhamento de espaço para redução de custos é benéfico, tendo em vista que eles podem compartilhar, além do espaço físico da cozinha, os funcionários e os insumos. Aumento do poder de compra e barganha com fornecedores também são vantagens dos restaurantes virtuais.

No Brasil, já se percebe algumas iniciativas de sucesso, a exemplo do grupo francês Sodexo que anunciou, em junho, o início das operações de quatro unidades para atender o consumidor final. A proposta, em junho, era ampliar a nova estratégia entre 15 e 30 unidades ainda em 2020.

Outro exemplo é a Salad Stories, submarca da startup brasileira LIV UP. A Salad Stories, que começou a operar em março, vende saladas e tem como diferencial preocupação a experiência do consumidor. Assim, ela adota diversas estratégias para tornar a experiência do consumidor incrível. A começar pelos produtos utilizados, a empresa trabalha com ingredientes, preferencialmente orgânicos e 100% naturais, sem aditivos ou conservantes.

Para melhorar sua cadeia de fornecedores de orgânicos, a empresa possui 25 famílias que trabalham no sistema de plantio dedicado. Ou seja, eles possuem previsão de demanda e plantam com a certeza da venda. Esse sistema é bom para o pequeno produtor, pela previsibilidade e facilidade de acesso ao microcrédito, e é bom para o empresário que possui um grupo de famílias dedicas ao plantio de itens necessários à operação da empresa. Além disso, a Salad Stories é especialista em contar histórias e passa para o consumidor a história de amor e dedicação dos produtores rurais.

As embalagens são compostáveis e recicláveis, chegando a custar 20% do preço de venda do produto, mas que agrega na experiência do usuário e no conceito que a marca trabalha. O talher que vai junto com a salada é feito de milho e adequado para saladas, mas dissolve na água, fortalecendo a experiência do usuário. Todos os elos da cadeia são muito bem pensados, desde o tempo de espera do cliente aos estudos de tendências e criação de novos pratos.

A Salad Stories consegue agregar os benefícios de um restaurante virtual e não deixa a desejar na experiência de consumo, ponto forte dos restaurantes tradicionais. Os restaurantes virtuais (ou Cloud Kitchens) devem ser uma forte tendência para os próximos meses, mas o foco no cliente nunca foi tão importante e não deve ser abandonado nos novos modelos de negócio.

É importante ficar atendo aos novos modelos de negócio que surgem e que irão agitar o mercado de alimentação fora do lar.

[1] Analista Técnico do Sebrae/SE – E-mail: bianca.faria@se.sebrae.com.br

[2] Analista Técnico do Sebrae/SE – E-mail: thiago.oliveira@se.sebrae.com.br

Bianca Esperidiao de Faria

Bianca Esperidiao de Faria

Sebrae
Colaboradora do Sebrae

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