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Por que as taxas de empréstimos e outras soluções financeiras nas cooperativas de crédito podem ser diferenciais no mercado?

A resposta a essa pergunta poderá auxiliar as cooperativas a conquistar a fidelidade dos associados, caso ela se torne mais competitiva e eficiente que os demais agentes financeiros. Para ajudar a responder é necessário entender, de forma básica, a formação do spread bancário. Conceitualmente spread bancário, em termos simplificados, é a diferença entre a taxa de juros cobrada, pelos bancos, dos tomadores de crédito e a taxa de juros paga aos depositantes pelos bancos. Em outras palavras, é a diferença entre a remuneração que o banco paga ao aplicador para captar um recurso e o quanto esse banco cobra para emprestar o mesmo dinheiro.

O cliente que deposita dinheiro no banco, em poupança ou outra aplicação financeira, está de fato fazendo um empréstimo ao banco. Portanto, o banco remunera os depósitos de clientes a uma certa taxa de juros (chamada taxa de juros de captação ou simplesmente taxa de captação). Quando o banco empresta dinheiro a alguém, cobra uma taxa pelo empréstimo – que será certamente superior à taxa de captação. A diferença entre as duas taxas é o chamado spread bancário. Segundo o Banco Central do Brasil, spread é a diferença entre a taxa de empréstimo e a média ponderada das taxas de captação de CDB.

Quando se decompõe o spread, fica fácil entender porque serviços financeiros bancários no Brasil são tão caros. O spread se decompõe basicamente em cinco fatores. O primeiro deles é o custo administrativo da instituição bancária que, nos últimos cinco anos, está em constante queda. Um segundo fator é a inadimplência dos clientes, que pode ser combatida de forma mais eficiente, e, no que tange as pessoas jurídicas de pequeno porte, por meio de um atendimento consultivo e um amplo domínio de ferramentas de gerenciamento do risco. Em terceiro lugar, está o fator de menor relevância na composição do spread: o compulsório, parte dos depósitos captados que as instituições financeiras (IF) precisam deixar reservada no Banco Central do Brasil. Em 2010, o compulsório representou 4,1% da composição do spread. Um quarto fator são os impostos diretos. Por fim, o quinto fator diz respeito a margem liquida das IF, que representa cerca de 32,7% em 2010.

No ambiente de negócios das cooperativas de crédito consideremos os seguintes pontos: i) por definição em lei, elas não possui fins lucrativos, portanto pode praticar margens líquidas muito menores que os bancos concorrentes; ii) elas também possuem tratamento tributário diferenciado, pois a relação existente entre a cooperativa e seus sócios é considerada ato cooperativo, portanto isento do imposto de renda; iii) as cooperativas de crédito não são obrigadas a recolher o depósito compulsório; iv) a inadimplência das cooperativas de crédito é bem menor que a média do Sistema Financeiro Nacional e sua organização sistemicamente em três níveis, facilita a economia de escala e escopo; v) por fim, estuda-se entre os principais sistemas cooperativos brasileiros o compartilhamento de rede de atendimento e outras oportunidades de cooperação intrasistêmicas, o que auxilia significativamente na redução do custo administrativo/operacional das cooperativas de crédito.

“A diretriz de sustentabilidade é sinónimo de independência e envolve, também, convergência ao principio da intercooperação, como na área tecnológica e o monitoramento dos custos administrativos a partir da queda do custo da intermediação.” Alexandre Tombini – Presidente do Banco Central do Brasil.

As cooperativas de crédito podem ter suas taxas de empréstimos e outras soluções financeiras a um custo mais baixo que os demais agentes financeiros de mercado, e assim avançar de forma mais consistente em mercados ainda pouco explorados, como é o caso das micro e pequenas empresas. Tecnicamente isso é possível, basta um pouco mais de visão de mercado e agilidade de lideranças dos sistemas cooperativos, aproveitando oportunidades ainda pouco exploradas, aliando-se a isso maior tecnicidade nos processos de avaliação e risco.

Considero que a aplicação prática, mais simples que seja, da receita de decomposição do spread já seria um grande avanço para as cooperativas de credito e sua ampliação e participação no mercado financeiro.

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