A recente publicação “Lixo Zero” do Instituto Ethos, atualiza o setor produtivo quanto ao debate relativo à implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Em seu contexto, o documento procura responder a duas perguntas centrais.
A primeira consiste em saber a quem cabem os custos decorrentes da gestão dos resíduos sólidos. A segunda questão (dependente da resposta à primeira) refere-se à governança de um sistema que envolve imensa quantidade de atores, operando de maneira descentralizada e com objetivos não raro conflitantes.
Conhecer o conteúdo do documento é fundamental a todos os gestores empresariais do País. Além de trazer um panorama nacional – montante, composição e destino dos resíduos sólidos – o texto aborda os desafios da governança, abrangendo exemplos internacionais e considerações sobre a governança da gestão brasileira.
Para aqueles que almejam participar do setor, por meio da apropriação das oportunidades de negócios existentes nessa cadeia produtiva, a leitura também é recomendada.
Para baixar o documento, clique aqui.
Empresas privadas são, sim, imprescindíveis na implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Algumas já saíram na frente, quando, em maio deste ano, aderiram à Carta de Compromissos “Empresas pela Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos”, construída e lançada pelo Grupo de Trabalho de Resíduos Sólidos, que tem o apoio do Programa CATA AÇÃO.
Na Carta, as signatárias assumem compromissos e também fazem solicitações. Um dos compromissos é elaborar um plano de gerenciamento integrado de resíduos sólidos pós-consumo que siga as orientações dos acordos setoriais dos quais fazem parte, levando em conta a ordem de prioridade para não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos da PNRS.
Uma das solicitações é a criação de mecanismos para garantir e aumentar a participação das cooperativas de materiais recicláveis nos programas de coleta seletiva municipais.
Por isso, destacam-se aqui os catadores de resíduos – uma classe de prestadores de serviços que atua na proteção ambiental e cujas atividades são foco de valorização no contexto nacional.
Neste contexto, o Programa CATA AÇÃO também dissemina informações relevantes. Clicando aqui, é possível baixar a publicação “Cooperativas de Catadores – Construindo Soluções para o Futuro” que conta a experiência de três grupos produtivos que atuam com catação de resíduos sólidos: a Rede Cata Vida de Sorocoba (SP), a cooperativa Futura de São José dos Campos (SP) e a CAEC (Cooperativa de Agentes Ecológicos de Canabrava) de Salvador (BA). Os três casos apontam boas práticas para o fortalecimento de grupos produtivos que fazem parte do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis.
A CAEC, por exemplo, iniciou suas atividades fornecendo grãos plásticos (plástico reciclado em forma de grãos) e caixas de papelão para uso comercial, nas quais inclui a logomarca do cliente, quando necessário. Para diversificar ainda mais as fontes de renda, hoje a Cooperativa visa a produção e comercialização de produtos como água sanitária, biodiesel e sabão.
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