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Os brechós e o pós-consumo na moda

Os brechós e o pós-consumo na moda

O nome brechó vem de
Belchior, comerciante antenado que no século XIX, no Rio de Janeiro, começou a
vender roupas e objetos de segunda mão. Com o passar do tempo, todos os estabelecimentos
que seguiam essa linha foram chamados de brechós. Mais de dois séculos
depois encontramos os brechós em praticamente todas as cidades do Brasil.

“Brechós especializados em 
peças de épocas
específicas funcionam
também como museus e locais de 
pesquisa para estudantes
de moda e estilistas.”  

Embora todos
trabalhem com o mesmo conceito: venda de peças que já foram usadas, cada um tem
sua particularidade. Alguns decidiram se especializar em peças de grifes
famosas- nacionais e internacionais em ótimo estado. Outros preferem peças
masculinas e focam sua seleção em camisetas, calças jeans e acessórios. Ainda
existem aqueles que não se importam com etiquetas ou segmentos e preferem a
venda em maior quantidade a preços bem baixos. 
Sem contar os que optam pela venda online e, com seus e-commerces vendem
um pouco de tudo, até joias assinadas. Os brechós online, por não possuírem custos
fixos de aluguel,  investem mais em
estoque e comunicação.

No que diz respeito à
sustentabilidade na moda, os brechós significam uma das soluções mais efetivas
para a questão do pós-consumo. Eles representam a plataforma principal para
distribuição de roupas que seriam descartadas prolongando, assim, a vida útil
das peças . Além disso, proporcionam o surgimento de uma nova economia baseada
no descarte: nada mais sustentável do que reaproveitar o que se tornaria  lixo para gerar renda e diminuir o impacto
negativo da indústria da moda no meio ambiente.
Com a chegada do fast fashion no início dos anos 2000, a
moda ganhou um ar descartável. As tendências ficaram mais acessíveis e mais
baratas ocasionando uma alta no consumo e consequentemente, no descarte. Depois
de uma década, essa maneira rápida e inconsciente de se relacionar com o
consumo na moda começa a ser questionada e, comprar peças usadas, exclusivas e
reaproveitadas tem se tornado uma alternativa fashion.
A experiência da
compra em um brechó pode ser estimulada por três fatores fundamentais:
necessidade , curiosidade e ideologia. As classes de poder aquisitivo mais
baixo buscam apenas preço, as que podem gastar mais são atraídas pela novidade
em adquirir peças que não são encontradas nas lojas convencionais e para
muitos, a compra em lojas de segunda mão significa consumir de forma mais
conectada com as questões sociais e ambientais. Para esse ultimo grupo, a ida a
um brechó significa garimpar peças únicas que tragam consigo um pouco de
história de décadas passadas em suas modelagens, acabamentos ou estampas. Além
disso, peças de segunda mão podem ser reformadas e customizadas.

“A diversidade de peças e os preços
 convidativos
são atrativos fundamentais 
para o bom andamento do negócio.”

Algumas marcas já usam
peças de brechós como matérias-primas para suas coleções. Usando técnicas como
o upcycling transformam roupas antigas em peças novas e exclusivas.
” Acessórios como bolsas, sapatos 
e bijuterias
são muito procurados nos brechós 
e quando encontram-se em bom estado a venda é
certa”.

Independente da
categoria da clientela, os empresários desse segmento precisam estar atentos à
todas as etapas do consumo e quebrar constantemente o paradigma de que os
brechós são lugares feios e entulhados de roupas velhas. Hoje é necessário
olhar para o nicho de brechós da forma mais profissional e crítica. Os
estabelecimentos precisam ter vitrines atraentes, peças expostas em lugares
adequados e o ambiente sempre bem cuidado.  

“O mix de peças precisa oferecer para
 o cliente
variedade de  modelagens, cores e estampas. 
O consumidor busca peças
usadas mas quer compor looks atuais.”

Em tempos de economia criativa,
sustentabilidade e inovação, os brechós fazem parte de um novo modelo de
consumo cada vez mais em alta.  É uma
maneira de consumir roupas de forma mais atual, consciente, pois além de
permitir preços mais acessíveis, reduz a quantidade de recursos já utilizados
na produção e é uma relação onde todos ganham: comerciante, consumidor e meio
ambiente.

“O ambiente precisa ser condizentes com o
público. 
Hoje em dia os consumidores estão exigindo mais das lojas de segunda 
mão e por isso é essencial decorar de forma atraente.”

Chiara Gadaleta – Consultora do Sebrae

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