O neuromarketing utiliza tecnologias da neurologia, como o diagnóstico por imagem, para compreender o comportamento do consumidor. É uma ferramenta para analisar as reações neurológicas dos indivíduos quando estimulados pelos conteúdos, produtos e serviços das marcas, ou seja, detecta as áreas do cérebro ativadas, alterações no fluxo sanguíneo e a oxigenação.
Por meio do monitoramento da imagem do cérebro das pessoas, é possível entender o comportamento e sentimento do consumidor em relação aos produtos/serviços e campanhas publicitárias, identificando suas preferências de consumo. O mais importante é que se trata de informações cerebrais puras, não filtradas, que permitem conhecer realmente o indivíduo pesquisado, ou seja, consegue-se saber o que de fato o inspira a gostar e querer algo.
Pesquisas de neuromarketing
Há alguns anos, levantamento do Baylor College of Medicine, nos Estados Unidos, mostrou o quanto mensagens culturais penetram no cérebro/inconsciente e moldam as preferencias pessoais dos indivíduos. Os pesquisadores do instituto monitoraram imagens do cérebro de 67 pessoas que experimentaram amostras não identificadas de duas marcas de refrigerante. As bebidas quando consumidas ativavam a região do cérebro associada à sensação de recompensa/felicidade. No entanto, quando os pesquisados passaram a conhecer as marcas dos refrigerantes que estavam bebendo, demonstravam forte preferência por uma delas, justamente a líder de mercado.
Outro estudo de neuromarketing identificou que uma atitude ou um conceito podem ser ativados sem que a pessoa tenha consciência. A descoberta foi feita na Universidade de Minnesota, também nos Estados Unidos, e pode ajudar e muito na definição do projeto arquitetônico do ponto de venda, pois deixa claro que até a altura do pé direito do estabelecimento pode interferir nas reações de compra da clientela.
A pesquisa mostrou que quando as pessoas estão em um lugar alto, mais ou menos 3,5 m de altura, o cérebro ativa a ideia de liberdade; em contrapartida, em ambientes com texto baixo, o cérebro associa a constrangimento e confinamento. O sentimento de liberdade provoca uma grande variação de pensamentos; já a sensação de confinamento faz com que a pessoa fique mais atenta aos detalhes. Com isso, num dos testes da pesquisa, percebeu-se que as pessoas eram mais críticas a um produto quando estavam num espaço de teto baixo.
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Com informações do livro Neuromarketing: descodificando a mente do consumidor, de Pedro Camargo.
Texto e edição: Fernanda Peregrino, da FC Comunicação.
Imagem: SMI Eye Tracking/Flickr