O painel “Desafios e Diagnósticos da Inclusão Financeira no Brasil” discutiu os avanços e desafios do país na área. Palestraram Carlos Alberto dos Santos, Diretor Técnico do Sebrae Nacional e Elvira Cruvinel, consultora do departamento de normas do sistema financeiro do Banco Central.
O Diretor do Sebrae destacou os avanços promovidos pela implementação da figura jurídica do empreendedor individual. De acordo com Santos, “o Estado brasileiro se movimentou em direção à informalidade em um processo de inclusão previdenciária e da obtenção de um CNPJ”.
Ele destacou que quando um empreendedor formaliza o negócio é porque ele passou a acreditar no seu sucesso. Segundo Santos, com o advento da figura do empreendedor individual, em pouco tempo a informalidade no Brasil será reduzida à ilegalidade ou à precariedade, pois as condições para se formalizar foram extremamente simplificadas e barateadas, o que atrairá os empreendedores que hoje são informais para a legalidade.
Elvira Cruvinel apresentou o Relatório de Inclusão Financeira do Banco Central (Bacen). De acordo com a consultora, os dados utilizados no documento já existiam mas estavam em fontes dispersas. Todas as informações provém das instituições financeiras regulamentadas pelo Bacen.
Cruvinel explicou que o relatório procurou utilizar metodologias e índices adotados por outros países para que fosse possível fazer uma comparação.Uma das conclusões a que chega o documento é que há no Brasil 15,1 canais de acesso ao crédito para cada 10 mil brasileiros. Outra indicação é que 312 municípios possuem entre seis e dez agências bancárias, 3128 tem apenas uma agência e 247 não contam com agências bancárias.
O levantamento aponta ainda que na região Sul 80% dos municípios contam com mais de quatro canais de acesso a serviços financeiros, enquanto que nas regiões Norte e Nordeste a situação é inversa e a maioria dos municípios conta com apenas um tipo de canal.
O estudo completo está disponível no endereço http://www.bcb.com.br/microfin
Texto: Pedro Valadares