O Brasil vive um momento de conjugação de ameaças exportadas por economias maduras e o surgimento de oportunidades, realidade resultante da agenda de negócios no Brasil e uma nova visão de enfretamento por parte da política econômica. Diante deste cenário, é propício discutir questões que interferem nas decisões estratégicas dos empreendimentos: conjuntura econômica internacional, políticas públicas de enfrentamento às crises econômicas e oportunidades de negócios geradas pelos megaeventos que ocorrerão no País.
Políticas de enfrentamento
O Brasil reage às crises das economias europeias, asiática e americana com uma postura desafiadora e diferenciada, considerando as receitas utilizadas até então nas mudanças da conjuntara econômica externa.
As crises econômicas tradicionalmente ensejam prudência, pois é fundamental garantir a continuidade dos negócios, em detrimento de arriscar e testar novas possibilidades, seja adequando os existentes, seja percebendo novas vertentes a serem exploradas. Neste cenário, o governo brasileiro adotou algumas posturas que visam encorajar a manutenção do crescimento via mecanismos fiscais, como a redução de incidência tributária em setores de forte apelo de consumo e empregador de grande contingente de mão de obra e aqueles que sofrem maior exposição à concorrência internacional.
Outra decisão importante é o enfrentamento do dilema clássico: juros x inflação. Neste ponto, em particular, reside talvez a maior oportunidade de mudança no comportamento e decisão do empresário ao visualizar alternativas e oportunidades que possam atender à proposta da política pública, que pretende fortalecer a economia, com utilização de mecanismo de defesa clássico, para manter um crescimento maior do que aquele possível.
Encorajam os novos investimentos a redução dos juros básicos (Selic) e o movimento indutor, por parte do governo, para alcançar o mesmo efeito nas taxas praticadas pelo sistema financeiro no mercado de crédito.
Oportunidades de negócios
Por outro lado, abre espaço para desenvolver novas oportunidades de negócios competitivos e criativos a extensa agenda econômica do Brasil nos próximos anos, que já tem prevista a realização de megaeventos – Copa do Mundo Fifa 2014 e Olimpíadas 2016 – e a execução de importantes programas de investimentos da iniciativa pública – PAC, Pré Sal, Déficit Habitacional e Aceleração da Interiorização do Desenvolvimento.
Aproveitar as oportunidades geradas pela agenda de negócios é fator decisivo para que as empresas de grande, médio e pequeno porte contribuam com as estratégias governamentais de fortalecimento da economia brasileira, evitando que não se resumam a ações pontuais, o que poderia ensejar algum risco e vulnerabilidade ao País. O aproveitamento dessas oportunidades de negócios amplia o nível de investimento e, consequentemente, a oferta, agindo como regulador das políticas emergenciais e indutoras de consumo.
Esse movimento é importante, porque o crescimento do mercado de crédito para alimentar e sustentar o consumo doméstico – fator preponderante para o crescimento pós-crise 2008 – só garantirá o êxito dos negócios que surgirem em decorrência da agenda brasileira, se houver equilíbrio entre a elevação do estoque de dívida com a elevação do estoque de renda.
Assim, neste momento de enfretamento às dificuldades econômicas, é fundamental acessar às oportunidades existentes, combinadas com suas reais possibilidades, seja a partir dos megaeventos, seja pela mudança do perfil de consumidores – fortalecido pela movimentação e ascensão de classes econômicas, a exemplo do deslocamentos das classes D e E em direção à Classe C.
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Edição: Fernanda Peregrino, da F&C Comunicação e Projetos.