A Economia Verde pode ser vista como a consolidação de um modelo no qual as premissas da sustentabilidade, do ponto de vista econômico, social e ambiental, configuram-se uma nova relação de oferta e demanda de produtos e serviços.
Desde 1972, quando foi realizada a Conferência de Estocolmo, busca-se o desenvolvimento sustentável. Em 1992, na Eco 92, que ocorreu no Rio de Janeiro, o debate mundial sobre sustentabilidade foi reforçado. Então, despontou no mundo novos exemplos de produção sustentável, que ainda hoje é tratada dentro de nichos de mercado, como no caso da produção de alimentos orgânicos.
Atrelado a pressões da sociedade civil, o desafio por implementar modelos que agridam menos ao meio ambiente tem levado empresas de diversos portes a adotar práticas para tornar mais ecoeficiente a sua produção; a usar energia e materiais renováveis; e a dispor corretamente seus resíduos.
Tratado como Responsabilidade Social, os empreendimentos também se preocupam em manter boa convivência com as comunidades nas quais estão instaladas suas plantas fabris. Além disso, o aumento da reciclagem – hoje considerada setor econômico – é indicador significativo de avanços, sem falar das diversas iniciativas de reutilização.
Em paralelo, a educação do final do Século XX e início deste coloca a questão ambiental de forma muito forte e contribui para o novo posicionamento da sociedade sobre o que é ou não aceitável no uso de recursos naturais e agressão ao meio ambiente.
Consumidor verde
Um novo perfil de consumidor está em fase de construção. O chamado consumidor verde valoriza a questão da sustentabilidade na oferta de produtos e serviços. Isso significa que, na hora de escolher o que vai comprar, observará se o negócios teve os seguintes cuidados:
– Menos uso de recursos não-renováveis;
– Matriz energética renovável;
– Menor uso de materiais;
– Uso de tecnologias limpas;
– Contratação de trabalhadores que residam próximo às unidades produtivas (fortalecimento da economia local);
– Menor circulação de mercadorias;
– Logística reversa de responsabilidade dos ofertantes de produtos e serviços.
Estes critérios de avaliação começam a ser incluídos na pauta das empresas, e o mais interessante é que o tema está sendo mais puxado e acelerado pelo Setor Produtivo do que o Setor Público, que não pode se furtar ao seu papel de regulador e também de indutor de várias áreas, como no caso das compras públicas sustentáveis.
O Setor Empresarial percebeu a oportunidade que a sustentabilidade lhes oferece, seja na reconversão do modelo de produção e comercialização para um mais sustentável, seja na identificação de novos negócios que já nascem dentro da lógica do desenvolvimento sustentável – os chamados negócios verdes ou econegócios.
Segundo estimativas, em termos mundiais o Setor Privado deve aplicar algo em torno de 1,3 trilhões de dólares neste processo até 2050, quando espera-se que mais da metade da oferta de produtos e serviços sigam a modelagem de produção sustentável.
A Rio+20, que ocorre em junho deste ano no Brasil, com certeza vai ser o fórum no qual muitos destes indicadores começarão a ser colocados na mesa. Será espaço de traçar metas para o futuro, um futuro mais sustentável, no qual o Setor Produtivo, inclusive os pequenos negócios, tem um papel de protagonista.
…
Edição: Fernanda Peregrino, da F&C Consultoria.