Recorde de desemprego até para os mais velhos
A taxa de desemprego de pessoas com 50 anos ou mais no Brasil chegou ao seu nível mais alto em 2020, quando ultrapassou 7% pela primeira vez desde 2012, quando começa a série histórica da Pnad Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em um ano, do fim de 2019 até o fim de 2020, mais de 400 mil brasileiros nessa faixa etária caíram no desemprego.
O movimento de alta no desemprego para essa idade nos últimos anos acompanha a piora registrada para as demais faixas etárias.
No entanto, chama atenção que, proporcionalmente, o aumento da taxa de desemprego foi maior para o grupo de 50 anos ou mais, conforme mostra levantamento elaborado, a pedido da BBC News Brasil, pelo economista Bruno Ottoni, pesquisador do IDados e do Ibre/FGV, com base na Pnad Contínua.
Para quem tem 50 anos ou mais, a taxa de desemprego saltou de 2,7% no último trimestre de 2012 para 7,2% no fim de 2020. No mesmo período, a taxa de desemprego das pessoas com menos de 24 anos passou de 15,1% para 31,4% e, para quem tem de 25 a 49 anos, subiu de 5,6% para 12,2%.
Comparado às outras faixas etárias, o nível de desemprego entre os mais velhos é historicamente mais baixo, porque muitas vezes eles já estão empregados ou já recebem outro tipo de renda, como aposentadoria ou pensão, e deixaram o mercado de trabalho.
E aqui é importante lembrar que, para uma pessoa ser considerada desempregada nos dados do IBGE, não basta não ter um emprego: tem que ser uma pessoa que não está trabalhando e que está disponível e procurando um trabalho.
Embora a pandemia de coronavírus tenha afetado fortemente o mercado de trabalho, é verdade também que antes dela a taxa de desemprego não estava em seus patamares mais baixos.
Publicado originalmente em: Uol – Economia