A manga brasileira tem no mercado interno seu principal destino. É comercializada quase que exclusivamente na forma fresca, embora também seja encontrada como compota, suco integral e polpa congelada.
A polpa é empregada na elaboração de doces, geleias, sucos e néctares, além de poder ser adicionada a sorvetes, misturas de sucos, licores e outros produtos.
As folhas, bem como o tronco (madeira), são aproveitadas nas indústrias farmacêutica e madeireira.
O fruto do tipo drupa, com 5 a 20 cm de comprimento, forma alongada, ovoide ou arredondada. A casca é esverdeada, com manchas pretas, amarelas ou róseas quando madura.
A polpa é carnosa, suculenta, de coloração amarela ou amarelo alaranjada, fibrosa em algumas variedades. A semente é achatada e de tamanho variável.
A árvore é tida de grande porte – atinge entre 35 e 40 m de altura –, com copa densa, frondosa e com raio de até 10 m. As folhas são perenes, coriáceas, de coloração avermelhada quando jovem e verde escura posteriormente.
A inflorescência é uma panícula em forma de cone. As flores são pequenas alvas, róseas ou esverdeadas.
Na exploração da manga no Brasil convivem sistemas extensivos, em áreas esparsas, quintais e fundos de vales em pequenas propriedades, formando bosques subespontâneos; e sistemas tecnificados, normalmente irrigados e em extensas áreas, visando a produção de variedades selecionadas para os mercados interno e externo.
Nos sistemas extensivos predominam as variedades locais do tipo ‘Bourbon’, ‘Rosa’, ‘Espada’, ‘Coqueiro’, ‘Ouro’, entre várias outras. Nos sistemas tecnificados predominam novas variedades de manga, principalmente de origem norte-americana e de comprovada aceitação pelos mercados, principalmente para consumo “in natura”.
A escolha da variedade de manga a ser plantada está relacionada a vários fatores: às preferências do mercado consumidor; o potencial produtivo da variedade para região; as limitações fitossanitárias e de pós-colheita da variedade e, principalmente, ao comportamento ou tendência de mercado do tipo de fruto a ser produzido.
Por ser uma planta com período juvenil muito longo – iniciando a produção comercial com quatro anos de idade –, a má escolha da variedade pode significar enormes prejuízos em curto prazo.
Dentre as muitas variedades, a Tommy Atkins (de origem norte-americana) é a mais produzida e que possui a maior participação no volume comercializado de manga no mundo, devido principalmente à sua coloração intensa, produções elevadas e resistência ao transporte a longas distâncias.
No entanto, variedades com melhor sabor vêm se projetando no mercado mundial, em detrimento da Tommy Atkins, como a Palmer.
Um dos principais problemas no cultivo da mangueira, para quase todas as variedades, é a irregularidade na produção, com alternância (uma safra de maior produção é seguida de uma safra de menor produção).
A utilização de reguladores (hormônios) vegetais na cultura permite o atendimento mais racional da demanda, considerando-se épocas mais favoráveis do ponto de vista comercial e fitossanitário, podendo também contribuir para controlar a alternância de produção.
As indústrias, principalmente, são afetadas pela inconstância na produção anual, onde se observa uma flutuação de até 150% na oferta.
No entanto, para se obter sucesso com esta prática, o produtor deverá conhecer bem a planta e os agentes internos e externos que naturalmente afetam este processo. Os produtos mais usados são os nitratos de potássio, amônio e cálcio, em concentrações que variam de 1% a 8%, dependendo da variedade e da região.
Deve-se tomar cuidado, no entanto, com as super dosagens, que podem causar desfolha e queima das gemas e das sub dosagens, que promovem baixa eficiência. Em geral, os fitorreguladores são pulverizados nas plantas a partir dos 4 anos de idade, entre o final da estação chuvosa e início da seca, nas horas menos quentes do dia e em ramos com aproximadamente sete meses.
As pragas e doenças constituem fatores limitantes à cultura da mangueira. Dentre as pragas, as moscas-das-frutas são o principal problema. As larvas desses insetos sobrevivem no interior dos frutos e causam queda prematura e a inutilização destes para o comércio e indústria.
A antracnose (causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides Penz.) é uma doença que causa grandes prejuízos na produção e comercialização da manga. O seu controle é importante para garantir a produtividade e manter a qualidade dos frutos.
A manga é consumida fresca ou industrializada, na forma de polpa, suco ou doce. Tratamentos pós-colheita nos frutos para atender mercados específicos, como Estados Unidos e Japão.
Os tratamentos oneram os custos e exigem instalações próprias (packing house) para serem realizados, aumentando substancialmente o investimento.
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Fonte: Sebrae.com.br