Artesanato Indígena do Amazonas
Núcleo de Arte e Cultura Indígena de Barcelos / Material: Piaçava e cipó uambé
Artesãos do Amazonas viraram destaque após participarem do Brasil Original, projeto idealizado pelo Sebrae que surgiu com a finalidade de reposicionar o artesanato brasileiro, aliando a força das tradições com capacitação inovadora, trazendo valorização do produto perante o mercado.
Os artistas são orientados, primeiramente, no processo criativo, em geral com o auxílio de um designer renomado. Em seguida, são auxiliados na área promocional, por meio da comercialização de peças em lojas temporárias em centros comerciais ou grandes eventos, como foi durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo e será nas Olimpíadas,dando maior destaque ao produto.
Um desdobramento do programa foi no estado do Amazonas, uma parceria do Sebrae/AM e o designer Sérgio J. Matos. O projeto criou coleções nos municípios de São Gabriel da Cachoeira e Barcelos, em conjunto com os artesãos que elaboraram novos produtos, gerando mais valor agregado às peças.
A iniciativa enriqueceu as coleções não apenas pelo design original, mas também por valorizar as belezas naturais do País. As cores e temas da fauna e flora fazem com que o consumidor possa reviver essa cultura ancestral e também valorizar o artesanato, que deixa de ser um item de pouco valor e torna-se objeto de desejo. São acessórios exclusivos, itens decorativos, peças de vestuário, entre outros.
As criações trazem a identidade do povo indígena e suas heranças. As matérias primas utilizada são fibras vegetais colhidas, tingidas (ou não) e entrelaçadas. Piaçava, uambé e tucum dão formas a vasos, fruteiras e luminárias, sempre inspiradas na arquitetura da floresta.
Associação dos Artesãos Indígenas de São Gabriel da Cachoeira / Material: Fibra de tucum
Lílian Simões, a gestora do projeto no Sebrae/AM, sente-se impactada positivamente com a experiência que o Brasil Original gerou fortalecendo as associações. Tanto o grupo de São Gabriel da Cachoeira quanto o de Barcelos produziam peças pequenas de valor máximo até R$ 50. Depois da capacitação passaram a fabricar itens maiores, decorativos, com conceito e design arrojado, gerando maior valor agregado aos objetos, que passaram a custar até R$ 600.
O mais interessante é que não há intermediários, os lucros chegam diretamente às produtoras. Elas aceitaram os desafios e ampliaram, além da renda, a confiança no próprio trabalho e a capacidade produtiva e criativa. O Sebrae forneceu as ferramentas e orientações para o sucesso do artesanato amazonense. Elas aplicam todo o conhecimento adquirido atendendo bem a demanda do mercado e traçando estratégias para dar continuidade ao excelente trabalho, ampliando a produção.
Lílian considera um caso de sucesso porque as artesãs empregam efetivamente os conhecimentos adquiridos pelo Sebrae. Elas entenderam todos os passos da cadeia produtiva, passaram a valorizar o próprio trabalho e o projeto atuou como profissionalizante. As mulheres têm autonomia para decidir todo o processo produtivo, da seleção da qualidade da matéria prima à atualização da tabela de preços (repassando para o consumidor o aumento dos insumos). O Brasil Original trouxe o espírito coletivo às mulheres participantes. Todas as decisões passaram a ser tomadas em conjunto.
O sucesso do empreendimento adquiriu proporções nunca imaginadas. Os objetos já foram apresentados em revistas de grande circulação como a Casa Claudia e estarão presentes na exposição inaugural do Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB), no Rio de Janeiro, do dia 22 de março até 24 de setembro de 2016.
É enorme o valor dos artesãos por perpetuarem a cultura local, ampliando o campo de atuação e significação do artesanato, não deixando que as tradições se percam, mostrando para o Brasil e para o mundo o potencial artístico do brasileiro.
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