Os resultados esperados na indústria da construção civil e no comércio de materiais para construção reforçam a estimativa de matéria-prima farta para o segmento empresarial que se dedica ao aproveitamento dos entulhos provenientes daqueles setores.
Pode-se ter uma ideia da dinâmica de mercado quanto aos gastos com material de construção no país acompanhando dados como os da Pyxis Consumo – ferramenta de dimensionamento de mercado do IBOPE Inteligência: para 2013 é esperado um movimento de R$ 119 bilhões (9% acima do consumido no ano passado).
Desse total, a classe B é a que apresenta o maior potencial de consumo, sendo responsável por 41% dos gastos projetados para o setor, o equivalente a R$ 49 bilhões. Em seguida está a classe C, que deve movimentar R$44 bilhões na área, o que representa 37% do consumo nacional. Esse potencial de consumo refere-se apenas às compras de pessoa física que inclui tintas e acessórios para pintura, material elétrico, material hidráulico, material básico, ferragens, madeiras, esquadrias, portas e batentes, pisos e revestimentos, metais para banheiro, luminárias e outros produtos para construção e reforma.
O aproveitamento de entulhos da construção civil e da demolição de obras de infraestrutura para a realização da Copa FIFA, das obras do mercado imobiliário e das oriundas de reformas nas cidades do país traz ganhos ambientais e econômicos indiscutíveis.
A reciclagem contribui com a limpeza da cidade, poupa os rios, represas, terrenos baldios, o esgotamento sanitário, e também alivia o impacto nos aterros sanitários e lixões, além de amenizar alagamentos e enchentes, uma vez que não vai parar em bueiros e não impermeabiliza o solo.
Segundo a Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (Abrecon), são recolhidas oficialmente por ano cerca de 33 milhões de toneladas de entulho no país – material suficiente para construir quase 500 mil casas populares de 50 metros quadrados cada. Levando em consideração o preço do Custo Unitário Básico (CUB) médio brasileiro da construção em outubro de 2012 (R$ 1.001,47), são cerca de R$ 26 bilhões. Este valor pode ser ainda mais alto, já que a própria Abrecon admite que a quantidade descartada é muito maior que a oficial.
Os subprodutos da reciclagem de RCD é outro item que merece atenção. Blocos de concreto para vedação, cascalhamento para pavimentação de ruas, contrapiso e material para drenagens, contenção de encostas, banco e mesas para praças, guia e tampas para bueiros, tubo para esgotamento e uma série de detalhes fabricados com concreto e pedra virgens são também produzidos com agregado reciclado. Se compararmos os produtos, feito com brita nova e o com reciclado, temos os produtos reciclados mais barato.
Mas o segmento da reciclagem de resíduos da construção e demolição no Brasil ainda é incipiente. O que torna a oportunidade mais atrativa, pois sair na frente pode redundar, no mínimo, em valores de tradição quando o empresariado já estiver apostando mais fortemente no segmento.
Negócios relacionados a resíduos sólidos
O Brasil gera diariamente uma montanha de 183 mil toneladas de resíduos sólidos, sendo que o setor de construção civil é um dos principais produtores de resíduos sólidos nos grandes centros urbanos. Quase 50% dos entulhos retirados dos canteiros de obras são dispostos irregularmente no espaço público urbano.
Mas com a consolidação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, esse quadro tende a mudar rapidamente. Com isso, a demanda por empresas preparadas para auxiliar os empreendedores da construção civil a lidarem de forma correta com os resíduos gerados por suas obras será bastante elevada.
Veja abaixo alguns exemplos de negócios relacionados a resíduos sólidos:
- Empresas de transporte de resíduos sólidos, também conhecidas como empresas de caçamba, devidamente regularizadas e aptas a dar destinação correta aos resíduos;
- Empresas que atuem no reaproveitamento (reciclagem) dos resíduos sólidos;
- Empresas que transportem e comercializem os resíduos reciclados que atualmente já estão sendo utilizados por empresas de construção civil.
Outros boletins sobre o tema.
- Empresas de transporte de resíduos sólidos têm boas perspectivas de crescimento – Edição julho 2012, Curitiba.
- Copa de 2014, Olimpíadas de 2016 e renda das famílias fortalecem varejo de materiais de construção, edição outubro 2012, Curitiba.