A atividade de produção cultural faz parte da economia criativa, de acordo com o Ministério da Cultura – MinC.
Segundo o MinC, os setores criativos são todos aqueles cujas atividades produtivas têm como processo principal um ato criativo gerador de valor simbólico, elemento central da formação do preço, e que resulta em produção de riqueza cultural e econômica.
Partindo-se deste conceito, percebe-se que os setores criativos vão além dos setores denominados como tipicamente culturais, ligados à produção artístico-cultural (música, dança, teatro, ópera, circo, pintura, fotografia, cinema), compreendendo outras expressões ou atividades relacionadas às novas mídias, à indústria de conteúdo, ao design, à arquitetura entre outros.
Por exemplo, o arranjo produtivo da música, tem em seu núcleo criativo, os compositores, arranjadores, músicos e interpretes, bem como os empresários e produtores. Ao redor deste conjunto, encontram-se as produtoras de espetáculos, a indústria fonográfica, fornecedores, mídias (TV, rádio, jornais, blogs, sites, etc.), instituições culturais, centros educacionais e associações profissionais, além dos órgãos encarregados da gestão de direitos autorais.
Sob o ponto de vista comercial, um evento cultural é um negócio como outro qualquer, isto é, precisa ter receitas suficientes para remunerar o investidor e cobrir os custos envolvidos na sua realização, gerando resultados atrativos para todos os envolvidos no projeto.
Para lidar com estas questões, ou mesmo permitir que o artista possa se dedicar ao seu trabalho de criação e exibição de seu talento, geralmente, as tarefas administrativas, financeiras e operacionais envolvidas na realização de um evento cultural (show, festival, filme, peça de teatro etc.) são desempenhadas por pessoas ou empresas especializadas neste trabalho, chamadas de promotoras culturais.
Os dados sobre o crescimento da economia criativa no mundo são indiscutíveis. Segundo estimativas da UNESCO o comércio internacional em bens e serviços culturais cresceu, em média, 5,2% ao ano entre 1994 (US$ 39 bilhões) e 2002 (US$ 59 bilhões), ainda que concentrados nos países desenvolvidos.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho, prevê-se um crescimento entre 10% a 20%, por ano, da participação destes setores no PIB mundial. A economia da cultura, que envolve produção, circulação e consumo de produtos e serviços culturais, já responde por 7% do PIB mundial. Os produtos culturais são os principais itens da pauta de exportações dos Estados Unidos e representam 8% do PIB da Inglaterra.
No Brasil, os índices e indicadores da economia criativa brasileira são estabelecidos a partir de parâmetros extraídos da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e da quantidade de empreendimentos considerados criativos de acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0) do IBGE.
Segundo pesquisa, os setores criativos no Brasil, movimentam cerca de R$ 104 bilhões, ou 2,84% do PIB brasileiro, com um crescimento médio anual de 6,3% nos últimos 5 anos (dados de 2010), superando o crescimento do PIB brasileiro (4,3%), apurado no mesmo período.
Os setores criativos geram cerca de 8,5% do total de empregos formais no Brasil, e representam 1,96% do total de empregados formais, segundo dados de 2010. A renda média dos trabalhadores formais do setor é 44% superior a média da renda dos demais trabalhadores formais.
O investimento inicial compreende todo o capital empregado para iniciar e viabilizar o negócio até o momento em que ele se torna autossustentável. Pode ser dividido em:
– investimentos pré-operacionais: são todos os gastos ou despesas realizadas com projetos, pesquisas, registro da empresa, honorários profissionais e outros;
– investimento fixo: compreende o capital empregado na compra de imóveis, equipamentos, móveis, utensílios, instalações, reformas etc.;
O investimento varia de acordo com o porte do empreendimento. Uma microempresa promotora de eventos culturais, estabelecida em uma área de 30 m² na residência do empreendedor, exige investimento inicial estimado em R$ 17.000,00, a ser alocado majoritariamente nos seguintes itens:
– Adequação do local e compra de mobiliário: R$ 5.000,00
– Equipamentos: R$ 8.000,00
– Abertura da empresa e divulgação inicial: R$ 4.000,00
As informações aqui prestadas servem apenas como referência, a partir de um exemplo hipotético. Os valores acima irão variar conforme a região geográfica que a empresa irá se instalar, necessidade de reforma do imóvel, tipo de mobiliário, etc. Para uma informação mais apurada sobre o investimento inicial, sugere-se que o empreendedor utilize o modelo de plano de negócio disponível no SEBRAE.
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