O empreendedorismo tem aumentado, principalmente entre o público feminino, por motivos como busca por condições de trabalho mais promissoras, dificuldade de se recolocar no mercado formal ou necessidade de complementar o orçamento com uma renda adicional.
O Brasil é, hoje, o sétimo país com o maior número de mulheres empreendedoras no mundo. Dos 52 milhões de empreendedores no país, 30 milhões são mulheres, o que corresponde a 57%. Com relação às MEIs (microempreendedores individuais), as mulheres representam 48% e optam por categorias como beleza, moda e alimentação.
O aumento de registros de novos MEIs mostra que as mulheres podem estar perdendo oportunidades formais e passando a empreender por uma questão de sobrevivência, já que podem encontrar dificuldade de se recolocar, além de ter que alinhar o trabalho aos cuidados com a casa e os filhos.
A questão do empreendedorismo por necessidade preocupa porque mostra que as mulheres donas de negócios também são provedoras dos seus lares e muitas não têm escolha de priorizar a carreira, por exemplo. Como chefes de famílias, as mulheres precisam de renda para ter a capacidade de alimentar e oferecer qualidade de vida aos filhos. Com a pandemia, esse quadro piorou porque muitas perderam postos formais e tiveram que buscar caminhos de continuarem profissionalmente ativas unindo a sua tripla jornada.
Mas, embora muitas vezes o empreendedorismo seja uma novidade para a mulher, pode significar também uma oportunidade de mudança e de conquista da tão sonhada independência financeira.
Programas que oferecem capacitação, mentoria, acompanhamento do negócio, como os oferecidos pelo Sebrae, e até doação de recursos financeiros, são fundamentais para que as mulheres comecem a empreender e ganhem crescimento pessoal e profissional.
Mas não podemos esquecer da importância do desenvolvimento de políticas públicas voltadas para esse público, que podem repercutir diretamente em menos pobreza, mais crescimento econômico e redução da desigualdade.
Fonte: https://exame.com/bussola/mulheres-empreendem-por-necessidade-e-isso-preocupa/
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