Analisando a última Pesquisa Mensal do Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente a Jan/2016 e divulgada no dia 10/03, é possível compreender o panorama de retração vivido pela economia brasileira. O setor varejista teve uma queda de 1,5% em suas vendas em relação ao mês de Dez/15. É o pior desempenho registrado em janeiro desde 2001.
O comércio varejista tem sido afetado pela crise que diminuiu o poder de consumo das famílias, devido ao desemprego, alta da inflação e menor oferta de crédito, refletindo o atual quadro macroeconômico.
Variação no volume de vendas em relação ao mês de janeiro de 2015 (recuo de 10,3%):
· Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -5,8%.
O aumento de preços dos alimentos em domicílio foi um dos fatores que colaborou para o desempenho negativo.
· Tecidos, vestuário e calçados: -13,8%.
Os empresários mantêm os preços abaixo do índice geral de inflação para estimular o setor, contudo desempenho do segmento segue inferior à média geral do varejo.
· Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos: -0,2%.
O único setor que apresentou relativa estabilidade, porém não significativa na taxa geral do comércio varejista.
· Veículos, motos, partes e peças: -18,9%.
A diminuição das vendas está relacionada à desaceleração da atividade econômica, na queda da oferta de crédito e restrição no orçamento familiar.
· Material de construção: -18,5%.
Mesmo com incentivos ao setor, como o crédito habitacional, as vendas seguem em queda.
O diretor-presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, ressalta a necessidade do empreendedorismo como uma alternativa do país sair da crise, tem boas expectativas para 2016 e crê que os pequenos negócios continuarão crescendo. “Hoje já se sabe que quem quer um emprego, precisa criá-lo. E mais do que nunca, o Brasil precisa do empreendedorismo.”
A perspectiva de redução das vendas em 2016 pode ser uma verdadeira seleção natural do mercado, na qual as empresas mais inovadoras terão mais chances de resistir à crise e sair mais fortalecidas e consolidadas. Os pequenos empresários devem avaliar as formas de diferenciação da empresa, como trabalhar com produtos exclusivos, ter atendimento personalizado e atuar em nichos específicos para tornar as marcas mais competitivas.
Fonte: IBGE