Por Luciana Pecegueiro
Vamos dar uma olhada nas últimas duas tendências destacadas pelo Trendwatching?
10ª tendência: ECO SUPERIOR
O principal desafio para os governos, consumidores e empresas (com ou sem recessão) continua a ser a busca por sociedades e economias mais ambientalmente sustentáveis. Quando se trata de “consumo verde”, podemos esperar por um aumento no produto eco-superior: produtos que não são apenas ecológicos, mas superiores aos que são poluentes de todas as formas possíveis. Pense em uma combinação de funcionalidade ecológica ainda superior, mais qualidade, e/ou economia maior.
Por que a necessidade de eco-superior? O número de consumidores na busca ativa de produtos verdes está atingindo um platô, assim, os consumidores em geral começam a questionar o valor e a eficiência de ser verde:
– Embora 40% dos consumidores dizem que estão dispostos a comprar produtos verdes, apenas 4% dos consumidores realmente os compram quando dada a escolha. (Fonte: Journal of Marketing, setembro de 2010)
– 58% dos consumidores globais acham que os produtos ecológicos são demasiado caros, enquanto 33% dos consumidores mundiais acham que os produtos ecológicos não funcionam tão bem. (Fonte: GfK Roper, setembro de 2010)
– Enquanto o volume de produtos verdes disponíveis para os consumidores dos EUA aumentaram 73% entre 2009 e 2010, apenas para 5% deles não foram encontradas reivindicações verdes para inserção no produto. (Fonte: Terrachoice, outubro de 2010)
Podemos esperar para ver uma série de marcas líderes mudarem de puramente marketing da sustentabilidade e preocupação ecológica dos seus produtos (com o seu nicho atingido) para ter como objetivo o coração das alternativas tradicionais, ressaltando a qualidade e design superiores, maior durabilidade e/ou inferiores despesas de funcionamento dos produtos de uma forma que vai atingir até mesmo o consumidor mais eco-cético, egoísta ou financeiramente impugnado.
Alguns exemplos de eco-superior são o Ovopur, um dispositivo bem concebido de purificação natural e ecológica da água, ou o Stealth Toilet, que contém um sistema de descarga que utiliza apenas 0,8 litro de água por descarga – poupando em uma família média aproximadamente 20.000 litros de água por ano, ou o Renault DeZir, um supercarro de conceito ‘verde’ que viaja 0-60 em cinco segundos, ou a lâmpada 12 watts EnduraLED da Philips.
11ª tendência: POSSUA MENOS
Este poderia ser o ano em que a partilha e o aluguel realmente poderiam entrar na consciência do consumidor, ao mesmo que grandes marcas e os governos envidam esforços para essa mudança cultural…
Já ouve a moda de alugar bolsas, roupas, carros de luxo. Para os consumidores o apelo é óbvio:
– A posse tradicional implica em um certo nível de responsabilidade, custo e compromisso. O consumidor que procura praticidade e ter o maior número possível de experiências não quer nenhuma dessas coisas.
– A posse fracionária e o aluguel oferecem a possibilidade de upgrades permanentes para o melhor e mais recente, além da capacidade de maximizar o número e variedade de experiências e permitir aos consumidores o acesso ao luxo.
– Possuir itens utilizados volumosos e irregulares é caro e insustentável, sobretudo em ambientes urbanos densos onde o espaço é um luxo. Com mais consumidores tendo acesso móvel aos sistemas online, fica mais fácil agendar quando e onde eles são necessários (como visto na tendência Espontaneidade Planejada).
Dois acontecimentos-chave antecedem essa tendência:
1) Podemos ver as marcas maiores entrando em ação. Tomemos como exemplo a partilha de automóveis – um dos grandes sucessos da tendência Possua Menos – com clubes de automóveis surgindo em todo o mundo. O Zipcar é líder de mercado, mas serviços semelhantes podem ser encontrados em todos os lugares, desde a Austrália (GoGet) até o Brasil (Zazcar). Grandes marcas, vendo o sucesso dessas empresas menores estão cada vez mais em ação: a Hertz lançou seu serviço de partilha de carro em dezembro de 2008. Em julho de 2010, a Peugeot lançou no Reino Unido o serviço de mobilidade Mu depois de lançamentos bem sucedidos na França, Alemanha, Itália e Espanha. Os clientes podem alugar carros, motos, vans ou mesmo bicicletas.
– As autoridades locais estão vendo que soluções partilhadas permitem que expandam seus serviços a um custo menor, e de forma sustentável. Programas de bicicletas públicas foram o hit mundial de 2010. Agora, os governos estão explorando novas formas de transporte, como Paris (que foi pioneiro de partilha de bicicletas) que lançou setembro de 2011 o Autolib, um regime de partilha de carro elétrico, e o Departamento de Transportes de Nova York que anunciou a parceria com o Zipcar em outubro de 2010.
Outro grande impulso para a economia do Possua Menos é que, com tantas iniciativas de transporte altamente visíveis, todos os consumidores estão se acostumando a ver esses esquemas em ação, e cada vez mais estão se sentindo confortáveis com a idéia de partilha e de aluguel de objetos grandes, caros ou com potencial de ociosidade. Isso ocorre com casas, moda, carros (e estacionamento), entre outros.
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Luciana Pecegueiro Furtado, da Unidade de Acesso a Mercados