Na semana passada fizemos a introdução e apresentamos a 1ª tendência para 2011. Vamos ver as duas seguintes?
2ª tendência: ECONOMIA URBANA
A urbanização tem efeito sobre a experiência dos consumidores. A urbanização continua sendo uma das megatendências mais absolutas da próxima década. Atualmente, metade da população mundial – 3 bilhões de pessoas – vive em áreas urbanas. Cerca de 180 mil pessoas se mudam diariamente para as cidades, representando 60 milhões de novos moradores urbanos a cada ano. (Fonte: Intuit, outubro de 2010).
Qual o impacto disso no consumo? Em primeiro lugar, os consumidores urbanos tendem a ser mais ousados, mais liberais, mais tolerantes, mais experientes, mais propensos a experimentar novos produtos e serviços. Nos mercados emergentes esses efeitos tendem a ser ainda mais acentuados, isso se deve aos recém-chegados que se encontram afastados das estruturas tradicionais, sociais e familiares, enquanto constantemente expostos a uma gama maior de alternativas.
Em segundo lugar, mantenha sua atenção às “ilhas urbanas”: apenas 100 municípios representam atualmente 30% da economia mundial, e praticamente todas as suas inovações. Muitas são as capitais do mundo que evoluíram e se adaptaram ao longo dos séculos de dominação: Londres, Nova York, Paris etc. Apenas a economia de Nova York supera a de 46 economias da África Subsariana juntas. Hong Kong recebe mais turistas anualmente do que toda a Índia (Fonte: Foreign Policy, agosto 2010). No entanto, metrópoles como Xangai, São Paulo e Istambul estão, obviamente, ansiosos para se juntar ao ranking de liderança.
Para se aproximar dos cidadãos urbanos nessas vastas cidades exige-se uma abordagem local dedicada aos produtos, serviços e campanhas.
Em resumo: em 2011 invista em produtos, serviços, experiências ou campanhas que adaptam às específicas (e muitas vezes mais refinadas, mais experientes) necessidades dos habitantes urbanos em todo o mundo, se possível de cidade a cidade. E não se esqueça do “Orgulho Urbano” de estar em uma cidade específica.
3ª tendência: PANDEMÔNIO DA PRECIFICAÇÃO
Promoções relâmpago, compras em grupo, negócios orientados pela localização (GPS): a partir deste ano, os preços nunca mais serão os mesmos….
Os consumidores sempre procuraram por ofertas e descontos especiais. Novos serviços e tecnologias predispõem 2011 a ver uma pandemônio de preços:
– Mais consumidores estão constantemente conectados, e quando ouvem falar de novos negócios online podem rápida e facilmente espalhá-los através das suas redes sociais.
– Cada vez mais, os consumidores farão parte de redes ou grupos exclusivos para receberem ofertas especiais ou demandar.
– Os dispositivos móveis cada vez mais possibilitam que os consumidores possam encontrar ou receber ofertas dinâmicas diretamente no ponto de venda, ou comparar preços online. A Amazon.com acaba de lançar um aplicativo para iPhone que permite aos usuários escanear o código de barras e comparar preços.
A conectividade permanente dos consumidores está mudando hábitos de consumo de inúmeras formas. Por exemplo, os antigos cupons de desconto exigiam planejamento e dedicação, assim não eram tão populares entre os consumidores mais interessados no “aqui e agora”. Contudo, agora é uma atividade online que quase não exige esforço. Além disso, sacar um smartphone no balcão, receber as últimas ofertas via GPS, ou código de barras é bem inteligente. E, portanto, uma fonte de status ao invés de vergonha.
As marcas continuarão a responder com uma série de novos modelos de negócios inovadores e estratégias de preços nos próximos 12 meses, com base em:
– Grupos de compra: Os dois milhões de consumidores online agora podem exercer seu poder de compra coletiva, auxiliados pela variedade de serviços e redes sociais que tornam mais fácil se organizar e agir. Fique de olho no sucesso de 2010, o Groupon e seus concorrentes. Ou considere esse exemplo como a confirmação de que a compra em grupo está aqui para ficar: em setembro de 2010, o grupo chinês compra site Taobao vendeu 200 carros Smart em 3 horas e meia.
– Vendas para associados: O antigo formato de “clube” recebeu um novo sopro de vida online, onde nichos de comunidades prosperam. Fazer algumas promoções limitadas ou apenas por convite, aumenta a percepção de exclusividade: alguns consumidores apreciam os aspectos sociais das compras, enquanto as marcas oferecem preços reduzidos a pequenos grupos. As marcas de designers de moda foram algumas das primeiras a oferecer grandes descontos grupos selecionados, por meio de sites como o vente-privee.com, mas as vendas para membros estão agora se expandindo para áreas como viagens (Jetsetter) e objetos de decoração (One Kings Lane).
– Vendas Relâmpago: Grupos e associados frequentemente usam ofertas por tempo limitado que incentivam a compra por impulso. Ao limitar o tempo disponível e vendendo apenas aos membros, as marcas são capazes de reduzir rapidamente o excesso de estoque. Sites como DellOutlet e Threadless tem obtido um grande sucesso com vendas relâmpago via Twitter, e em novembro de 2010 o site de venda relâmpago integrou suas ofertas na sua página do Facebook para que o consumidor pudesse olhar as sem sair do site. De fato, com tantos negócios diários, existem agora sites como Yipit e MyNines que agregam todas as ofertas.
– Desconto local: Com os consumidores cada vez mais capazes de transmitirem sua localização, surgiram serviços baseados em localização via Facebook e Twitter. As marcas podem oferecer promoções diretamente aos consumidores praticamente no ponto de venda. Os sites podem oferecer recompensas para a realização de certas ações (Shopkick e Checkpoints), promoções geolocalizadas (Placecast), ou aplicativos habilitados por geolocalização, como Vouchercloud, do Reino Unido. Com efeito, apesar da alta dos serviços de check-in, como o Foursquare, as marcas B2C estão descobrindo que a melhor maneira de incentivar os clientes é oferecer-lhes oportunidades de aproveitar as promoções.
– Precificação dinâmica. Tradicionalmente praticado pelas companhias aéreas, as melhorias na informação em tempo real estão permitindo que outros setores experimentem modelos inovadores de preços dinâmicos, como a norte-americana Off and Away, que leiloa quartos de hotel.
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Luciana Pecegueiro Furtado, da Unidade de Acesso a Mercados